Cultura Palestina

Quatro jovens arquitectos palestinos formados na Universidade de Birzeit, na Cisjordânia, conquistaram o Prémio Phoenix 2021 num concurso internacional para projectos de concepção e reconstrução do Porto de Beirute.

O porto de Beirute foi destruído em 4 de Agosto de 2020 por uma explosão que matou quase 200 pessoas, feriu mais de 6000 e causou enormes danos materiais em edifícios residenciais e estabelecimentos comerciais.

O Prémio Phoenix 2021 foi atribuído pela iDAR-Jerusalem, uma organização palestina sem fins lucrativos que promove a arquitectura, e procurava «a excelência arquitectónica e evocar mentes inovadoras, a nível mundial, para reconstruir o Porto de Beirute e trazê-lo de volta ao povo, remodelado e recapturado.»

O júri internacional avaliou 13 projectos oriundos de Estados Unidos, Rússia, Polónia, Palestina, Israel, Itália, Arábia Saudita, Países Baixos, Barém, Portugal, China e Líbano.

A Universidade Popular do Porto, que tem uma actividade relevante na solidariedade com a causa do povo palestino, promove agora, por videoconferência e com participação presencial limitada, um ciclo de cinema da Palestina ou sobre a Palestina com curtas-metragens, um documentário e uma longa-metragem, em três sessões abertas, com comentários e debate.

Segunda-Feira, 5 de Julho - 21h30

Três curtas-metragens de cineastas palestinos sobre a ocupação, o controle, a humilhação, a fragmentação e as condições de vida a que é sujeito o povo da Palestina.

  • Jornada Impossível – Annemarie Jacir -2003, 17 min.

Numa paisagem interrompida por postos de controle militares, um grupo de artistas cruza fronteiras emocionais e políticas enquanto tenta chegar a Jerusalém. Poema visual sobre a fragmentação de um povo.

O filme The Present (O Presente), da realizadora britânico-palestina Farah Nabulsi, ganhou o prémio 2021 da BAFTA (Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas) para melhor curta-metragem e está nomeado para os Óscares 2021 na categoria de melhor curta-metragem de acção ao vivo.

The Present é um filme de 20 minutos, inteiramente rodado na Cisjordânia, sobre um homem palestino, Yusef, que quer comprar uma prenda de aniversário para a mulher. A sua ida às compras, acompanhado da filha Yasmine, seria banal se não tivesse que lidar com os postos de controlo da ocupação israelita.

No seu discurso de aceitação, Farah Nabulsi disse: «Qualquer pessoa que tenha visto este filme... saberá por que dedico este prémio ao povo da Palestina, para quem a liberdade e a igualdade são há muito, muito, necessárias.»

Arik Ascherman, antigo presidente da organização Rabis pelos Direitos Humanos, foi ontem violentamente agredido com um taco de madeira por colonos judeus extremistas, perto do posto avançado de Maale Ahuvia.

Segundo o Jerusalem Post, Ascherman chegou à zona para pedir aos pastores judeus que desviassem o seu rebanho dos campos lavrados próximos pertencentes aos palestinos. Após o ataque, Ascherman disse que as forças de ocupação israelitas assistiram ao espancamento sem intervir.

«Este ataque brutal aconteceu porque as forças de segurança israelitas permitiram a reconstrução de Ma'aleh Ahuvia depois de o terem evacuado ontem», explicou ele, «e não impediram os rebanhos de entrar nas terras de Dir Jarir para comerem o que aí está a crescer.»

[Veja aqui o vídeo da agressão: https://twitter.com/AGvaryahu/status/1379871616478367756]

«Ler Mahmud Darwish, além de uma experiência estética impossível de esquecer, é fazer uma dolorosa caminhada pelas rotas da injustiça e da ignomínia de que a terra palestina tem sido vítima às mãos de Israel», escreveu José Saramago no seu «Caderno».

Mahmud Darwish, intelectual e resistente, celebraria hoje o seu 80º aniversário. Nasceu em 13 de Março de 1941 em Al-Birwa, uma aldeia da Galileia perto de São João d'Acre, então território sob mandato britânico.

Durante a limpeza étnica que acompanhou a criação do Estado de Israel, a aldeia foi ocupada e despovoada em 1948 pelas forças israelitas. Os seus habitantes tornaram-se refugiados, alguns no Líbano, alguns deslocados internos. Sobre as ruínas da aldeia foi construído um colonato judaico.

Mahmoud Sirdah, professor de hematologia e genética molecular na Universidade Al-Azhar em Gaza, Palestina, recebeu o prestigiado prémio Global Faculty Award da Fundação ASK como reconhecimento pela sua notável contribuição para a sua profissão.

O Professor Sirdah é conselheiro de hematologia e genética molecular em organizações nacionais e regionais e membro do Conselho de Administração da Fundação Palestina Futuro da Infância, bem como do Conselho de Administração Fundador do Conselho Superior Palestino para a Inovação e Excelência.

É também membro do Comité Consultivo de Peritos do Instituto Nacional de Saúde Pública da Palestina, e serviu como Secretário do Conselho de Investigação da Saúde da Palestina.

Kahlida Jarrar escreveu, na prisão de Damon onde se encontra detida desde Outubro de 2019, esta carta que foi lida no Festival de Literatura Palestine Writes pelas suas filhas Suah e Yafa. Na carta, Khalida Jarrar fala de cultura, de literatura e de educação, da vida na prisão e de como a leitura fortalece a resistência, e agradece aos «escritores, académicos, intelectuais e artistas árabes que rejeitam a normalização com o sistema colonizador de Israel». Devido à pandemia, o festival, que deveria ter tido lugar em Nova Iorque entre 27 e 29 de Março de 2020, acabou por se realizar em conferências virtuais entre 2 e 6 de Dezembro passado.

Um colono israelita tentou hoje incendiar a Igreja do Getsémani, no Monte das Oliveiras, em Jerusalém Oriental ocupada.

O colono entrou furtivamente nas instalações da igreja, derramou um líquido inflamável e tentou incendiar alguns dos bancos de madeira.

O ataque, que ocorreu enquanto no Santo Sepulcro tinha lugar a inauguração do novo Patriarca Latino, foi frustrado por jovens palestinos locais que entregaram o agressor às autoridades.

A Igreja do Getsémani, também chamada Igreja de Todas as Nações, é uma igreja católica construída no local do Jardim do Getsémani onde os cristãos crêem que Jesus foi traído por Judas, vindo a ser preso, julgado e crucificado.

Ramzy Khoury, Presidente da Alta Comissão Presidencial para os Assuntos Religiosos, condenou o ataque à Igreja do Getsémani e frisou que este não foi o primeiro ataque a lugares santos e de culto islâmicos e cristãos, especialmente em Jerusalém.

Gaza, mon amour, realizado pelos gémeos Tarzan e Arab Nasser, é o candidato da Palestina a uma nomeação para o Óscar de melhor filme em língua estrangeira. Estreou, este ano, no Festival de Veneza e é uma co-produção da Palestina, França, Alemanha, Portugal e Qatar.

O filme foi posteriormente exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto 2020, onde ganhou o Prémio NETPAC (Network for the Promotion of Asian Cinema), que distingue os melhores filmes asiáticos em festivais seleccionados do mundo inteiro.

Inspirado numa situação verídica ocorrida em Gaza, em 2014, o filme conta a história de Issa (Salim Dau), um pescador de Gaza, de 60 anos, secretamente apaixonado pela modista Siham (Hiam Abass), cuja sorte muda quando recolhe na sua rede de pesca uma escultura fálica do deus grego Apolo…

O Algarve proporcionou os locais para as filmagens das cenas situadas nas praias e no mar de Gaza, interditados pelo bloqueio israelo-egípcio.

O artista palestino Mohammad Joulani faleceu na passada sexta-feira, aos 37 anos de idade, após uma longa batalha contra o cancro. Artista e educador, Joulani era conhecida pelas iniciativas comunitárias locais que trouxeram a arte ao público.

Principalmente pintor, Joulani criou obras que retratavam a sua cidade natal, Jerusalém, e muitas vezes representou-se a si próprio ou a uma figura humana anónima como seu tema, como uma forma de descrever as questões palestinas contemporâneas.

As suas iniciativas comunitárias locais envolveram a pintura dos terraços e das paredes de Jerusalém, particularmente na Cidade Velha. Estes murais eram frequentemente pintados com cores apelativas e continham formas geométricas interligadas, bem como referências à paisagem palestina.

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