Milhares de palestinos protestaram nesta terça-feira na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza cercada contra o lançamento do «plano de paz» do governo dos EUA para o Médio Oriente. Cerca de 3000 pessoas manifestaram-se em Nablus, no norte da Cisjordânia, registando-se também manifestações em Ramala e Hebron. Na Faixa de Gaza foi convocada uma greve geral e a maioria das lojas e restaurantes fecharam. Numa conferência de dois dias no Barém, iniciada na terça-feira, os EUA propõem-se apresentar um conjunto de propostas económicas, alegadamente com o objectivo de abrir caminho para um processo de paz entre israelenses e palestinos. A apresentação da parte política do plano vem a ser sucessivamente adiada, estando agora anunciada para depois das eleições israelitas de Setembro. Contudo, está posta de parte a hipótese de os planos estado-unidenses contemplarem uma solução justa para a questão israelo-palestina. Em entrevista concedida à estação televisiva Al-Jazeera, Jared Kushner...
Os dirigentes palestinos rejeitaram as propostas da parte económica do «acordo do século» dos EUA, que serão discutidas numa reunião internacional a realizar esta semana no Barém.
«Primeiro que tudo, dêem-nos a nossa terra e a nossa liberdade», declarou o ministro das Finanças da Autoridade Palestina, Shukri Bishara. «Não precisamos da reunião do Barém para construir o nosso país, precisamos da paz, e a sequência do plano — recuperação económica seguida pela paz — é irrealista e uma ilusão»,
De facto, a apresentação da parte política do «plano de paz» da administração Trump, está mais uma vez adiada, desta vez para depois das eleições israelitas de Setembro.
Quanto à parte económica, o seu conteúdo foi reveladas por Jared Kushner, conselheiro para o Médio Oriente e genro de Donald Trump. Pomposamente intitulado «Paz para a prosperidade», o plano acena com investimentos de 50 mil milhões de dólares (44 mil milhões de euros), dos quais 28 mil milhões seriam destinados a projectos nos...
Este Verão marca um aniversário importante, mas muitas vezes negligenciado, na história da Faixa de Gaza. Há trinta anos, em Junho de 1989, Israel impôs pela primeira vez um sistema de cartão magnético para restringir a saída de residentes palestinos. A quem tivesse sido negado um cartão seria impedida a saída.
Embora o bloqueio de Israel a Gaza seja frequentemente visto como uma resposta à ascensão do Hamas ao poder em 2006-2007, o isolamento do enclave remonta a três décadas atrás e, para muitos analistas, essa perspectiva histórica é essencial para entender os desenvolvimentos actuais.
«Eu acho que é extremamente importante olhar para o contexto mais amplo para entender o que está a acontecer hoje em Gaza», disse Tania Hary, directora executiva da ONG israelita de direitos humanos Gisha, à Al Jazeera.
«A maioria das pessoas acredita erroneamente que o que está a acontecer é o resultado de o Hamas estar no poder e que, conquanto a crise humanitária seja um efeito colateral “infeliz”...
A Associação de Futebol de Israel tem entre os seus membros seis equipas de futebol dos colonatos ilegais construídos em território palestino ocupado pela violência. A FIFA recusa impor-lhe a sua norma que proíbe a organização de jogos em território ocupado. Entretanto, a Puma assumiu o patrocínio da Associação de Futebol de Israel quando a Adidas se retirou sob pressão da opinião pública internacional.
Os colonatos são ilegais pelo direito internacional
Desde que, em 1967, Israel ocupou militarmente a Cisjordânia (além da Faixa de Gaza, de Jerusalém Oriental e dos Montes Golã sírios), tem desenvolvido uma política de facto consumado nos territórios ocupados, nomeadamente, através da construção de colonatos. Os colonatos são ilegais à luz do direito internacional humanitário (IV Convenção de Genebra) que proíbe uma potência ocupante de alterar demograficamente o território ocupado ou de aí efectuar construções permanentes.
Em 23 de Dezembro de 2016 o Conselho de Segurança da ONU aprovou...
David Friedman, embaixador dos EUA em Israel, disse numa entrevista publicada neste sábado no New York Times que o Estado sionista tem o direito de anexar pelo menos «parte» da Cisjordânia ocupada.
Os palestinos condenaram de imediato as declarações de Friedman, que é há muito um férreo defensor dos colonatos, tendo dirigido antes de ser nomeado embaixador a organização sionista Friends of Bet El, que financia colonatos construídos em terras palestinas roubadas.
Saeb Erekat, secretário-geral do Comité Executivo da OLP, afirmou que as declarações de Friedman evidenciam que a sua visão, que compartilha com o presidente dos EUA, Donald Trump, é «a anexação do território ocupado, que é um crime de guerra segundo o direito internacional».
Mustafa Barghouti, outro dirigente palestino, disse que as declarações de Friedman não são surpreendentes, porque «Friedman foi identificado há muito tempo como o porta-voz dos colonos».
«Em certas circunstâncias», afirmou o embaixador na entrevista, «acho que...
Pierre Vidal-Naquet usou esta expressão contra os falsários e negacionistas que negavam ou minimizavam a escala e a premeditação do extermínio perpetrado pelos nazis contra os judeus, os ciganos, os comunistas, os homossexuais…
Eu utilizo-a contra aqueles que se apropriaram da história, da memória e das identidades judaicas para construir, em nome dos judeus, um Estado de apartheid que lembra em muitos planos, segundo o historiador Zeev Sternhell, a Alemanha da década de 1930.
Israel, uma sociedade à deriva.
O resultado das eleições israelitas de 2019 apresenta uma fotografia mais do que inquietante desta sociedade. Cem deputados eleitos (em 120) são abertamente favoráveis ao apartheid. A «Lei sobre Israel Estado-Nação do Povo Judaico» é alvo de um amplo consenso. Ela lembra em muitos aspectos o arsenal jurídico que o apartheid sul-africano tinha fabricado. Declarações que normalmente deveriam levar os seus autores a tribunal servem de argumento eleitoral.
Jared Kushner, conselheiro para o Médio Oriente e genro de Donald Trump, expressou dúvidas sobre a capacidade dos palestinos de se governarem a si próprios, numa entrevista televisiva transmitida neste domingo.
Kushner é o arquitecto do plano de paz de Trump para o Médio Oriente, há muito anunciado mas ainda não revelado.
Na entrevista ao site noticioso Axios, quando interrogado sobre se acreditava que os palestinos são capazes de se governar sem a interferência de Israel, Kushner disse: «Isso é uma coisa que teremos que ver. A esperança é que eles, com o tempo, se tornem capazes de governar.»
Ao ser-lhe perguntado se os palestinos poderiam esperar serem livres da interferência militare e governamental de Israel, respondeu que issso seria uma «fasquia alta».
Kushner evitou novamente dizer explicitamente se o plano incluiria uma solução de dois Estados. Em vez disso, declarou: «Acho que eles deveriam ter autodeterminação. Vou deixar os pormenores até revelarmos o plano propriamente dito.»
A Administração Civil do Ministério da Defesa de Israel, órgão que administra a ocupação da Cisjordânia, vai leiloar na próxima semana bens doados pela UE e por vários países europeus e que o exército sionista confiscou a civis palestinos em Outubro passado.
Segundo informa Juan Carlos Sanz, correspondente do jornal espanhol El País, trata-se dos materiais usados na construção de duas salas de aula pré-fabricadas de uma escola da localidade de Ibziq, no Vale do Jordão, na Cisjordânia ocupada.
O leilão dos bens doados pela UE e confiscados por Israel veio anunciado no jornal israelita Maariv e deve realizar-se nas unidades da Administração Civil situadas em colonatos ilegais na Cisjordânia ocupada: Beit El (a nordeste de Ramala) e Gush Etzion (bloco de colonatos a sudoeste de Belém) na segunda-feira e terça-feira próximas.
A demolição pelos soldados israelitas das duas salas de aula construídas com fundos europeus — com capacidade para 49 alunos de 6 a 12 anos — foi na altura condenada...
Jason Greenblatt, enviado dos EUA para o Médio Oriente, apelou à dissolução da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos. Falando numa reunião do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, Greenblatt disse que a UNRWA deveria ser desmantelada e que a responsabilidade pelos refugiados palestinos deve ser assumida pelos países que os acolhem.
«Precisamos de falar com os governos anfitriões para começar uma conversa sobre o planeamento da transição dos serviços da UNRWA para os governos anfitriões ou para outras organizações não governamentais locais ou internacionais, conforme seja apropriado», afirmou.
A UNRWA, criada em 1949 para dar assistência aos mais de 750 000 palestinos vítimas da limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas por ocasião da criação de Israel, é actualmente imprescindível para a sobrevivência dos cerca 5,3 milhões de refugiados palestinos nos territórios palestinos ocupados da Faixa de Gaza e Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental...
Os dirigentes palestinos não participarão na conferência económica que os Estados Unidos vão organizar em Junho no Barém, primeira etapa do «plano de paz» de Trump para a Palestina.
O governo dos EUA anunciou uma «oficina» económica em 25 e 26 de Junho em Manama para aumentar o investimento na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o que alegadamente permitiria a melhoria das condições de vida dos palestinos que vivem sob ocupação israelita.
A Autoridade Palestina recusou já participar no encontro. «A questão económica deve ser um resultado da solução política», declarou o primeiro-ministro da AP, Mohammad Shtayeh, «porque o povo e a direcção palestinos não procuram apenas melhorar as condições de vida sob ocupação. Qualquer solução para o conflito na Palestina surgirá apenas através de uma solução política destinada a acabar com a ocupação e a realizar os direitos dos palestinos num Estado independente, soberano e viável nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como capital, e o direito de...