O ano que findou testemunhou uma tentativa criminosa de apagamento da questão palestina, enquanto se intensificaram os actos bélicos e os atentados aos direitos, à propriedade e à vida dos palestinos. O ano que começa tem de ser um ano de viragem em que os governos cumpram a vontade dos seus povos e concretizem o respeito pelos direitos inalienáveis do povo palestino.
Do «acordo do século» à anexação da Cisjordânia
O ano 2020 começou com a proclamação por Trump do seu «acordo do século». Longe de ser um «acordo» – nenhum representante do povo palestino participou na sua redacção – foi a tentativa de liquidar a questão palestina, rasgando as inúmeras resoluções e acordos internacionais que prometem a criação dum Estado independente e soberano da Palestina nos territórios ocupados desde 1967 e deixando de reconhecer a existência de milhões de refugiados palestinos.
Confirmando esse objectivo, o primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, anunciou poucas semanas mais tarde a intenção de anexar...
Este ano, devido à situação de pandemia, o MPPM não pôde organizar as habituais iniciativas em torno do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino que sempre incluem uma Sessão Pública de Solidariedade. Não podendo deixar de reiterar, nesta data, a nossa solidariedade com o povo palestino, aqui a deixamos dita pelo Vice-Presidente do MPPM, Carlos Almeida.
Por iniciativa da Assembleia Geral das Nações Unidas assinala-se, a 29 de Novembro, o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino. Foi nesse dia que, em 1947, as Nações Unidas aprovaram o Plano de Partilha do território histórico da Palestina.
O Estado judaico de Israel foi criado logo no ano seguinte. Mas, 73 anos volvidos, o povo palestino aguarda ainda o cumprimento da promessa então feita pela ONU de criar também um Estado árabe na Palestina.
Trata-se duma terrível dívida histórica, duma autêntica traição da chamada ‘comunidade internacional’ ao povo da Palestina.
Este ano, devido à situação de pandemia, o MPPM não pôde organizar as habituais iniciativas em torno do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, que sempre incluem uma Sessão Pública de Solidariedade com a presença do Sr. Embaixador da Palestina. Face a esse impedimento, o MPPM convidou o Sr. Embaixador, Dr. Nabil Abuznaid, a dirigir uma mensagem aos amigos portugueses da Palestina. É essa mensagem que aqui divulgamos.
Irmãos e irmãs, Saudações!
Infelizmente, devido ao Covid-19, não podemos estar juntos este ano nesta ocasião especial de solidariedade com o Povo Palestino.
Desejo-vos a todos, à vossa família, aos vossos amigos e a todo o povo de Portugal, boa saúde, sucesso e segurança.
Permitam-me a oportunidade de agradecer a cada um de vós pela vossa posição e pelo apoio ao Povo Palestino na sua luta pela liberdade.
Obrigado por estarem do lado da paz e da justiça, contra a opressão e a ocupação.
Sabem que os últimos quatro anos não foram bons para os vossos amigos...
O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) realizaram nesta quinta-feira, 19 de Novembro de 2020, na Casa do Alentejo, em Lisboa, uma sessão pública dedicada ao tema «Médio Oriente: Defesa da Justiça e da Paz».
Registaram-se intervenções de Ilda Figueiredo, Presidente da Direcção Nacional do CPPC, Carlos Almeida, Vice-Presidente da Direcção Nacional do MPPM, José Goulão, jornalista e membro da Presidência do CPPC, e Nabil Abuznaid, Embaixador da Palestina em Portugal.
A situação na Palestina é indissociável da de todo o Médio Oriente, e isso reflectiu-se nas diferentes intervenções.
Houve um foco nas interferências e agressões externas, com especial destaque para os Estados Unidos e seus aliados europeus, recordando-se a sua responsabilidade nas guerras no Iraque, na Líbia, na Síria e no Líbano, ou ainda na agressão da Arábia Saudita ao Iémen.
Alertou-se para a escalada belicista que procura conduzir...
O YouTube considerou que um vídeo submetido ao concurso escolar «Paz para a Palestina», que o MPPM promoveu em 2010, é inadequado para todas as idades e classificou-o com restrição de idade (para maiores de 18 anos). É uma classificação que aquela plataforma aplica, nomeadamente, a conteúdos pornográficos.
O vídeo foi realizado por alunos do 7º ano do ensino básico e ilustra a sua mensagem de paz com algumas imagens da violência de Israel sobre os palestinos, recolhidas no próprio YouTube.
Aparentemente, o que choca os censores do YouTube não é a violência de Israel sobre os palestinos, mas sim a denúncia dessa violência.
O MPPM tentou apelar desta decisão, mas recebeu a resposta «Não é possível recorrer desta violação.»
O MPPM tomou conhecimento, com pesar, do falecimento de Francisco Braz, que entre 1989 e 2015 foi Presidente do STAL, Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional e que actualmente presidia à Mesa da Assembleia Geral, e que foi membro do Conselho Nacional da CGTP-IN e da sua Comissão Executiva, entre 1989 e 2012.
No longo e intenso percurso de intervenção cívica de Francisco Braz conta-se também a solidariedade activa com a causa do Povo Palestino e com o movimento de solidariedade que em Portugal a defende e promove.
Uma solidariedade concreta e permanente que o MPPM conheceu de perto e que muito estima e valoriza.
Neste momento de tristeza e dor, o MPPM exprime à família e amigos de Francisco Braz, bem como ao STAL e à CGTP-IN, o seu profundo pesar.
Estamos certos de que continuaremos a encontrar-nos nas jornadas de solidariedade com a luta do povo da Palestina pelos seus direitos inalienáveis, prestando também desta forma homenagem à vida e luta de Francisco...
O MPPM dirigiu ao Governo de Portugal a seguinte mensagem:
Exmº Senhor Primeiro Ministro Exmº Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros
O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente apela ao Governo de Portugal para que, directamente e através das instâncias comunitárias, em nome dos valores e princípios que Portugal e a União Europeia defendem, e considerando a existência de precedentes em situações análogas, pressione o governo de Israel no sentido de libertar imediata e incondicionalmente o defensor de direitos humanos palestino Mahmoud Nawajaa cuja detenção se deve unicamente a exercer os seus direitos à liberdade de expressão e de associação sendo, portanto, um prisioneiro de consciência.
No dia 30 de Julho, às 3:30 da manhã, as forças de ocupação israelitas prenderam o Coordenador Geral do Comité Nacional BDS palestino, Mahmoud Nawajaa, na sua casa perto de Ramala, no território palestino ocupado (TPO). Assaltaram a sua casa, vendaram-no e algemaram...
A propósito do assassinato pela polícia israelita do jovem Lyad Hallak, e recordando outros atentados contra a vida de palestinos portadores de deficiência, a Associação Portuguesa de Deficientes apela às Nações Unidas e ao Governo de Portugal para que forcem Israel a respeitar os direitos humanos e, em particular, os direitos das pessoas com deficiência.
É este o teor da carta:
Apelo às Nações Unidas e ao Governo Português
No sábado de manhã, dia 30 de Março, em Jerusalém, o jovem palestino Lyad Hallak foi mortalmente atingido pelas balas disparadas por oficiais israelitas da polícia de fronteira. Lyad era autista e dirigia-se ao Centro Elwyn, centro especializado em cuidados a pessoas com deficiência.
Lyad foi atingido por mais de 10 balas pelo que o seu assassinato prefigura um atentado de ódio étnico, com a agravante deste ser mais um caso no rol de pessoas com deficiência vítimas das forças militares israelitas. Nos últimos anos, como informa o Centro de Informações de Israel para os...
A Junta de Freguesia de Quinta do Anjo, na sua reunião de 15 de Julho, aprovou por unanimidade uma moção de solidariedade com o povo palestino e de condenação da anunciada anexação por Israel de território da Cisjordânia palestina. O executivo da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo é composto por três eleitos da CDU e dois do PS.
Este é o texto da moção aprovada:
Moção
Contra a anexação da Cisjordânia por Israel
Na sequência da política de agressão e limpeza étnica prosseguida por Israel sobre o povo palestino, ao longo das últimas décadas, o novo governo israelita tem vindo a anunciar para breve a anexação de cerca de 30% dos territórios palestinos ocupados. A apresentação do plano concreto de anexação esteve agendada para hoje, dia 1 de julho, mas poderá ter sido adiada para data a definir, devido quer a desentendimentos internos dentro do governo de coligação, quer à falta de acordo com o governo norteamericano, que tem sido, aliás, um dos grandes impulsionadores da medida. Esta...
"Não à anexação!” e “Fim aos crimes de Israel!” foram as palavras de ordem que levaram três centenas de pessoas a reunir-se hoje no Largo do Marim Moniz, em Lisboa, num acto público convocado pela CGTP-IN, pelo CPPC e pelo MPPM e que contou com a adesão de outras organizações.
O evento iniciou-se com poesia palestina dita pelo actor Fernando Jorge Lopes, do Teatro Extremo (Almada).
Seguiram-se intervenções de Beatriz Goulart (CPPC), João Barreiros (CGTP-IN) e Carlos Almeida (MPPM).
Foi mais uma jornada de solidariedade com o povo da Palestina, a exemplo de outras que decorrem por todo o mundo, reclamando dos governos medidas corajosas contra o projecto anexionista de Israel.