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A propósito da visita a Portugal da Batsheva Dance Company, o MPPM chama a atenção para a verdadeira natureza do seu apoiante Estado de Israel, fundado sobre a limpeza étnica do povo palestino e sustentado por uma política de ocupação colonial e de apartheid.

A Batsheva Dance Company — uma companhia de dança israelita, sediada em Telavive — vai apresentar-se em Portugal, no mês de Julho, com espectáculos no Rivoli, no Porto, e no CCB, em Lisboa. Os espectáculos do CCB estão integrados na programação do Festival de Almada.

A Batsheva Dance Company é apoiada pelo governo de Israel, através do Ministério da Cultura e Desporto e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e pelo Município de Telavive que, nos últimos sete anos, contribuíram com 38% das receitas da companhia. A companhia reside no Centro Batsheva que foi construído e renovado com apoios do Município de Telavive e do Ministério da Cultura de Israel através da Fundação Telavive.

O brutal assalto de Israel ao campo de refugiados de Jenin nos dias 3 e 4 de Julho de 2023 já provocou a morte de 12 pessoas, ferimentos em mais de uma centena e o desalojamento forçado de cerca de 3000 residentes, além da destruição em larga escala num dos campos de refugiados com maiores taxas de pobreza e desemprego.

A violência militar israelita, envolvendo cerca de mil soldados e meios aéreos, não poupou os hospitais, locais de culto, a sede do grupo de teatro Freedom Theatre, e ficou novamente marcada pelo ataque propositado a jornalistas em serviço, num esforço para esconder a brutalidade das operações israelitas.

O assalto a Jenin não é um acto isolado. Insere-se numa criminosa vaga repressiva que, dando continuidade à permanente política de repressão israelita contra o povo palestino, conhece uma escalada de grandes proporções desde a tomada de posse do novo governo de Netanyahu.

No Dia Mundial dos Refugiados, que se assinala a 20 de Junho por iniciativa da ONU, o MPPM manifesta a sua solidariedade com os refugiados do mundo inteiro, qualquer que seja a sua origem e a causa da sua situação, e em especial com os refugiados palestinos, a maior e mais antiga comunidade de refugiados no mundo.

No Médio Oriente, os refugiados contam-se por milhões, ilustrando — tal como os milhares de mortos que transformaram o Mediterrâneo num gigantesco cemitério — os efeitos devastadores da ingerência das potências ocidentais, na tentativa de conservar o domínio sobre uma região de importância estratégica para a hegemonia global. Os casos da Síria, Líbia, Iraque e Iémen são disso a triste demonstração.

No Dia dos Presos Palestinos, o MPPM manifesta a sua solidariedade e denuncia as práticas criminosas do Estado de Israel no tratamento dos presos políticos palestinos — a que não escapam mulheres e crianças —, com arrogante desprezo pelo direito internacional, pelo direito internacional humanitário e pelas convenções de direitos humanos.

O dia 17 de Abril foi estabelecido como o Dia dos Presos Palestinos pelo Conselho Nacional Palestino, em 1974, para homenagear os milhares de presos palestinos detidos nas prisões israelitas e para apoiar o seu legítimo direito à liberdade. Este ano, a data coincide com um brutal agravamento da agressão da ocupação israelita contra o povo palestino, traduzido, até agora, por uma centena de mortos e muitas centenas de detenções.

No mês de Março assinalaram-se 20 anos sobre a invasão do Iraque pelos EUA, Reino Unido e seus aliados, numa guerra de agressão que violou todas as normas do Direito Internacional. Também no mês de Março – que se revelou particularmente funesto para os povos do Médio Oriente – passaram 12 anos sobre o início dos bombardeamentos da NATO sobre a Líbia e sobre a intervenção na Síria por parte das potências ocidentais e seus aliados regionais. Foi ainda no mês de Março que, em 2015, teve início a agressão militar estrangeira ao Iémen.

Em 30 de Março de 1976, os palestinos da região de Nazaré – a norte, no território da Palestina ocupado pelo Estado de Israel – organizaram uma greve geral de um dia. Os protestos foram motivados pelos intentos do governo de Israel de expropriar terras palestinas para nelas instalar povoações judaicas. Os protestos pacíficos terminaram num banho de sangue: forças do Exército e da polícia de fronteira israelitas mataram seis palestinos cidadãos de Israel.

Desde então, o Dia da Terra, 30 de Março, tornou-se um dia de resistência e comemoração da terra para todos os palestinos.

A questão da terra e da sua posse sempre foi uma questão central: para os sionistas e para os palestinos.

No Dia Internacional da Mulher, o MPPM homenageia as mulheres que, em todo o mundo — em casa, nos campos, nas fábricas ou nos escritórios — lutam pela paz e pela liberdade, contra a opressão, a discriminação e a injustiça.

Neste ano de 2023, em que se assinalam 75 anos sobre a Nakba — a limpeza étnica que acompanhou a criação do Estado de Israel —, neste ano em que a repressão, a injustiça, o racismo e a segregação que vitimam o povo palestino não só continuam como se agravam, o MPPM presta especial homenagem às mulheres palestinas que, não obstante as duras condições, continuam a resistir, a trabalhar, a fazer viver a família, a educar os filhos.

Este ano de 2023 está a caminho de ser o mais mortífero para as palestinas e os palestinos que vivem na Cisjordânia. A brutalidade do exército de ocupação e dos colonos por ele protegidos não tem limites. Até ontem totalizavam 73 os palestinos mortos pelo ocupante, incluindo uma mulher idosa.

Neste dia 29 de Novembro passam três quartos de século da aprovação da Resolução 181 pela Assembleia Geral da ONU, prevendo a partição da Palestina, então sob Mandato britânico. Mas se logo em 1948 foi criado o Estado de Israel, nenhum Estado independente da Palestina jamais viu a luz do dia.

A descolonização da Palestina nunca chegou a acontecer. O colonizador britânico foi substituído por um Estado de colonos provenientes dos quatro cantos do mundo, que não apenas se apropriou dum território que excedia em muito o previsto na Resolução 181 de 1947 como tem mantido, desde 1967, o restante território palestino sob ocupação.

O MPPM — Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente — denuncia e condena a brutal escalada de violência do ocupante israelita sobre o povo palestino, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao mesmo tempo que saúda as manifestações de unidade, expressas tanto na resistência popular na Palestina ocupada, como na aproximação das forças políticas recentemente reunidas na Argélia.

A repressão israelita nos territórios palestinos ocupados está a assumir proporções de enorme gravidade, a que urge pôr rapidamente cobro. São praticamente diários os assassinatos de palestinos pelas forças repressivas israelitas, bem como os actos de violência levados a cabo por colonos em toda a Cisjordânia.

O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente condena o assalto e encerramento pelas forças de ocupação israelitas das instalações de várias organizações da sociedade civil palestina e critica a inércia da comunidade internacional – incluindo do governo português – em exigir de Israel a reversão da designação de seis das organizações como “organizações terroristas”.

Na madrugada de quinta-feira, 18 de Agosto, o exército israelita invadiu e encerrou os escritórios de sete organizações palestinas da sociedade civil e dos direitos humanos, em Ramala, na Cisjordânia ocupada. Os escritórios das organizações foram saqueados e o seu equipamento confiscado. As portas foram seladas e foi afixada uma ordem militar que declarava a organização «encerrada pela força em nome da segurança na região e para combater as infra-estruturas do terrorismo».

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