Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

A polícia israelita deteve 1700 palestinos em Israel durante as últimas duas semanas, informou a Agência Anadolu na sexta-feira, acrescentando que foram registadas 300 agressões contra árabes e as suas propriedades.

De acordo com o Comité de Emergência Árabe, que está filiado no Alto Comité para os Cidadãos Árabes em Israel, estas detenções e agressões inserem-se na violenta repressão israelita contra os protestos levados a cabo por cidadãos árabes contra a agressão israelita à Mesquita Al-Aqsa e em solidariedade com a Faixa de Gaza.

O Comité de Emergência Árabe confirmou que está a documentar a agressão israelita e as detenções de cidadãos árabes em Israel. O comité fez notar que a campanha de detenções ainda não parou, afirmando que cerca de 100 cidadãos árabes estão a ser detidos todos os dias.

O comité também documentou mais de 150 agressões a indivíduos levadas a cabo pela polícia israelita ou por bandos de colonos.

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, durante uma sessão especial realizada ontem, aprovou a criação de uma comissão de inquérito internacional independente e permanente para investigar a prática de crimes contra a humanidade no contexto da recente agressão israelita a Gaza, bem como as causas subjacentes.

A Resolução foi aprovada com 24 votos a favor, nove contra e 14 abstenções (*).

As autoridades israelitas entregaram hoje vários avisos de confisco de centenas de hectares de terras agrícolas pertencentes a palestinos, na província de Salfit, para construir uma conduta de água que irá servir dois colonatos ilegais.

A agência WAFA, que veicula a notícia, diz que a conduta de água, com 15 quilómetros de comprimento, irá atravessar cinco cidades e aldeias, danificando substancialmente as terras.

O estabelecimento de colonatos na Cisjordânia viola o direito humanitário internacional, que estabelece os princípios aplicáveis durante a guerra e a ocupação. Os colonatos estão também na origem de sistemáticas violações dos direitos humanos, por parte dos colonos.

A polícia israelita anunciou que irá prender mais de 500 jovens cidadãos palestinos de Israel nos próximos dias pela sua participação nas recentes manifestações de apoio aos palestinos de Jerusalém Oriental ocupada e da Faixa de Gaza sitiada.

A onda de detenções terá lugar no âmbito daquilo a que a polícia chamou «operação lei e ordem»" e destina-se a «ajustar contas» com aqueles que participaram em manifestações contra a violência dos colonos, os despejos forçados em Sheikh Jarrah, a repressão das forças israelitas no complexo da Mesquita de Al-Aqsa e a campanha militar de bombardeamento de Gaza.

Numa declaração na noite de domingo, a polícia israelita afirmou que cerca de 1550 pessoas já foram detidas desde 9 de Maio e que a campanha é uma «continuação» que visa processar os manifestantes que nas últimas duas semanas saíram às ruas em cidades e vilas de todo o Israel.

1.  O MPPM saúda o cessar-fogo incondicional em Gaza que entrou em vigor nesta sexta-feira, 21 de Maio, e que põe fim a 11 dias de bárbaros e intoleráveis bombardeamentos, nos quais Israel causou a morte a quase 250 palestinos, entre os quais 65 crianças, e provocou ferimentos em cerca de dois milhares, além de provocar uma devastação generalizada num território já de si empobrecido.

2. O MPPM considera que o cessar-fogo é uma vitória da resistência heróica de todo o povo palestino, em Gaza, em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia, na diáspora, mas também entre os que têm a cidadania israelita.

Milhares de palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada encheram as ruas para celebrar o cessar-fogo, agitando bandeiras e exibindo o sinal de vitória, mas em Jerusalém Oriental ocupada a polícia israelita invadiu o complexo da Mesquita Al-Aqsa e disparou gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra os palestinos que festejavam após as orações de sexta-feira.

O cessar-fogo mediado pelo Egipto entrou em vigor nas primeiras horas da sexta-feira, após 11 dias de implacável bombardeamento israelita da Faixa de Gaza que matou pelo menos 257 palestinos, incluindo 66 crianças, feriu cerca de 2000, e trouxe uma devastação generalizada ao território já empobrecido. Do lado israelita, 12 pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas.

Nesta terça-feira, 18 de Maio, o MPPM promoveu a realização, na Casa do Alentejo, em Lisboa, de um Encontro-Debate para assinalar os 73 anos da Nakba.

A brutal ofensiva de Israel, nas últimas semanas, contra a população palestina em Jerusalém, tornou claro que a limpeza étnica da Palestina é um processo contínuo.

Em 14 de Maio de 1948 o Estado de Israel foi auto-proclamado sobre as ruínas de mais de 500 cidades e aldeias palestinas, sobre cerca de 15 mil mortos palestinos e sobre o roubo das propriedades dos mais de 750 mil palestinos forçados a abandonar as suas casas e terras.

Em 1967, Israel ocupou toda a Palestina histórica, impondo aos palestinos um regime racista, colonial e de apartheid.

Contra a perpetuação dessa injustiça, o povo palestino resiste, todos os dias, em Sheik Jarrah, em Hebron ou em Gaza.

Contra as distorções e falsidades do discurso mediático, lançámos o debate sobre a questão palestina, 73 anos depois da Nakba.

No que terão sido as mais concorridas manifestações de solidariedade com a Palestina, realizadas em Lisboa e no Porto, largas centenas de pessoas acorreram nesta segunda-feira à chamada da CGTP-IN, do CPPC e do MPPM, para afirmar, bem alto, que a resistência do povo palestino triunfará sobre a barbárie israelita para desespero dos seus cúmplices.

Em Lisboa, numa Praça do Martim Moniz totalmente preenchida com uma população muito heterogénea, em que se incluíam muitos jovens e fortes representações de comunidades de países árabes e islâmicos, coube a Maria do Céu Guerra, presidente do MPPM, abrir o acto público dizendo, do grande poeta palestino Mahmoud Darwich, o poema «Bilhete de Identidade».

Leia aqui o poema «Bilhete de Identidade»

Seguiu-se a intervenção de Gustavo Carneiro, membro da Direcção Nacional do CPPC.

Assistimos a cenas de barbárie na terra martirizada da Palestina, duma violência inaceitável que é imperioso travar e que é da inteira responsabilidade de Israel e dos seus protectores.

Os bombardeamentos de Israel sobre a população sitiada da Faixa de Gaza já provocaram quase uma centena e meia de mortos – entre os quais 40 crianças – e perto de um milhar de feridos. Torres de apartamentos residenciais são demolidas, deixando numerosas famílias sem abrigo.

Em Israel há linchagens de palestinos, a destruição das suas lojas e a invasão das suas casas por bandos de extremistas israelitas, em «pogroms» transmitidos em directo pela televisão pública de Israel. O perigo duma escalada da violência é bem real.

Esta violência não é «da responsabilidade das duas partes». Tem causas próximas indesmentíveis:

O dia 15 de Maio marca o 73º aniversário da Nakba, quando Israel e as milícias sionistas forçaram violentamente a maioria dos palestinos a sair das suas casas e os transformaram em refugiados, privando-o dos seus direitos básicos e da possibilidade de regressar aos seus lares.

A Nakba nunca parou, e durante os últimos 73 anos Israel continua a expulsar cada vez mais palestinos das suas casas e terras. A limpeza étnica em curso em Jerusalém Oriental, inclusive através da iminente deslocação de palestinos de Sheikh Jarrah, ocorreu num contexto de uma escalada das atrocidades israelitas em Jerusalém e através da Palestina. Milhares de palestinianos foram feridos e mais de 150 foram mortos, incluindo 40 crianças, nas últimas semanas.

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