O embaixador da Palestina nos Estados Unidos, Husam Zomlot, declarou que tinha sido expulso do país e que as contas bancárias da sua família haviam sido congeladas, dias depois de o Departamento de Estado dos EUA ordenar o fecho da representação da Organização de Libertação da Palestina em Washington.
Os vistos do embaixador e da sua família, que eram válidos até 2020, foram revogados. Os filhos do embaixador, Said, de 7 anos, e a filha Alma, de 5 anos, foram retirados da escola que frequentavam em Washington e já deixaram o país.
Por outro lado, todas as contas bancárias ligadas à OLP nos Estados Unidos também foram congeladas, informou o site noticioso israelita Ynet.
Os EUA anunciaram na semana passada o fecho do escritório da OLP em Washington, medida que John Bolton, assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, descreveu como uma «punição» por a organização palestina ter pedido que Israel seja investigado pelo Tribunal Penal Internacional.
Há 25 anos, em 13 de Setembro de 1993, eram assinados em Washington os chamados Acordos de Oslo, selados por um aperto de mão entre Yasser Arafat, presidente da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel.
A assinatura dos Acordos criou em muitos a ilusão de que se abria a porta para a independência da Palestina. Mas foram também numerosos aqueles que alertaram para os perigos de um acordo desigual, sob a égide dos EUA, principal aliado do regime sionista. Enquanto Israel se limitou a «reconhecer a OLP como a representante do povo palestino», a OLP reconheceu «o direito do Estado de Israel a existir em paz e segurança», ou seja, renunciou a 78% do território da Palestina histórica em troca da esperança da constituição de um Estado nos restantes 22% (Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental), sem qualquer garantia do reconhecimento por Israel do seu próprio Estado nos territórios ocupados em 1967.
O governo dos Estados Unidos anunciou hoje, 10 de Setembro, que ia fechar a delegação diplomática da Organização de Libertação da Palestina em Washington, existente desde 1994, após a assinatura do acordo de paz Oslo I com Israel (1993).
Trata-se de mais uma perigosa escalada do ataque dos EUA ao povo palestino e aos seus direitos nacionais, que só nos últimos tempos passou nomeadamente pela cessação total do financiamento à UNRWA,a agência da ONU de apoio aos refugiados palestinos, e pelo corte do financiamento destinado aos hospitais palestinos de Jerusalém.
Uma declaração do Departamento de Estado afirma que «a OLP não tomou medidas para avançar o início de negociações directas e significativas com Israel». A direcção da OLP, diz o Departamento de Estado, «condenou um plano de paz dos EUA que ainda não viu e recusou-se a interagir com o governo dos EUA em relação aos esforços de paz e outros assuntos».
O MPPM condena a decisão do governo dos Estados Unidos da América, anunciada no passado dia 31 de Agosto, de pôr fim à sua contribuição anual de 360 milhões de dólares de financiamento à UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos no Médio Oriente, privando-a desse modo de um terço do seu orçamento.
A administração Trump dá assim um novo e perigoso passo na concretização do propalado «acordo do século», ainda antes de ser formalmente apresentado, o qual mais não visa do que «resolver» a questão palestina satisfazendo as pretensões do regime sionista de Israel e forçando o povo palestino a abdicar dos seus legítimos e imprescritíveis direitos nacionais. Sendo transparentes as razões políticas desta decisão, os argumentos invocados carregam uma insuportável hipocrisia.
Um ataque aéreo da coligação liderada pela Arábia Saudita, que em 9 de Agosto matou pelo menos 26 crianças e feriu pelo menos outras 19 pessoas num autocarro escolar em Dhahyan, no Norte do Iémen, aparentemente é um crime de guerra, declarou hoje a Human Rights Watch.
Desde que em Março de 2015 o conflito no Iémen se intensificou, prossegue a Human Rights Watch (HRW), foram realizados numerosos ataques aéreos da coligação em violação das leis da guerra, sem que tenham sido objecto de investigações adequadas, o que faz com que os fornecedores de armas possam ser cúmplices de crimes de guerra.
A CNN revelou posteriormente que o ataque foi executado usando uma bomba fabricada nos Estados Unidos que foi vendida à Arábia Saudita. A HRW identificou munições de origem estado-unidense nos locais de pelo menos 24 outros ataques ilegais da coligação no Iémen.
O governo dos Estados Unidos anunciou hoje, 31 de Agosto, que punha fim ao financiamento da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos no Médio Oriente.
No seu comunicado, o governo de Trump criticou a UNRWA pelo seu «modelo de negócio insustentável e defeituoso e as suas práticas fiscais». A «comunidade infinita e exponencialmente crescente de beneficiários da UNRWA é simplesmente insustentável e está em modo de crise há muitos anos. […] A administração reviu cuidadosamente a questão e determinou que os Estados Unidos não farão mais contribuições para a UNRWA».
Os EUA devem anunciar proximamente a rejeição do direito de retorno à Palestina dos refugiados palestinos e a suspensão de financiamento à UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos, anunciou ontem a Israel Television News Company.
Segundo a News Company, a administração estado-unidense deve publicar no início de Setembro um relatório que limita o número de refugiados palestinos a meio milhão, ou seja, cerca de um décimo do número contabilizado pela ONU.
Os Estados Unidos vão cortar mais de 200 milhões de dólares de ajuda aos palestinos, informou o Departamento de Estado na sexta-feira 24 de Agosto. Um alto funcionário do Departamento de Estado afirmou num comunicado que os fundos, originalmente destinados a programas na Cisjordânia e em Gaza, seriam redireccionados para «projectos de alta prioridade em outros lugares».
Este anúncio insere-se no conjunto de pressões sobre a direcção palestina para a forçar a renunciar à sua posição, reafirmada pelo Conselho Nacional Palestino (a mais alta instância da OLP), de recusar os Estados Unidos como mediador do «processo de paz» depois de os EUA reconhecerem Jerusalém como a capital de Israel e transferirem para aí a sua embaixada, contrariando décadas de política estado-unidense e violandio a legalidade internacional.
O Conselho Central Palestino (CCP), o segundo órgão mais importante da OLP — depois do Conselho Nacional Palestino —, afirmou na passada sexta-feira, 17 de Agosto, a sua forte rejeição do chamado «acordo do século», sublinhando que irá combatê-lo com todos os meios disponíveis. , Segundo relata a agência noticiosa oficial palestina Wafa, o Conselho considerou também que o governo estado-unidense é um parceiro do governo de ocupação israelita e que faz parte do problema e não da solução.
No comunicado final da sua 29.ª sessão ordinária, realizada na sede presidencial em Ramallah e presidida por Mahmoud Abbas, o Conselho Central sublinhou a continuação do corte de relações políticas com o governo dos EUA até que ele retire as suas decisões ilegais sobre Jerusalém, os refugiados e os colonatos.
Israel rejeitou um relatório apresentado na sexta-feira, 17 de Agosto, pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, delineando opções para fortalecer a protecção dos palestinos nos territórios ocupados por Israel.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, respondeu que «a única protecção que o povo palestino precisa é dos seus próprios dirigentes».
Guterres apresentou as suas propostas num relatório de 14 páginas, preparado a pedido da Assembleia Geral das Nações Unidas, na sequência da matança de palestinos pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, que desde 30 de março, dia do início da «Grande Marcha de Retorno», se salda já em 171 mortos.