Cultura Palestina

O Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - FLUL, em colaboração com o Nucivo, Núcleo de Cinema e Vídeo da FLUL, a Associação de Estudantes da FLUL e o MPPM — Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, apresentaram, nos dias 21 e 23 de Novembro, o ciclo de cinema Vozes e Cores da Palestina.

Este ciclo teve como objectivo promover, na comunidade académica da Universidade de Lisboa e no público português em geral, um conhecimento mais profundo e humanizado da realidade histórica, política e cultural do povo palestino – um conhecimento mediado pelo testemunho original dos criadores e artistas palestinos.

O MPPM esteve na Escola Secundária de Camões, em Lisboa, no passado dia 13 de Novembro, com uma sessão à tarde, para os alunos da escola, e uma sessão à noite, para o público em geral, com a exibição do filme «A Terra Fala Árabe». Ambas as sessões foram seguidas de debate.

Na sessão da tarde, os estudantes que encheram por completo o Auditório assistiram muito interessados à projecção do documentário «Como foi colonizada a Palestina», de Abby Martin, e três filmes curtos da Aljazeera. Seguiu-se um período de perguntas e repostas animado por Jorge Cadima, do MPPM.

À noite, para o público em geral, e inserida na parceria da ES Camões com o ABC Cineclube de Lisboa, foi exibido o filme «A Terra Fala Árabe», de Marise Gargour. O debate subsequente, muito participado, foi moderado por Carlos Almeida, do MPPM.

Nós ensinamos a vida, senhores.
Nós, palestinos, ensinamos a vida desde que eles ocuparam o céu derradeiro.
Nós ensinamos a vida desde que eles construíram os colonatos, os muros do apartheid, depois do último céu.
Nós ensinamos a vida, senhores.

Nós ensinamos a vida, senhores.
Nós, palestinos, acordamos todas as manhãs para ensinar vida ao resto do mundo, senhores.

É por aqui que quero começar, caras e caros amigos, pelas palavras da poeta palestina Rafeef Ziahad.

Intervenção de Carlos Almeida no Acto Público no Martim Moniz em 11Out23
Intervenção de Carlos Almeida no Acto Público no Martim Moniz em 11Out23

A Place of Many Beginnings: Three Paths into the History of Palestine (Um Lugar de Muitos Começos: Três Caminhos para a História da Palestina) é um projecto interactivo de história da Palestina desenvolvido por Visualizing Palestine que foi apresentado no passado fim-de-semana no Festival de Literatura Palestine Writes, na Universidade da Pensilvânia e está disponível para o público interessado.

A história da Palestina... tem múltiplos 'começos' e a ideia da Palestina evoluiu ao longo do tempo a partir destes múltiplos 'começos' para um conceito geopolítico e uma política territorial distinta
Nur Masalha, Palestine: A Four Thousand Year History (pág. 8)

A Place of Many Beginnings foi apresentado no sábado, 23 de Setembro, durante um painel com os académicos palestinos Nur Masalha e Salman Abu Sitta, moderado pela autora e activista palestina Susan Abulhawa.

Edward Wadie Saïd nasceu em Jerusalém, em 1 de Novembro de 1935, durante o mandato britânico, e faleceu em Nova Iorque, em 25 de Setembro de 2003. Foi um notável académico, activista político e crítico literário, incansável defensor dos direitos nacionais do povo palestino. O seu livro Orientalismo foi um dos textos académicos mais influentes do século xx. Foi também músico e pianista de renome.

Em 1947 Edward Saïd mudou-se com a família para o Cairo, onde foi educado em escolas de língua inglesa, saindo em 1951 para os Estados Unidos para frequentar a Northfield Mount Hermon School, no Massachusetts. Frequentou a Universidade de Princeton, onde se licenciou em 1957, e a Universidade de Harvard, onde obteve o mestrado em 1960 e o doutoramento em 1964, com especialização em literatura inglesa.

O Comité do Património Mundial da UNESCO decidiu neste domingo, em Riade, capital da Arábia Saudita, inscrever o sítio pré-histórico de Tell es-Sultan, perto da cidade palestina de Jericó, na Cisjordânia ocupada, na Lista do Património Mundial.

O sítio de Tell es-Sultan tem estado a ser escavado há mais de um século e revelou as ruínas de uma cidade fortificada que se considera a mais antiga povoação fortificada continuamente habitada do planeta, remontando ao nono milénio a.C. A própria Jericó é uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo.

A UNESCO descreve o sítio como «um tell, ou monte, de forma oval que contém depósitos pré-históricos de actividade humana e inclui a nascente perene adjacente de 'Ain es-Sultan. Entre o 9.o e o 8.o milénio a.C., surgiu aqui uma povoação permanente, devido ao solo fértil do oásis e ao fácil acesso à água.»

Sessão AEFCSH 11.03.2023 - Guilherme Vaz, Dima Mohammed, Carlos Almeida, Abdeljelil Larbi

O MPPM promoveu ontem, terça-feira, um debate subordinado ao tema «Palestina: Ocupação e Resistência», que decorreu no espaço da Associação de Estudantes da NOVA – FCSH, entidade co-organizadora.

O debate contou com a participação de Guilherme Vaz, em representação da Associação; Abdeljelil Larbi, professor de língua e literatura árabe moderna na NOVA-FCSH; Dima Mohammed, investigadora coordenadora no IFILNOVA – ArgLab; e Carlos Almeida, investigador no Centro de História da Universidade de Lisboa e vice-presidente do MPPM.

 Cultura Palestina na AJA Lisboa 24 Mar 2023

O MPPM promoveu ontem, sexta-feira, no Núcleo de Lisboa da Associação José Afonso, um Serão Cultural Palestino com música, poemas e gastronomia.

Teresa Palma Fernandes apresentou a sessão, que começou com uma referência a José Afonso, o patrono do local onde no encontrávamos, fazendo-se ouvir a sua canção «Os Fantoches de Kissinger» em que a certa altura canta: «Na ponta duma espingarda o Povo da Palestina / Mandou a Golda Meir uma mensagem divina».

Seguiu-se a projecção do documentário «A Cultura Palestina» produzido pelo MPPM.

O actor Marques d’Arede deu início à leitura de poemas, começando por dizer, de Guadalupe Portelinha, o poema «Ao Ahmed, Criança da Palestina».

A actriz Maria Emília Castanheira juntou-se-lhe, então, para dizerem poemas de diversos autores palestinos. Mazen Sabra, palestino residente em Portugal, acompanhou-os no alaúde.

O colectivo (un)common ground organiza, entre 7 de Janeiro e 26 de Fevereiro, em Lisboa, duas exposições sobre as consequências da ocupação israelita da Palestina.

Passado Presente – Perspectivas de paisagens em desaparecimento mostra a persistente presença da Nakba na memória palestina. Com curadoria de Debby Farber é apresentado «um conjunto heterogéneo de obras e de artistas [que] continuam a animar a memória e o espírito de resistência, oferecendo imagens alternativas que descrevem paisagens em desaparecimento ao mesmo tempo que exprimem o que não se pode rasurar nem esquecer.»

Mahmoud al-Saadi, um estudante do ensino secundário palestino, de 17 anos, foi morto a tiro enquanto se encontrava a caminho da escola, durante uma rusga das forças israelitas à cidade ocupada de Jenin, no norte da Cisjordânia, na madrugada da passada segunda-feira.

Mahmoud al-Saadi era um dos melhores alunos da Escola Secundária Farhat Hashad em Jenin e foi morto perto do local onde a jornalista Shireen Abu Akleh da Al Jazeera foi assassinada a tiro a 11 de Maio enquanto cobria uma rusga do exército israelita no campo de refugiados de Jenin.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestino descreveu o assassinato como uma "execução no terreno" e um "crime hediondo", acrescentando que faz «parte da série diária de assassinatos contra o nosso povo, com cobertura e aprovação a nível político israelita».

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