O governo dos Estados Unidos anunciou hoje, 31 de Agosto, que punha fim ao financiamento da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos no Médio Oriente.
No seu comunicado, o governo de Trump criticou a UNRWA pelo seu «modelo de negócio insustentável e defeituoso e as suas práticas fiscais». A «comunidade infinita e exponencialmente crescente de beneficiários da UNRWA é simplesmente insustentável e está em modo de crise há muitos anos. […] A administração reviu cuidadosamente a questão e determinou que os Estados Unidos não farão mais contribuições para a UNRWA».
As autoridades palestinas criticaram duramente esta decisão dos EUA. «As consecutivas decisões americanas representam um ataque flagrante contra o povo palestino e um desafio às resoluções da ONU», declarou Nabil Abu Rdainaho, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. «Tal punição não conseguirá mudar o facto de que os Estados Unidos já não têm um papel na região e de que não fazem...
Os EUA devem anunciar proximamente a rejeição do direito de retorno à Palestina dos refugiados palestinos e a suspensão de financiamento à UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos, anunciou ontem a Israel Television News Company.
Segundo a News Company, a administração estado-unidense deve publicar no início de Setembro um relatório que limita o número de refugiados palestinos a meio milhão, ou seja, cerca de um décimo do número contabilizado pela ONU.
De acordo com a definição da UNRWA, os refugiados da Palestina são definidos como «pessoas cujo local de residência habitual era a Palestina durante o período de 1 de Junho de 1946 a 15 de Maio de 1948, e que perderam tanto o lar quanto os meios de subsistência como resultado do conflito de 1948». A UNRWA foi fundada em 1949 para dar assistência aos mais de 750.000 palestinos vítimas da limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas antes e depois da criação de Israel. Hoje há cerca de 5 milhões de...
Os Estados Unidos vão cortar mais de 200 milhões de dólares de ajuda aos palestinos, informou o Departamento de Estado na sexta-feira 24 de Agosto. Um alto funcionário do Departamento de Estado afirmou num comunicado que os fundos, originalmente destinados a programas na Cisjordânia e em Gaza, seriam redireccionados para «projectos de alta prioridade em outros lugares».Este anúncio insere-se no conjunto de pressões sobre a direcção palestina para a forçar a renunciar à sua posição, reafirmada pelo Conselho Nacional Palestino (a mais alta instância da OLP), de recusar os Estados Unidos como mediador do «processo de paz» depois de os EUA reconhecerem Jerusalém como a capital de Israel e transferirem para aí a sua embaixada, contrariando décadas de política estado-unidense e violandio a legalidade internacional.A administração Trump está a preparar um «plano de paz» alegadamente destinado a iniciar conversações entre Israel e os palestinos para pôr fim ao conflito. O anúncio público do...
O Conselho Central Palestino (CCP), o segundo órgão mais importante da OLP — depois do Conselho Nacional Palestino —, afirmou na passada sexta-feira, 17 de Agosto, a sua forte rejeição do chamado «acordo do século», sublinhando que irá combatê-lo com todos os meios disponíveis. , Segundo relata a agência noticiosa oficial palestina Wafa, o Conselho considerou também que o governo estado-unidense é um parceiro do governo de ocupação israelita e que faz parte do problema e não da solução.
No comunicado final da sua 29.ª sessão ordinária, realizada na sede presidencial em Ramallah e presidida por Mahmoud Abbas, o Conselho Central sublinhou a continuação do corte de relações políticas com o governo dos EUA até que ele retire as suas decisões ilegais sobre Jerusalém, os refugiados e os colonatos.
Também sublinhou que a relação entre a Palestina e o governo de Israel como potência ocupante é uma relação baseada no conflito entre o povo palestino e seu Estado ocupado e a potência ocupante.
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Israel rejeitou um relatório apresentado na sexta-feira, 17 de Agosto, pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, delineando opções para fortalecer a protecção dos palestinos nos territórios ocupados por Israel.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, respondeu que «a única protecção que o povo palestino precisa é dos seus próprios dirigentes».
Guterres apresentou as suas propostas num relatório de 14 páginas, preparado a pedido da Assembleia Geral das Nações Unidas, na sequência da matança de palestinos pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, que desde 30 de março, dia do início da «Grande Marcha de Retorno», se salda já em 171 mortos.
A Assembleia Geral pediu o relatório numa resolução adoptada em Junho — por 120 votos a favor, 8 contra e 45 abstenções — que condenava Israel por força excessiva contra os palestinos. A ONU tinha solicitado propostas para garantir «a segurança, a protecção e o bem-estar da população civil palestina sob a ocupação israelita, incluindo...
Artigo publicado no Haaretz em 27 de Junho de 2018Ahmad Tibi é vice-presidente do Knesset (parlamento de Israel). É deputado da Lista Conjunta (coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista) A foto que imortalizou o último encontro entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e a equipa de Trump para o Médio Oriente era muito reveladora: dos cinco homens na foto, quatro eram judeus estado-unidenses. Todos os cinco viveram durante décadas ou durante toda a vida nos EUA. Todos os cinco são convictos sionistas de direita. Todos os cinco apoiaram os colonatos israelitas em território ocupado, política e financeiramente; todos os cinco opõem-se à solução de dois Estados; todos os cinco opõem-se à igualdade entre israelitas e palestinos; e todos os cinco identificam-se com os sectores mais recalcitrantes do Partido Republicano. Como é que eles conseguem a quadratura do círculo de rejeitarem a igualdade para todos os que vivem sob o controlo de Israel mas ao mesmo...
O Senado da Irlanda aprovou hoje, 11 de Julho, um projecto de lei que proíbe a importação de produtos dos colonatos israelitas nos territórios palestinos ocupados.
Aprovado por 25 votos a favor, 20 contra e 14 abstenções, o Projecto de Lei de Controlo de Actividades Económicas (Territórios Ocupados) proíbe «a importação e venda de bens, serviços e recursos naturais originários de colonatos ilegais em territórios ocupados». A medida legislativa, a que o governo irlandês se opôs, foi apresentada pela senadora independente Frances Black e mereceu o apoio de outros senadores independentes e ainda de senadores do Fianna Fáil, Sinn Féin e Verdes.
Após esta aprovação na câmara alta do parlamento irlandês, o Seanad, o projecto terá ainda de passar por outras votações no Seanad e depois na câmara baixa antes de se converter em lei.
A União Europeia tem em vigor uma directiva, praticamente ignorada, que impõe a rotulagem dos produtos oriundos dos colonatos, mas este projecto, se for aprovado em...
O parlamento de Israel aprovou ontem, 2 de Julho, uma lei para penalizar financeiramente a Autoridade Palestina pelo pagamento de subsídios aos palestinos presos por Israel, às suas famílias e às famílias dos que foram feridos ou mortos pelas forças israelitas, num total de cerca de 35 000.
Os palestinos encaram os presos nas cadeias de Israel, bem como os feridos e mártires (mortos), como heróis da luta de libertação nacional, merecedores de assistência financeira.
Dos 120 deputados do Knesset (parlamento), 87 votaram a favor e apenas 15 se opuseram à lei, que impõe a retenção de uma parte dos cerca de 130 milhões de dólares de impostos que Israel recolhe por mês dos contribuintes palestinos e que deveria entregar à Autoridade Palestina. Parte do chamado Acordo Oslo II entre Israel e a OLP, este mecanismo provisório está previsto no Protocolo de Paris de 1994.
Além dos cinco deputados do partido Meretz, todos os outros votos contra vieram da Lista Conjunta (coligação de partidos...
Artigo publicado em Middle East Eye em 15 de Junho de 2018 Há sinais crescentes de que o muito adiado plano de paz de Donald Trump para o Médio Oriente — anunciado como o «acordo do século» — está prestes a ser desvendado.Embora os colaboradores de Trump não tenham divulgado nada publicamente, os contornos do plano são já evidentes, segundo vários analistas.Estes observam que Israel já começou a aplicar o acordo — consolidando o «apartheid» que impõe aos palestinos — enquanto Washington passou os últimos seis meses a arrastar os pés quanto à publicação do documento.«Netanyahu continuou simplesmente a aprofundar o seu controlo sobre a Cisjordânia e Jerusalém Oriental — e sabe que os americanos não lhe vão barrar o caminho», declarou Michel Warschawski, analista israelita e dirigente do Centro de Informação Alternativa em Jerusalém.«Ele terá rédea livre para fazer o que quiser, quer eles publiquem o plano quer ele acabe por nunca ver a luz do dia», declarou ele à Middle East Eye.Eran...
Os Estados Unidos congelaram completamente a sua assistência civil à Autoridade Palestina, segundo o site noticioso israelita Walla.
A ajuda foi suspensa ao abrigo da «Lei Taylor Force» (do nome de um cidadão estado-unidense morto em Israel em 2016 por um palestino da Cisjordânia), aprovada em Março pelo Congresso dos Estados Unidos. A lei visa obrigar a Autoridade Palestina a deixar de pagar subsídios mensais aos presos palestinos nas prisões israelitas e às famílias de palestinos mortos e feridos por Israel.
Na sociedade palestina, a Organização de Libertação da Palestina (OLP) tem a responsabilidade de fornecer assistência financeira às famílias dos que foram mortos, feridos ou presos pelas forças israelitas.
Washington tem quatro condições que deverão ser cumpridas antes de a assistência poder ser retomada: parar os pagamentos aos presos e famílias de palestinos mortos por Israel; revogar as leis que garantem o pagamento desses salários; tomar medidas «credíveis» para combater o...