Edward Said, eminente intelectual e militante da causa palestina, faleceu há 15 anos

Classificado por muitos como o mais eminente intelectual palestino, Edward Said faleceu em 25 de Setembro de 2003, faz hoje 15 anos. Nasceu em Jerusalém em 1935, durante o mandato britânico, mas durante a Nakba de 1948 ele e a sua família foram forçados a mudar-se para o Cairo, tornando-se refugiados. 
 
Mais tarde, Edward Said foi para os Estados Unidos para frequentar a universidade. Doutorou-se em Harvard e tornou-se professor de Inglês e Literatura Comparada na Universidade de Columbia, em Nova York, cidade onde viveu muitos anos. Escreveu dezenas de livros, assim como artigos para jornais de diversos países. 
 
Foi também profundo conhecedor e crítico de música clássica. Em 1999 fundou com Daniel Barenboim, cidadão israelita, a West-Eastern Divan Orchestra, com músicos de vários países do Médio Oriente, incluindo Palestina e Israel.
 
Personalidade brilhante, um dos mais eminentes críticos literários do último quartel do século XX, foi descrito como «um dos académicos mais destacados dos Estados Unidos». O seu livro Orientalismo, uma crítica das falsas representações culturais eurocêntricas sobre o Médio Oriente, exerceu enorme influência a nível mundial.
 
Edward Said foi profundamente afectado pelo choque da guerra de 1967 e da ocupação da totalidade da Palestina por Israel. Em 1977 tornou-se membro independente do Conselho Nacional Palestino, o órgão de topo da OLP, do qual se demitiu em 1993 por discordar dos Acordos de Oslo. Tal não impediu que Edward Said se mantivesse até ao fim da vida um empenhado defensor da causa palestina e da solução de dois Estados e da paz através da coexistência, da autodeterminação e da igualdade entre palestinos e israelitas.
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