Cultura Palestina

O artista palestino Mohammad Joulani faleceu na passada sexta-feira, aos 37 anos de idade, após uma longa batalha contra o cancro. Artista e educador, Joulani era conhecida pelas iniciativas comunitárias locais que trouxeram a arte ao público.

Principalmente pintor, Joulani criou obras que retratavam a sua cidade natal, Jerusalém, e muitas vezes representou-se a si próprio ou a uma figura humana anónima como seu tema, como uma forma de descrever as questões palestinas contemporâneas.

As suas iniciativas comunitárias locais envolveram a pintura dos terraços e das paredes de Jerusalém, particularmente na Cidade Velha. Estes murais eram frequentemente pintados com cores apelativas e continham formas geométricas interligadas, bem como referências à paisagem palestina.

O seu programa do Museu de Rua chamou estudantes dos 13 aos 16 anos para ajudar a criar as obras. Parte de um projecto maior de Cartas a Jerusalém, o objectivo da iniciativa era fomentar um sentido de identidade palestina...

A polícia e agentes dos serviços secretos israelitas invadiram ontem dois centros culturais palestinos em Jerusalém Oriental ocupada, apreendendo registos e documentos e detendo funcionários, informou a agência noticiosa oficial palestina Wafa.

O Centro Cultural Yabous e o Conservatório Nacional de Música Edward Said (CNMES), também conhecido como o Instituto Edward Said, estão no centro da cena musical e cultural em Jerusalém Oriental.

A residência de Suhail Khoury, o director do CNMES, e Rania Elias, a directora do Yabous, foi invadida pelas forças israelitas, que os escoltaram até às instalçaões de ambas as instituições para a busca e apreensão de documentos. Ambos foram detidos pela polícia israelita.

Também a residência de Daoud al-Ghoul, o director da Rede de Arte de Jerusalém (Shafaq), foi invadida e saqueada.

O Shafaq actua como uma rede de cúpula para centros culturais em Jerusalém Oriental, incluindo o Yabous, o CNMES; a Fundação Al-Ma'mal para a Arte Contemporânea; a galeria do...

O povo palestino assinala hoje, 15 de Maio, o 72º aniversário dos acontecimentos que ficaram conhecidos como “Nakba” – a catástrofe – e que rodearam a criação do Estado de Israel em 1948.

Na impossibilidade de nos reunirmos num acto público, como tem sido uso, a presidente do MPPM, actriz e encenadora Maria do Céu Guerra, gravou esta mensagem, em que a evocação do passado nos alerta para os perigos que ameaçam o futuro da Palestina.

Maria do Céu Guerra empresta também a sua voz para dar vida ao poema «Aqui ficaremos», de Tawfiq Zayyad, um manifesto de resistência do povo palestino. 


Se quiser saber mais sobre a Nakba, sugerimos um filme:

The Land Speaks Arabic (Maryse Gargour,2007, 61’) - Relata a progressiva ocupação do território da Palestina pelos judeus, com a consequente expulsão dos seus habitantes milenares. O filme dá voz a um dos principais historiadores palestinos da actualidade, Nur Masalha, que explica a história do seu país antes da criação do Estado de Israel.

e alguns livros...

Nas semanas que se seguiram à guerra de Junho de 1967 (“Guerra dos Seis Dias”), as notícias dos meios de comunicação insinuavam que esse desastre ditaria o fim do povo palestino. Fadwa Tuqan escreveu então este notável poema com que nos associamos ao Dia Mundial da Poesia.

O DILÚVIO E A ÁRVORE

Quando a tempestade satânica chegou e se espalhou
No dia do dilúvio negro lançado
Sobre a boa terra verdejante
“Eles” contemplaram.
Os céus ocidentais ressoaram com explicações de regozijo:
“A Árvore caiu!
O grande tronco está esmagado! O dilúvio deixou a Árvore sem vida!”

Caiu realmente a Árvore?
Nunca! Nem com os nossos rios vermelhos correndo para sempre,
Nem enquanto o vinho dos nossos membros despedaçados
Saciar nossas raízes sequiosas
Raízes árabes vivas
Penetrando profundamente na terra.

Quando a Árvore se erguer, os ramos
Vão florir verdes e viçosos ao sol
O riso da Árvore desfolhará
Debaixo do sol
E os pássaros voltarão
Sim, os pássaros voltarão com certeza
Voltarão.

Fadwa Tuqa foi uma grande senhora das...

O artista plástico e historiador palestino Kamal Boullata, de 77 anos, faleceu em Berlim na quarta-feira.

Boullata nasceu em Jerusalém em 1942 e a cultura visual da capital palestina foi uma importante inspiração do seu trabalho.

Tendo sido forçado ao exílio após a ocupação da cidade por Israel em 1967, a identidade tornou-se outro tema-chave do seu trabalho.

Passou as últimas cinco décadas de vida nos EUA, Marrocos e França, acabando por se fixar em Berlim em 2012. Depois de estudar arte em Roma na Accademia di Belle Arti em 1965, Boullata obteve um Master of Fine Arts da Corcoran School de Arte em Washington, em 1971.

O seu ensaio «A arte no tempo da revolução palestina», publicado na revista libanesa Mawaqif em Janeiro de 1971, esboça como deveria ser a autêntica arte revolucionária palestina: não a repetição de temas palestinos facilmente vendáveis, mas obras de arte que avancem em novas formas e ideias.

As suas linhas iniciais são um testemunho daquilo em que acreditava: «Há duas...

A Orquestra Juvenil da Palestina (OJP) está em digressão pelo Norte da Europa. A sua existência é, por si só, um tributo ao querer e resistência da juventude palestina cuja paixão pela música a leva a ultrapassar os inúmeros obstáculos criados pelas autoridades de ocupação israelitas.

Numa entrevista feita pela jornalista Samira Shackle para a Al Jazeera, Nai Barghouti, agora uma estrela em ascensão na world music, que acompanha a OJP, recorda quando tinha 11 anos e foi barrada num checkpoint quando se dirigia para a sua lição semanal de música, na Cisjordânia. Ao pai, que pretendia que regressasse a casa, replicou: «Não, não volto para casa porque isso é o que eles querem. Para mim é muito importante ir às lições de música. É o meu direito. Mas, na Palestina, a arte tornou-se um privilégio e não um direito».

A OJP foi criada em 2004 no seio do Conservatório Nacional de Música Edward Said (CNMES) com a visão de juntar jovens músicos palestinos de todo o mundo. Os jovens músicos reúnem-se...

No dia 13 de Dezembro, por iniciativa do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina (GPAP-P), a Biblioteca da Assembleia da República acolheu o lançamento do livro Na presença da ausência, de Mahmoud Darwich, editado pela Flâneur.
O presidente da AR esteve representado pelo vice-presidente, José Manuel Pureza. O deputado Bruno Dias, presidente do GPAP-P, conduziu a sessão, que contou, ainda, com a participação de Júlio de Magalhães, investigador em assuntos islâmicos, e dos editores Arnaldo Vila Pouca e Cátia Monteiro.
Estiveram presentes vários deputados, membros do corpo diplomático e representantes de organizações de solidariedade com a Palestina, entre as quais o MPPM.
Canal Parlamento registou o evento.

O MPPM organiza no próximo dia 23 de Novembro, a partir das 20 horas, o tradicional Jantar Palestino, no Grupo Sportivo Adicense que, uma vez mais, põe graciosamente à nossa disposição as suas instalações, em pleno coração de Alfama.

O Jantar Palestino é mais que um evento gastronómico: é uma jornada de partilha cultural, de convívio e de solidariedade com o povo palestino.

Para a ementa deste ano, o Chef Ashraf Hajleh propõe-nos, como entradas:
- Hummus (pasta de grão-de-bico condimentada com azeite, alho, sumo de limão, pasta de sésamo e especiarias)
- Falafel (bolinhos fritos de grão-de-bico misturados com cebola, alho e salsa)
- Salada Palestina (tomate, pepino, pimento verde, salsa e cebola)
- Salada de couve e cenoura com iogurte

Para pratos principais temos duas propostas, um prato de carne e um prato vegetariano:
- Kidra (vitela, arroz, grão-de-bico e amêndoas, num estrugido de azeite, cebola e alho)
- Mujadarah (lentilhas e aletria com cebola caramelizada)

As sobremesas são:
- Harissa...

Classificado por muitos como o mais eminente intelectual palestino, Edward Said faleceu em 25 de Setembro de 2003, faz hoje 15 anos. Nasceu em Jerusalém em 1935, durante o mandato britânico, mas durante a Nakba de 1948 ele e a sua família foram forçados a mudar-se para o Cairo, tornando-se refugiados.  Mais tarde, Edward Said foi para os Estados Unidos para frequentar a universidade. Doutorou-se em Harvard e tornou-se professor de Inglês e Literatura Comparada na Universidade de Columbia, em Nova York, cidade onde viveu muitos anos. Escreveu dezenas de livros, assim como artigos para jornais de diversos países.  Foi também profundo conhecedor e crítico de música clássica. Em 1999 fundou com Daniel Barenboim, cidadão israelita, a West-Eastern Divan Orchestra, com músicos de vários países do Médio Oriente, incluindo Palestina e Israel. Personalidade brilhante, um dos mais eminentes críticos literários do último quartel do século XX, foi descrito como «um dos académicos mais destacados...

Mahmud Darwich faleceu a 9 de Agosto de 2008. Foi um grande intelectual (poeta, prosador, ensaísta, jornalista) e um resistente à ocupação israelita. Tornou-se uma referência para o Médio Oriente, e a sua poesia tornou-se conhecida em todo o mundo árabe. Até aos seus últimos dias, ergueu-se sempre em defesa de uma Palestina independente.Nasceu em 13 de Março de 1941 na Galileia, então parte da Palestina sob mandato britânico, numa aldeia que em 1948 foi invadida, destruída e substituída por um colonato israelita. Viveu no exílio a maior parte da vida e começou a escrever poesia aos 19 anos. Em 1964 começa a ser reconhecido a nível nacional e mesmo internacional como uma voz da resistência palestina. É preso várias vezes por Israel pelos seus escritos e actividades políticas.Em 1973 adere à Organização de Libertação da Palestina (OLP), sendo por isso proibido de voltar a entrar em Israel. Em 1987 é eleito para o Comité Executivo da OLP mas abandona a Organização na sequência dos Acordos...