Realizada de 16 a 18 de Setembro na ilha de Margarita (Venezuela), a 17ª Cimeira do Movimento dos Países Não Alinhados emitiu a Declaração de Margarita, que reafirma a luta contra o colonialismo, o terrorismo e as guerras, defendendo a refundação da ONU e a construção da paz.
O Movimento dos Países Não Alinhados foi lançado em 1961, inspirado na Conferência de Bandung (1955) e nos seus dez princípios, baseados na soberania dos povos, na cooperação, no estabelecimento de relações internacionais de solidariedade, na não ingerência, no anticolonialismo e no anti-imperialismo. Integra actualmente 120 países dos cinco continentes (quase dois terços dos membros da ONU).
Pela sua importância, transcrevemos abaixo o ponto 9 da Declaração de Margarita, relativo ao Médio Oriente, incluindo a questão palestina.
Um agente da polícia e uma mulher israelitas foram mortos a tiro e pelo menos cinco outras pessoas ficaram feridas num tiroteio em Jerusalém Oriental ocupada este domingo de manhã, 9 de Outubro. O tiroteio teve lugar perto da sede da Polícia Nacional de Israel.
Alvejado e morto pela polícia israelita no local, o atirador foi identificado como Misbah Abu Sbeih, de 39 anos, natural do bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental ocupada. Sbeih deveria apresentar-se hoje para cumprir uma pena de prisão a que fora condenado por agredir um agente da polícia israelita em 2013.
Durante a tarde, soldados israelitas invadiram a aldeia de al-Ram e assaltaram a casa de Sbeih, entrando em confronto com jovens locais, sete dos quais ficaram feridos. Os filhos de Sbeih foram presos e levados para um centro de interrogatório.
O porta-voz da União Europeia condenou sexta-feira os planos de Israel para construir 98 novas unidades habitacionais em território palestino ocupado, no norte da Margem Ocidental, para a criação de um novo colonato israelita. Esta condenação surge dois dias após críticas particularmente duras por parte dos Estados Unidos a propósito dos colonatos ilegais de Israel.
No mês passado foi anunciado um plano para 98 unidades habitacionais (parte de um plano mais amplo de 300 unidades) para um novo colonato a criar a leste do colonato já existente de Shiloh, na Margem Ocidental ocupada. O novo colonato israelita é destinado ao realojamento dos colonos que residem no posto avançado de Amona (ilegal mesmo segundo a legislação israelita).
O número de palestinos feridos pelas forças de ocupação israelitas na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza em 2016 até ao início de Outubro de 2016 já alcança os 3047, e o de mortos atinge já 96, segundo o relatório hoje publicado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos Ocupados (OCHAopt) relativo à semana 20 de Setembro - 3 de Outubro.
A maioria das ocorrências, tanto mortos (87) como feridos (2865), tiveram lugar na Margem Ocidental, incluindo Jerusalém Oriental, tendo as restantes sido registadas em Gaza.
Isto significa que em 2016, até ao início de Outubro, as forças israelitas mataram a cada semana mais de 2 palestinos e feriram 78. A estes números somam-se 25 feridos causados por colonos.
O barco «Zaytouna-Oliva», tripulado só por mulheres, que tentava romper o cerco a Gaza imposto por Israel, foi interceptado por forças navais israelitas a cerca de 35 milhas da costa, fora das águas territoriais, mas dentro da zona-tampão ou «zona de exclusão militar» unilateralmente declarada por Israel.
Entretanto, manifestantes palestinos concentravam-se na costa de Gaza esperando o Barco das Mulheres e manifestando a sua solidariedade com ele.
As tripulantes não ofereceram resistência quando a marinha israelita cercou o barco. A comandante, Ann Wright, coronel do exército dos Estados Unidos (reformada), foi forçada a redireccionar o barco para o porto israelita de Ashhod. A bordo seguiam 13 mulheres, entre as quais Mairead Maguire, Prémio Nobel da Paz (Irlanda do Norte), e deputadas da Argélia, Nova Zelândia e Suécia.
O navio «Zaytouna» (azeitona, em árabe), inteiramente tripulado por mulheres, está prestes a chegar à Faixa de Gaza. Parte da Flotilha da Liberdade, o navio partiu de Barcelona em meados de Setembro com o objectivo de furar o cerco a que o pequeno território palestino está sujeito por Israel há quase dez anos.
A chegada deve ocorrer ao fim da tarde de quarta-feira ou na manhã de quinta-feira (5-6 de Outubro) — se o navio não for interceptado ou atacado por forças navais israelitas. De facto, segundo notícia do jornal israelita Maariv, a marinha israelita recebeu já ordens para interceptar o navio e prender todas as 13 tripulantes.
Em Junho do ano passado, as forças israelitas interceptaram o «Marianne», que participava numa iniciativa similar, e prenderam todos os activistas a bordo.
O Supremo Tribunal palestino decidiu hoje, 3 de Outubro, que as eleições locais se realizariam na Margem Ocidental ocupada mas não na Faixa de Gaza.
Em 10 de Setembro o Supremo Tribunal tinha ordenado a suspensão das eleições municipais na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza, programadas para 8 de Outubro, invocando a exclusão do processo eleitoral de Jerusalém Oriental ocupada e preocupações acerca dos tribunais da Faixa de Gaza.
A organização israelita Peace Now informou sábado, 1 de Outubro, que o Comité Superior de Planeamento da Administração Civil Israelita (órgão das forças armadas de Israel para a administração dos territórios palestinos ocupados) aprovou o «depósito» — a fase do planeamento que precede a aprovação final — de um plano para 98 unidades habitacionais (parte de um plano mais amplo de 300 unidades) para um novo colonato a criar a leste do colonato já existente de Shiloh, no distrito de Nablus da Margem Ocidental ocupada. O novo colonato israelita ilegal será provavelmente destinado ao realojamento dos colonos que residem no posto avançado de Amona, que, dando cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal israelita, terá de ser demolido até ao fim do corrente ano, dado ter sido construído «de modo selvagem» (em 1995) em terrenos que são propriedade particular de palestinos.
Milhares de pessoas manifestaram-se na sexta-feira 30 de Setembro no centro da capital da Jordânia, Amman, para protestar contra um contrato para a compra de gás israelita pela Jordânia. Os opositores ao acordo caracterizam-no uma concessão à «entidade sionista» e contrário aos interesses jordanos. O governo da Jordânia, em que mais de 60% da população é de origem palestina, foi acusado de assinar o negócio «à porta fechada» e contra os desejos da nação.
Este protesto é o quarto em quatro dias. Na quinta-feira, os serviços de segurança impediram uma outra manifestação em Irbid.
Durante a manifestação, convocada pela Campanha Nacional contra o Contracto do Gás com a Entidade Sionista, os participantes entoaram palavras de ordem como «O gás da ocupação é ocupação» e «O povo quer cancelar o contracto [do gás]».
No dia 30 de Setembro de 2016, dirigentes mundiais participaram no funeral de Shimon Peres, elogiado como promotor da paz e classificado por Barack Obama como um «gigante» do século XX.
Há precisamente 16 anos, no dia 30 de Setembro de 2000, Muhammad Al-Durrah, um menino de 12 anos, foi morto a tiro em Gaza por forças israelitas, enquanto o seu pai, Jamal Al-Durrah, tentava protegê-lo por trás de um bloco de cimento.
Shimon Peres fazia parte do governo que permitiu a visita, dois dias antes, de Ariel Sharon ao complexo de Al-Aqsa, provocação que desencadeou o início da Intifada de Al-Aqsa, durante a qual, segundo números da organização de direitos humanos israelita B'Tselem, 4745 palestinos foram mortos por forças de segurança de Israel e 44 palestinos foram mortos por civis israelitas (até 30 de Abril de 2008).