O presidente Donald Trump declarou hoje que os Estados Unidos se retiram do acordo nuclear multilateral com o Irão. Trump afirmou que o acordo, conhecido pela sigla inglesa JCPOA (Plano de Acção Conjunto Global), foi um «acordo unilateral horrível que nunca deveria ter sido feito» e anunciou «o mais alto nível de sanções» contra Teerão.Nos termos do acordo, assinado em 2015 entre o Irão e a China, os EUA, a França, o Reino Unido e a Rússia, e ainda a Alemanha e a União Europeia, o Irão reduziria o seu programa de enriquecimento de urânio e prometia não se dotar de armas nucleares. Inspectores da ONU confirmaram repetidamente que o Irão respeitou o acordo.Minutos depois do discurso de Trump, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que pode ser possível preservar o JCPOA se as próximas reuniões com os países da Europa, Rússia e China permitirem chegar a uma solução mutuamente benéfica. Os outros países signatários do acordo declararam também a sua intenção de o manter. A Turquia...
1. O MPPM condena energicamente a agressão efectuada pelos Estados Unidos da América, Reino Unido e França contra a República Árabe Síria, na noite de 13 para 14 de Abril de 2018. O ataque com mais de cem mísseis cruzeiro é ilegal à luz do Direito Internacional. Violou a Carta da ONU e foi efectuado à margem do seu Conselho de Segurança. O ataque seguiu-se a uma agressão análoga lançada por Israel na noite de 9 de Abril.
2. É de registar o facto de o ataque dos EUA, RU e França ter sido efectuado na véspera da anunciada chegada duma equipa da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ, ou OPCW na sua sigla em inglês), que deveria visitar Douma, o local do alegado ataque com armas químicas que foi usado como pretexto para desencadear a agressão. Neste sentido, o ataque pode ser encarado como uma tentativa de impedir que a organização internacional encarregue de avaliar o cumprimento da Convenção sobre as Armas Químicas pudesse desempenhar o seu trabalho.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adoptou várias resoluções sobre Israel e a sua ocupação ilegal da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Montes de Golã, e também sobre as violações dos direitos humanos dos palestinos, durante a sua 37.ª sessão, que terminou na passada sexta-feira, 23 de Março.Uma das resoluções pede à comunidade internacional um embargo da venda de armas a Israel, fazendo-se eco das campanhas internacionais a favor de um embargo da venda de armas a Israel desde o seu último ataque contra a Faixa de Gaza, em 2014.Outras resoluções apelam a Israel a que se retire dos Montes Golã ocupados, tomados à Síria após a guerra de 1967, regresse às fronteiras anteriores a 1967 e suspenda a construção de colonatos na Cisjordânia. A última resolução condena Israel pelas suas violações dos direitos humanos dos palestinos que vivem sob a ocupação.Embora as resoluções sejam sobretudo simbólicas, já que a ONU não possui um mecanismo para impor a sua aplicação, representam um...
Há 15 anos começou a invasão do Iraque, a chamada operação «Liberdade do Iraque». Na noite de 19 para 20 de Março de 2003, o presidente estado-unidense George W. Bush deu a ordem para a invasão, levada a cabo por uma coligação de países sob direcção dos EUA.Os principais pretextos para a invasão foram a eliminação do arsenal de armas de destruição maciça que o Iraque pretensamente teria e as supostas ligações do regime iraquiano à al-Qaeda. Esses «argumentos» foram usados numa intensa e maciça campanha de mistificação informativa, em que alinharam todos os grandes meios de comunicação social, que reproduziram, acriticamente ou de forma cúmplice, as falsidades produzidas pelos serviços de informações ocidentais.Afinal, as «razões» apresentadas pelos dirigentes estado-unidenses e britânicos para a invasão do Iraque — aceites e repetidas pelos seus aliados, incluindo o primeiro-ministro português Durão Barroso — vieram a mostrar-se todas falsas: nem sinais de armas de destruição em massa...
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou hoje que a relação entre os Estados Unidos e Israel «nunca foi tão boa». A afirmação foi feita ao receber na Casa Branca o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que se encontra de visita a Washington.Donald Trump afirmou que não afasta a possibilidade de participar na inauguração da embaixada dos EUA em Israel, marcada para 15 de Maio, 70.º aniversário da proclamação de Israel e simultaneamente da Nakba, a limpeza étnica de mais de 700.000 palestinos, em 1948.«Estou orgulhoso desta decisão», acrescentou Trump na Sala Oval, referindo-se à sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de para aí transferir a embaixada dos Estados Unidos, que actualmente se encontra em Tel Aviv. A decisão unilateral e ilegal dos Estados Unidos foi unanimemente condenada pelos palestinos, que consideraram que desse modo os EUA se excluíam do papel de mediadores. Também a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 21 de...
O «plano de paz» dos EUA para resolver a questão palestina passa por um Estado palestino com soberania limitada e pela negação do direito ao retorno dos refugiados palestinos, noticiou ontem, 28 de Fevereiro, a imprensa israelita, citando o jornal pan-árabe Asharq Al-Awsat, publicado Londres.O jornal evoca «fontes diplomáticas árabes conhecedoras» em Paris, segundo as quais que os EUA planeiam apresentar o seu plano no âmbito de uma conferência internacional a realizar numa capital árabe.A notícia surge após uma reunião em Bruxelas, no início da semana, em que os ministros dos Negócios Estrangeiros árabes e os seus homólogos europeus discutiram a questão israelo-palestino na sequência de informações que sugerem que o governo dos Estados Unidos anunciará em breve o seu «plano de paz».Segundo os diplomatas, os Estados Unidos não descartam a possibilidade de Jerusalém Oriental ser a capital do futuro Estado palestino, mas a Cidade Velha (que se encontra em Jerusalém Oriental, território...
Os Estados Unidos vão mudar a sua embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém em Maio, para coincidir com o 70.º aniversário da independência de Israel.O Departamento de Estado anunciou hoje que a embaixada dos EUA abrirá portas em Jerusalém em 14 de Maio, precisamente a véspera do dia em que se assinalam 70 anos desde a Nakba (catástrofe), a limpeza étnica de dois terços do povo palestino por Israel.A decisão estado-unidense, unilateral e ilegal, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e para aí transferir a sua capital, anunciada por Trump em 6 de Dezembro, desencadeou uma onda de protestos dos palestinos e foi condenada no mundo inteiro.A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 21 de Dezembro, por maioria esmagadora, uma resolução que rejeita a decisão dos Estados Unidos e exorta todos os Estados «a absterem-se de estabelecer missões diplomáticas» em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980.Os palestinos condenaram hoje como uma...
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apelou a uma conferência internacional de paz, a realizar em meados de 2018, baseada nas resoluções internacionais e com uma ampla participação internacional, incluindo palestinos e israelitas, mas também actores regionais e internacionais.Falando no Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira 20 de Fevereiro, pela primeira vez desde 2009, Abbas afirmou que entre os resultados da conferência devem incluir-se a aceitação do Estado da Palestina como membro de pleno direito da ONU e o reconhecimento mútuo entre Palestina e Israel nas fronteiras de 1967.Abbas afirmou a solução dos dois Estados como base para as negociações de paz, o que significa um Estado da Palestina com Jerusalém como capital vivendo lado a lado com Israel em paz e segurança nas fronteiras de 4 de Junho de 1967. Sublinhou que uma questão fundamental é Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina, bem como uma solução justa e acordada da questão...
O Serviço de Acção Externa da União Europeia, encabeçado por Federica Mogherini, publicou um comunicado sobre a recente «escalada de incidentes militares» em Gaza que é um consumado exercício de mentira e enviesamento a favor de Israel.Publicado no passado dia 19 de Fevereiro pelo porta-voz do Serviço de Acção Externa, o comunicado afirma que a escalada é «em resposta a um ataque à bomba … que feriu quatro soldados israelitas», considera «inaceitáveis» os ataques de rockets efectuados a partir de Gaza e diz que os «grupos terroristas» de Gaza devem ser desarmados.O Serviço de Acção Externa da União Europeia diz desejar uma «solução política para Gaza, no quadro da perspectiva de uma solução de dois Estados». Louváveis e piedosos votos! Mas nem uma palavra para contextualizar o acontecido, para dizer que a Faixa de Gaza é um território ilegalmente ocupado por Israel desde 1967 e sujeito há mais de dez anos a um cerco desumano, condenando dois milhões de palestinos a viver uma terrível...
Artigo publicado em Orient XXI em 5 de Fevereiro de 2018 Submetidos a um bloqueio israelita com mais de dez anos, milhões de palestinos encerrados em Gaza vivem uma situação dramática que, no entanto, não suscita nenhuma indignação da «comunidade internacional». E os próximos meses podem ser ainda piores.Na manhã de 22 de Janeiro de 2018 as portas das lojas da Faixa de Gaza permaneceram obstinadamente fechadas, e à tarde os punhos irados de centenas dos seus habitantes ergueram-se em sinal de derradeiro protesto contra a situação económica do território, já exausto. Esta greve seria seguida três dias depois por um novo dia de mobilização, na sequência da decisão dos Estados Unidos de congelar 65 milhões de dólares do orçamento anual atribuído à Agência de Socorro e Trabalhos das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East). A 29 de Janeiro o guião repete-se, e desta vez as ruas...