18 meses de prisão para soldado israelita que executou palestino inanimado no chão

Um tribunal de Israel confirmou ontem, 30 de Julho, a condenação por homicídio e a sentença de 18 meses do ex-soldado israelita Elor Azaria, que em Março de 2016 matou a tiro à queima-roupa o palestino Abd al-Fattah al-Sharif, de 21anos, que jazia inanimado no chão depois de alegadamente cometer um ataque com faca na cidade de Hebron, no Sul da Margem Ocidental ocupada.
A execução foi filmada por um activista palestino ao serviço da organização israelita de direitos humanos B'Tselem e rapidamente se difundiu nas redes sociais e na televisão, tornando impossível ignorar o caso.
Segundo o jornal israelita The Times of Israel, os juízes do tribunal de recurso classificaram o acto de Azaria como «proibido, grave, imoral» e destacaram que Azaria «nunca expressou remorso nem questionou as suas acções».
Porém, contradizendo a dureza das suas próprias afirmações, o tribunal limitou-se a confirmar a sentença de apenas 18 meses pronunciada em primeira instância.
Ainda assim, o ministro da Educação, Naftali Bennett (do partido de extrema-direita Lar Judaico), e o próprio primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, apressaram-se a apelar a que seja concedido um perdão a Elor Azaria.
Azarya só esteve nove dias atrás das grades, informou o jornal israelita Haaretz, tendo passado a maior parte da detenção sido passada numa base militar. Mas Azaria poderá nem cumprir pena, já que os seus advogados planeiam recorrer para o Supremo Tribunal de Israel ou pedir um perdão presidencial.
Por ocasião do julgamento de primeira instância, Yousef Jabareen, deputado ao Knesset (parlamento de Israel) pela Lista Conjunta (coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel), declarou: «O caso de Azaria não é um incidente isolado, mas parte de um fenómeno maior no exército, apoiado por políticos.»
Apesar de em 2016 pelo menos 109 palestinos terem sido mortos a tiro por soldados e colonos israelitas. Elor Azaria foi o único membro das forças israelitas a ser acusado pela morte de um palestino nesse período.
 
Print Friendly, PDF & Email
Share