Combustível financiado pelo Catar entra em Gaza

Seis camiões-cisterna contendo 450 mil litros de combustível entraram na terça-feira na Faixa de Gaza cercada através da passagem de Karam Abu Salem/Kerem Shalom, informou uma fonte palestina citada pela Al Jazeera.
O combustível destina-se à central eléctrica da Faixa de Gaza, visando melhorar parcialmente o fornecimento de electricidade. As necessidades diárias de electricidade do enclave palestino, com dois milhões de habitantes, situam-se entre 450 e 500 megawatts. No entanto, desde há anos que o território, submetido há doze anos a um brutal e criminoso cerco imposto por Israel (com a colaboração do Egipto) sofre de escassez de electricidade devido à falta de combustível e à degradação das infraestruturas. No ano passado a única central eléctrica da Faixa de Gaza esteve desligada várias vezes devido à falta de combustível, e desde há muitos meses que só a electricidade só é fornecida durante quatro horas por dia, em média.
Na quarta-feira serão entregues mais sete camiões de combustível, informou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, acrescentando que até ao final do mês as entregas aumentarão gradualmente para 15 por dia.
Ao abrigo de um acordo mediado pela ONU, o Catar paga o combustível, que é entregue através de Israel com monitorização das Nações Unidas, informa a Al Jazeera citando uma fonte diplomática. O Catar estaria a agir «a pedido de países doadores na ONU, para evitar uma escalada do actual desastre humanitário».
A Autoridade Palestina (AP), baseada em Ramala, na Cisjordânia ocupada, opôs-se à medida. Um porta-voz de Rami Hamdallah, o primeiro-ministro da AP, declarou: «Qualquer ajuda financeira internacional à Faixa de Gaza deve ser aprovada ou coordenada pelo governo palestino», a fim de «preservar a unidade palestina» e impedir qualquer plano de separar Gaza da Cisjordânia.

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