Cultura Palestina

A Assembleia da República aprovou ontem, 19 de Julho, um Voto de Congratulação pela classificação de Hebron como património mundial. O Voto, apresentado pelo Grupo Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes», foi aprovado pelo Plenário da Assembleia da República com os votos favoráveis do PS, BE, PEV, PCP e PAN, os votos contra de 2 deputados do CDS-PP e 1 deputado do PS, e a abstenção do PSD, CDS-PP e 2 deputados do PS.
É o seguinte o texto integral do documento:
«Voto de Congratulação pela Classificação de Hebron como Património Mundial
A Comissão de Património Mundial da UNESCO aprovou a classificação de Hebron como Património Mundial, durante a reunião que decorreu de 2 a 12 de julho, em Cracóvia, na Polónia.
A Cidade Velha de Hebron está, assim, na Lista do Património Mundial da Humanidade. Sendo que a UNESCO declarou ainda que Hebron se encontra em risco, devendo merecer proteção especial da ONU.
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) aprovou a inscrição da Cidade Velha de Hebron (cidade palestina na Margem Ocidental ocupada), incluindo a Mesquita de Ibrahim e o Túmulo dos Patriarcas, na lista do Património Mundial em Perigo. Apesar dos esforços diplomáticos de Israel e dos Estados Unidos para bloquear a medida, a votação do Comité do Património Mundial ocorreu nesta sexta-feira, 7 de Julho. Por voto secreto, 12 países pronunciaram-se a favor e apenas 3 votaram contra; 6 países abstiveram-se.
A resolução, apresentada pelos ministérios palestinos dos Negócios Estrangeiros e do Turismo, pelo município de Hebron e pela Comissão de Reabilitação de Hebron, afirmava que a Cidade Velha de Hebron necessita urgentemente de protecção contra violações israelitas que prejudicam o excepcional valor internacional do sítio.

O Comité do Património Mundial da UNESCO, de que Portugal faz parte, é chamado a pronunciar-se, durante a sua reunião a decorrer em Cracóvia (2-12 de Julho), sobre um pedido de inscrição da Cidade Velha de Hebron na Lista do Património Mundial e do Património Mundial em Perigo, apresentada pela Delegação Permanente da Palestina.

Hebron, cidade palestina localizada no Sul da Margem Ocidental ocupada por Israel desde 1967, é uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo. A sua Cidade Velha é local de peregrinação das três religiões monoteístas e constitui um notável conjunto arquitectónico, com destaque para a Mesquita de Ibrahim e o Túmulo dos Profetas.

Em 1996 a Autoridade Palestina criou o Comité de Reabilitação de Hebron, cujo trabalho de conservação e reabilitação foi reconhecido até pela atribuição do prestigioso Prémio Aga Khan de Arquitectura.

As autoridades israelitas recusaram vistos de entrada a uma equipa de investigação da UNESCO (Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas) que deveria realizar uma visita de campo à Cidade Velha de Hebron, na Margem Ocidental ocupada. Esta vista visava preparar uma votação no próximo mês no sentido de considerar a área um local património mundial em perigo.
A delegação palestina na UNESCO tinha dirigido uma carta ao Centro do Património Mundial informando de «pormenores alarmantes sobre violações israelitas em Al-Khalil / Hebron, incluindo os contínuos actos de vandalismo, danos à propriedade e outros ataques».
Desde que Israel ocupou a Margem Ocidental em 1967 e começou a criar colonatos no território palestino, em violação do direito internacional, Hebron tem sido um ponto quente da violência dos colonos israelitas sobre os palestinos e suas propriedades.
A Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a colaboração do MPPM e de Ciné-Palestine, promoveu um conjunto de iniciativas de solidariedade com a Palestina.
Na segunda-feira, 15 de Maio, houve um debate sobre o tema "Palestina: Breve História Sobre Quase Tudo” animado por Carlos Almeida, do MPPM, a que se seguiu a projecção do filme "Roshmia".
Nas terça-feira, 16, o tema do debate era "A Promessa de um País" e foram intervenientes Adel Sidarus, do MPPM, e Dima Mohammed e Ana Santos Pinto, da FCSH. O filme "The Wanted 18" foi projectado a seguir.
A Câmara Municipal do Seixal acolheu hoje uma jornada de solidariedade com a Palestina, organizada em cooperação com o MPPM e a Missão Diplomática da Palestina.
Abriram a sessão, no Auditório, Joaquim Santos, Presidente da C. M: Seixal, e Fadi Alzaben, em representação do Embaixador da Palestina.
Adel Sidarus, do MPPM, apresentou e comentou o filme "Como foi colonizada a Palestina".
Manuela Calado, Vereadora de RH e Desenvolvimento Social, moderou o animado debate sobre o tema "Povo Palestino: Que Direitos?".
No átrio, alunos do Núcleo de Teatro da E.S. Dr. José Afonso (Inês Nascimento, Margarida Godinho, Miguel Coelho, Simão Brasil, Inês Fragoso, Mariana Salavessa e Mihaela Alina) declamaram poemas de autores palestinos numa dramatização do Prof. José Sebastião.
Seguiu-se a inauguração da exposição "Gaza 2014 - Testemunho de uma Agressão", que ficará patente ao público até ao dia 17 de Abril.
Neste Dia Mundial da Poesia recordamos um poema de Fadwa Tuqan (1917-2003), grande senhora das letras palestinas, e considerada um dos melhores poetas árabes contemporâneos. Este poema foi escrito na sequência da Guerra de 1967 e é um grito de afirmação – que os anos confirmaram – de que, a despeito de todas as adversidades, o povo palestino resiste e não desiste.
O DILÚVIO E A ÁRVORE
Quando a tempestade satânica chegou e se espalhou
No dia do dilúvio negro lançado
Sobre a boa terra verdejante
“Eles” contemplaram.
Os céus ocidentais ressoaram com explicações de regozijo:
“A Árvore caiu!
O grande tronco está esmagado! O dilúvio deixou a Árvore sem vida!”
Caiu realmente a Árvore?
Nunca! Nem com os nossos rios vermelhos correndo para sempre,
Integrada na iniciativa Dias da Palestina, a Câmara Municipal de Almada e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) promoveram uma Mostra de Cinema Palestino no Fórum Municipal Romeu Correia com exibição de filmes do realizador Michel Khleifi.
No fim de cada sessão o realizador conversou com a assistência.
Este foi o programa da Mostra:
Sexta-feira, 3 de Março, às 21 horas
Ma'loul celebra a sua destruição (1985, 36')
Ma'loul é uma aldeia da Galileia destruída em 1948 pelo exército israelita. Os antigos habitantes são autorizados a regressar uma vez por ano e organizam um piquenique nas ruínas da sua aldeia.
Casamentos proibidos na Terra Santa (1995, 66')
Nove casais mistos, interreligiosos e inter-étnicos, contam as suas estórias de vida. Um xeique, um rabino e um padre comentam.
Sábado, 4 de Março, às 16 horas
A Câmara Municipal de Almada e o MPPM promovem uma Mostra de Cinema Palestino subordinada ao tema «Realidade e Memória», com filmes do realizador Michel Khleifi, integrada no programa dos «Dias da Palestina» que a autarquia está a organizar com a Missão Diplomática da Palestina.
Os «Dias da Palestina» decorrem, entre 2 e 19 de Março de 2017, no Fórum Municipal Romeu Correia (Praça da Liberdade, Almada), com o seguinte programa
QUINTA-FEIRA, 2 DE MARÇO | 17.30 HORAS | ÁTRIO DO FORUM MUNICIPAL ROMEU CORREIA
«Exposição Herança Cultural Palestiniana: História e Luta» — Inauguração
A exposição integra fotografias da vida em Jerusalém no início do séc. XX e uma mostra de artesanato local e trajes tradicionais da Palestina.
SEXTA-FEIRA, 3 DE MARÇO | 21H | AUDITÓRIO FERNANDO LOPES GRAÇA
Ma’loul celebra a sua destruição, de Michel Khleifi, documentário (1985, 36’)
Em finais de Outubro foi apresentado publicamente um dos maiores mosaicos do mundo, localizado no palácio do califa omíada Hisham Bin Abdul Malik, a cerca de dois quilómetros de Jericó, na Margem Ocidental ocupada.
O mosaico cobre o chão da sala de recepção e do grande balneário do palácio e «é considerado um dos maiores e mais belos pavimentos de mosaico do mundo», segundo um comunicado do Ministério palestino do Turismo e Antiguidades.
À margem da cerimónia de apresentação do mosaico, que contou com a presença de autoridades palestinas e personalidades públicas, a ministra da Turismo, Rula Maayah, declarou à agência Anadolu que o mosaico, de 827 metros quadrados, é «uma obra de grande precisão e beleza», explicando que consiste em 38 painéis diferentes ligados entre si, com milhares de pedras de 21 cores naturais.

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