MPPM protesta contra perseguição à solidariedade com a causa palestina

COMUNICADO 07/2019

O MPPM protesta contra a perseguição a activistas da solidariedade com a causa do povo palestino, nomeadamente Angeles Maestro em Espanha e Khaled Barakat na Alemanha, aos quais manifesta a sua solidariedade. 

Angeles Maestro e outras duas activistas são acusadas pela Audiência Nacional espanhola de colaboração com «organização terrorista» por recolherem fundos para a reconstrução da Faixa de Gaza, após a agressão israelita de 2014, que entregaram a Leila Khaled, conhecida dirigente da FPLP. Recorde-se que Leila Khaled visitou Portugal em Novembro de 2014, a convite do MPPM, e teve reuniões na Assembleia da República com o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina e com os Grupos Parlamentares do PCP, PEV, PSD, BE e PS.

Khaled Barakat, escritor e activista palestino, é alvo na Alemanha de uma «interdição política» que o impede de participar em quaisquer actividades ou eventos políticos. Barakat está ainda ameaçado, tal como Charlotte Kates, coordenadora internacional da Samidoun – Rede Internacional de Solidariedade com os Presos Palestinos, com a não renovação da sua autorização de residência no país.

O MPPM repudia o recrudescimento, em vários países, das tentativas de criminalizar e deslegitimar a solidariedade com o povo palestino, nomeadamente procurando estabelecer uma espúria equivalência da crítica ao sionismo e à política de Israel com o anti-semitismo, de que é recente exemplo a inaceitável resolução do Bundestag alemão visando equiparar a anti-semitismo o movimento internacional BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções).

O MPPM rejeita e denuncia a adopção, incluindo por Portugal, da definição de anti-semitismo da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA). Confundindo deliberadamente com anti-semitismo a crítica à política de Israel e ao sionismo, esta definição — e sobretudo os exemplos apresentados — abre as portas à limitação da liberdade de expressão e à criminalização da solidariedade com a causa do povo palestino.

As personalidades, movimentos e forças políticas solidárias com os legítimos direitos do povo palestino são alvo dessa linha de ataque, activa e abertamente promovida pelo Estado de Israel, nomeadamente através do seu Ministério dos Assuntos Estratégicos, enquanto inversamente se observa uma cada vez maior aproximação entre o regime sionista de Israel e governos e forças políticas de extrema-direita, racistas e mesmo, esses sim, anti-semitas.

O MPPM condena quaisquer tentativas de coarctar a liberdade de expressão e reitera a inteira legitimidade da crítica ao sionismo e às políticas de Israel e rejeita que esta seja assimilada ao anti-semitismo — como aliás nos últimos meses têm afirmado muitas centenas de académicos e intelectuais israelitas e judeus.

O MPPM, pautando a sua actividade pelos princípios da Constituição da República e do direito internacional, apela ao reforço do apoio e reafirma a sua solidariedade indefectível com a luta do povo palestino pelos seus legítimos e inalienáveis direitos nacionais, pelo fim da discriminação pelo fim do criminoso bloqueio à Faixa de Gaza, pelo fim da ocupação, pelo direito dos refugiados ao regresso ou a uma justa compensação, pela constituição de um Estado palestino nas fronteiras de 1967 e tendo Jerusalém Oriental por capital.


24 de Julho de 2019
A Direcção Nacional do MPPM

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