Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

O Ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, agradeceu hoje à Autoridade Palestina por enviar bombeiros para ajudar os seus homólogos israelitas a combater os incêndios florestais em redor de Jerusalém, mas também cancelou uma reunião marcada para aprovar a licença para a construção de novas casas palestinas na Área C da Cisjordânia ocupada.

A AP enviou quatro autotanques e 20 bombeiros para ajudar Israel a lidar com os fortes incêndios, que se estão a aproximar das áreas residenciais. A ordem foi dada pelo Presidente da AP Mahmoud Abbas.

No mesmo dia, Ganz cancelou a ordem para permitir a construção de 800 apartamentos para palestinos na Área C.

As autoridades de ocupação israelitas demoliram ontem um jardim de infância na cidade de Beit Sfafa, a sudoeste de Jerusalém Oriental ocupada, segundo noticia a agência Wafa.

Um bulldozer do Município de Jerusalém, escoltado por forças israelitas, destruiu um jardim-de-infância pertencente a Mohammad Jum'a na zona de al-Safeh.

O infantário deveria abrir as suas portas com o início do novo ano lectivo.

Usando o pretexto de construção ilegal, Israel demole casas regularmente para restringir a expansão palestina em Jerusalém ocupada.

Ao mesmo tempo, o município e o governo constroem dezenas de milhares de unidades habitacionais para Judeus em colonatos ilegais em Jerusalém Oriental com o objectivo de alterar o equilíbrio demográfico em favor dos colonos judeus na cidade ocupada.

Quatro jovens palestinos foram hoje mortos a tiro pelo exército israelita durante uma rusga à cidade e ao campo de refugiados de Jenin, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Os confrontos eclodiram quando o exército israelita invadiu o campo de refugiados de Jenin, hoje de manhã.

Saleh Mohammed Ammar, 19 anos, e Raed Ziad Abu Seif, 21 anos, foram atingidos a tiro e morreram em consequência dos ferimentos pouco depois de chegarem ao hospital da cidade de Jenin.

Os corpos dos outros dois homens, um identificado como Noor Jarrar e o outro como Amjad Iyad Azmi, foram levados pelas forças israelitas.

Pelo menos dois outros palestinos foram presos. Um foi baleado na mão e o outro, identificado como Mohammed Abu Zina, foi levado de sua casa durante a rusga.

Segundo testemunhas, um grupo de palestinos envolveu-se em confrontos com membros da Musta'ribeen da polícia israelita - uma unidade descaracterizada composta por israelitas disfarçados de palestinos.

As forças Israelitas atacaram ontem centenas de fiéis muçulmanos palestinos que se reuniram na Mesquita de Abraão (Al-Haram al-Ibrahimi), em Hebron, para protestar contra as ameaças israelitas de assumir o controlo do local sagrado.

Soldados israelitas dispararam bombas de gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento contra os fiéis para os dispersar, causando muitos casos de asfixia pela inalação de gás.

Palestinos de Hebron e de cidades e vilas vizinhas convergiram para o local da mesquita em resposta a um apelo do Ministério dos Assuntos Religiosos para se oporem à construção, por Israel, de um acesso para serviço exclusivo dos colonos judeus.

Em Maio de 2020, o então ministro da Defesa israelita e actual primeiro-ministro, Naftali Bennett, emitiu uma ordem de expropriação para uma parte da Mesquita de Abraão para permitir a construção de um corredor e de um elevador para facilitar o acesso dos colonos à mesquita.

As autoridades israelitas planeiam aprovar a construção de 2223 novas unidades habitacionais apenas para judeus em colonatos construídos na Cisjordânia ocupada, revela o Middle East Monitor.

O governo está também a planear avançar com a construção de 863 unidades habitacionais em localidades palestinas na Área C da Cisjordânia pela primeira vez em anos, noticiou o canal de televisão israelita 12 e o jornal Haaretz.

Esta medida, segundo as notícias israelitas, é liderada pelo Primeiro-Ministro Naftali Bennett que quer «legitimar a expansão dos colonatos».

O Jerusalem Post disse que os planos, que quebram um congelamento de facto dos colonatos, marcam o primeiro impulso significativo para novas casas judaicas na Área C desde que o Presidente dos EUA Joe Biden tomou posse em Janeiro.

Um homem palestino foi hoje morto e muitos outros feridos a tiro quando as forças de ocupação israelitas atacaram centenas de palestinos que se manifestavam contra a construção por Israel de um posto avançado de colonização ilegal perto da aldeia de Beita, distrito de Nablus, na Cisjordânia ocupada, noticia a agência Wafa.

Emad Ali Dwaikat, 37 anos, pai de cinco filhos, foi morto a tiro, enquanto pelo menos 20 outros, incluindo um operador de câmara, sofreram ferimentos provocados por tiros de fogo real durante os confrontos. Muitos outros manifestantes sofreram asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo.

Há mais de quatro meses que a aldeia de Beita tem testemunhado protestos quase diários contra a construção por Israel de um posto avançado de colonização ilegal perto da aldeia, chamado Evaytar, erguido em terras de propriedade palestina.

Um relatório do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) agora divulgado mostra que 80% da população de Gaza vive grande parte das suas vidas no escuro, com apenas 10-12 horas de electricidade por dia.

Esta questão torna-se ainda mais problemática durante o pico do Verão e representa uma ameaça para a saúde e a vida diária dos habitantes de Gaza, sendo a maioria da população incapaz de refrigerar alimentos e as estações de tratamento de águas residuais incapazes de funcionar.

De acordo com o estudo do CICV, a escassez crónica e prolongada de electricidade e os cortes de energia estão a ter um impacte psicológico nas pessoas, com 94% dos habitantes de Gaza inquiridos a relatarem que a sua saúde mental é afectada pela situação.

Segundo um relatório do OCHA (Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários), desde o início deste ano, as forças de ocupação israelitas mataram 50 palestinos, incluindo 11 crianças, na Cisjordânia ocupada.

Durante o mesmo período, na Cisjordânia ocupada, pelo menos 11 232 outros palestinos foram feridos incluindo 584 crianças.

A estes números há que somar os 260 mortos e 2200 feridos palestinos durante a agressão israelita contra Gaza em Maio passado.

O relatório cobre em detalhe o período entre 8 e 28 de Julho, no qual as forças de ocupação israelitas mataram quatro palestinos, incluindo duas crianças, e feriram 1090 outros, incluindo 141 crianças.

Um dos mais recentes pontos de atrito é o novo colonato ilegal israelita conhecido como Evyatar, localizado perto da aldeia de Beita, no distrito de Nablus, na Cisjordânia.

Um jovem palestino, Shawkat Khalid Awad, de 20 anos, faleceu ontem no hospital horas depois de ter sido baleado na cabeça e no estômago por soldados israelitas em Beit Ummar, na Cisjordânia ocupada.

Awad participava no cortejo fúnebre de Mohammed al-Allami, também ele morto pelo exército israelita, quando os soldados responderam com gás lacrimogénio e fogo vivo às manifestações de protesto de centenas de palestinos indignados com a sua presença.

Shawkat Awad foi o 78º menor palestino a ser assassinado pelas forças israelitas em 2021 e o quarto a morrer no espaço de uma semana.

Na passada quarta-feira, Mohammed Al-Allami, um rapaz palestino de 12 anos, foi baleado no peito por um soldado que abriu fogo contra o carro conduzido pelo seu pai à entrada de Beit Ummar.

Forças paramilitares israelitas assaltaram a sede da Defense for Children International – Palestine, em Al-Bireh, a sul de Ramala, na madrugada de ontem, 29 de Julho, e confiscaram computadores, discos rígidos e ficheiros de crianças palestinas presas representadas pelos advogados da DCIP nos tribunais militares de Israel.

Não foram deixados quaisquer documentos que justificassem o motivo da rusga nem foi deixado nenhum recibo do material apreendido.

«Este último acto das autoridades israelitas faz parte de uma campanha contínua para silenciar e eliminar organizações da sociedade civil palestina e de direitos humanos como a DCIP», disse Khaled Quzmar, director-geral da DCIP. «As autoridades israelitas devem pôr imediatamente termo aos esforços destinados a deslegitimar e criminalizar os defensores dos direitos humanos palestinos e as organizações da sociedade civil, e a comunidade internacional deve responsabilizar as autoridades israelitas.»

Páginas

Subscreva Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas