Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

As autoridades de ocupação israelitas emitiram uma ordem para a expulsão forçada das suas casas de 400 palestinos, incluindo mulheres e crianças, no bairro Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.

Segundo informa o Middle East Monitor, citando Fakhri Abu Diyab, especialista em assuntos de Jerusalém, as autoridades israelitas emitiram uma ordem de evacuação de 28 edifícios, albergando 80 famílias palestinas, para os entregar a colonos judeus que, por sua vez, os converterão em instalações militares.

«As alegações israelitas de que a propriedade dos edifícios pertence aos colonos judeus são infundadas», disse Abu Diyab, explicando que as famílias palestinas têm vivido nas suas casas desde 1956.

«A decisão da ocupação israelita é um crime e uma agressão que visa esvaziar a cidade dos seus residentes palestinos e criar um desequilíbrio demográfico que favorece os colonos», acrescentou.

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) realizaram nesta quinta-feira, 19 de Novembro de 2020, na Casa do Alentejo, em Lisboa, uma sessão pública dedicada ao tema «Médio Oriente: Defesa da Justiça e da Paz».

Registaram-se intervenções de Ilda Figueiredo, Presidente da Direcção Nacional do CPPC, Carlos Almeida, Vice-Presidente da Direcção Nacional do MPPM, José Goulão, jornalista e membro da Presidência do CPPC, e Nabil Abuznaid, Embaixador da Palestina em Portugal.

A situação na Palestina é indissociável da de todo o Médio Oriente, e isso reflectiu-se nas diferentes intervenções.

Houve um foco nas interferências e agressões externas, com especial destaque para os Estados Unidos e seus aliados europeus, recordando-se a sua responsabilidade nas guerras no Iraque, na Líbia, na Síria e no Líbano, ou ainda na agressão da Arábia Saudita ao Iémen.

O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell declarou-se hoje «profundamente preocupado com a decisão das autoridades israelitas de abrir o concurso para a construção de unidades habitacionais num colonato inteiramente novo em Giv’at HaMatos.»

«Este é um local-chave entre Jerusalém e Belém, na Cisjordânia ocupada. Qualquer construção de colonatos causará sérios danos às perspectivas de um Estado palestino viável e contíguo e, em termos mais gerais, à possibilidade de uma solução negociada de dois Estados de acordo com os parâmetros acordados internacionalmente e com Jerusalém como a futura capital de dois Estados.»

Em consequência da campanha lançada pela World Without Walls Europe e co-patrocinada por 46 organizações, entre as quais o MPPM, e que teve o apoio de mais de 10 000 cidadãos europeus, o CEiiA terminou o contrato com a Elbit Systems para a utilização dos seus ‘drones’ Hermes 900 pela EMSA. Mas, por outro lado, a Frontex contrata à IAI e à Elbit serviços de ‘drone’ para vigilância das fronteiras europeias.

Ambas as situações são analisadas no Comunicado de Imprensa da coligação World Without Walls Europe que divulgamos de seguida.

Comunicado de Imprensa

Bruxelas/Ramala, 9 de Novembro de 2020

A empresa portuguesa CeiiA decidiu recentemente não renovar o aluguer de dois ‘drones’ da empresa de armamento israelita Elbit para patrulha de fronteira e outras missões para a Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA).

As forças armadas israelitas prenderam duas activistas palestinas, Khitam al-Saafin e Shatha Tawil, na Cisjordânia ocupada, em incursões nocturnas realizadas na passada segunda-feira.

Khitam al-Saafin, presidente da União dos Comités de Mulheres Palestinas (UPWC) e membro do secretariado da União Geral das Mulheres Palestinas (GUPW), foi detida na sua casa, na cidade de Beitunia, a oeste de Ramala.

A UPWC denunciou a detenção de Saafin, que já fora anteriormente sujeita a uma detenção administrativa arbitrária, observando que esta vem inserida num ataque contínuo a mulheres palestinas, especialmente estudantes.

Maher Al-Akhras terminou ontem a sua greve de fome, que durou 103 dias, depois de ter chegado a acordo com as autoridades israelitas para o libertarem a 26 de Novembro. O acordo prevê a sua libertação na referida data e a não renovação da sua actual ordem de detenção administrativa.

Al-Akhras, pai de seis filhos, oriundo do distrito de Jenin, no Norte da Cisjordânia, foi detido a 27 de Julho, tendo-lhe sido imposta uma ordem de detenção administrativa de quatro meses sem qualquer acusação clara e com base em provas secretas não disponíveis nem mesmo para os seus advogados. Entrou imediatamente em greve de fome, exigindo a sua libertação da prisão.

Até à sua libertação, Al-Akhras ficará internado num hospital israelita para tratamento médico. Tentativas dos seus advogados de o transferir para um hospital palestino não têm tido acolhimento do Supremo Tribunal israelita.

As forças israelitas mataram hoje um palestino perto do posto de controlo militar de Huwara, a sul da cidade de Nablus, de acordo a agência noticiosa Wafa.

A vítima foi identificada como Bilal Adnan Rawajbeh, de 29 anos, da aldeia de Iraq Tayeh, a leste de Nablus. Era conselheiro jurídico com a patente de capitão nas Forças de Segurança Preventiva, um dos serviços de segurança da Autoridade Palestina.

O Crescente Vermelho palestino afirmou, numa declaração, que o exército israelita impediu os seus médicos de aceder ao local e de prestar primeiros socorros a Rawajbeh após ter sido baleado, e que o seu corpo está sob custódia israelita e não pôde ser imediatamente recuperado.

Um vídeo do incidente mostra soldados israelitas a abrir fogo sobre o veículo Hyundai branco que Bilal conduzia.

O jornalista e escritor Robert Fisk faleceu no passado dia 30 de Outubro, em Dublin, na Irlanda.

O The Independent, o jornal para que escreveu nos últimos 31 anos, resume assim o seu obituário: «Robert Fisk foi o correspondente multi-premiado do The Independent para o Médio Oriente. Viveu no mundo árabe durante mais de 40 anos, abrangendo a guerra na Síria e no Líbano, cinco invasões israelitas, a guerra Irão-Iraque, a invasão soviética do Afeganistão, a guerra civil argelina, a invasão do Kuwait por Saddam Hussein, as guerras da Bósnia e do Kosovo, a invasão e ocupação americana do Iraque e as revoluções árabes de 2011. Faleceu em Outubro de 2020 com 74 anos de idade.»

A sua busca incessante de fontes de informação e o rigor da sua análise fizeram com que fosse generalizadamente reconhecido como um dos mais conceituados correspondentes no Médio Oriente.

Amer Abdul-Rahim Snobar, de 18 anos, residente em Yatma, perto de Nablus, morreu hoje de manhã cedo depois de ter sido severamente espancado por soldados israelitas, de acordo com fontes médicas e de segurança palestinas.

Segundo fontes locais, as forças israelitas perseguiram e interceptaram o carro que Amer conduzia ao amanhecer numa estrada perto de Turmus Ayya, a nordeste de Ramala, na Cisjordânia ocupada, retiraram-no do carro e espancaram-no brutalmente com as coronhas das espingardas.

A vítima foi transportada de urgência para o Hospital Palestino, onde os médicos declararam o óbito. Os médicos disseram que foi exposto a múltiplos golpes violentos no pescoço e na zona superior do seu peito.

Uma declaração militar israelita dizia que um palestino caiu enquanto fugia e bateu com a cabeça enquanto era perseguido pelas forças do exército.

A época de colheita da azeitona, iniciada a 7 de Outubro, foi perturbada por colonos israelitas em 19 incidentes no período entre 6 e 19 de Outubro, deixando 23 agricultores palestinos feridos, mais de 1000 oliveiras queimadas ou danificadas e grandes quantidades de produtos agrícolas foram roubados, de acordo com o relatório quinzenal de Protecção Civil do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários no Território Palestino Ocupado (OCHA-OPT).

Nos arredores da aldeia de Burqa, na zona de Ramala, os colonos apedrejaram e agrediram fisicamente palestinos que apanhavam azeitona, em três ocasiões, provocando confrontos. As forças israelitas intervieram num dos confrontos, ferindo 14 palestinos e deixando 30 árvores queimadas por granadas de gás lacrimogéneo. Os ferimentos restantes foram registados em zonas agrícolas perto da cidade de Huwwara, no distrito de Nablus, e nas aldeias de Ni'lin e Beitillu, na zona de Ramala.

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