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Causa perplexidade a notícia da reunião entre os Ministros da Ciência e Tecnologia de Portugal e de Israel, recentemente divulgada [1] , apontando para um estreitamento das relações entre as agências espaciais dos dois países, que culminaria na assinatura de um acordo de cooperação.

Entende-se que Israel, sujeito a uma generalizada condenação da comunidade internacional devido ao seu sistemático desrespeito do direito internacional e à anunciada anexação de vastas partes da Cisjordânia ocupada, acolha entusiasticamente todas as manifestações de «normalização» por parte de outros países.

Já custa a entender que, a confirmar-se a notícia, Portugal se preste a esse papel. Tratar-se-ia duma iniciativa grave por parte de um governo que até hoje não tomou uma posição formal de condenação dos planos do governo de Israel relativos à anexação de quase um terço da Cisjordânia.

O que está em causa, como sempre que se discute a cooperação científica e tecnológica com Israel, é a linha invisível que...

Ministros dos Negócios Estrangeiros de vários países árabes advertiram ontem, durante uma reunião virtual organizada pela Jordânia, que a anexação por Israel do Vale do Jordão e dos colonatos ilegais na Cisjordânia ocupada iria incendiar o conflito e alimentar o extremismo, segundo noticia a agência Wafa.

«Rejeitamos a anexação de qualquer parte dos territórios palestinos ocupados, e alertamos para o perigo da anexação, que constitui uma violação do direito internacional e mina a solução de dois Estados, os fundamentos do processo de paz, bem como os esforços no sentido de uma paz justa e abrangente», lê-se na declaração conjunta.

Exortaram a comunidade internacional a tomar «posições e medidas claras e influentes» para impedir o movimento de anexação e relançar conversações «sérias e eficazes» para resolver o conflito com base na solução de dois Estados, em conformidade com as resoluções pertinentes das Nações Unidas, no âmbito do Quarteto, e concluir um acordo de paz global que garanta...

Segundo noticiou ontem a agência Wafa, Israel vai demolir 30 casas palestinas no bairro de Issawiya, em Jerusalém Oriental, sob o pretexto de construção sem licença. No mesmo dia, o Comité Contra o Muro e os Colonatos em Belém (CCMCB), divulgou que a administração civil Israelita tinha aprovado a construção de 164 novas unidades habitacionais no colonato Neve Daniel, a sudoeste de Belém.

Legislação discriminatória incentiva construção ilegal

Para os residentes de Issawiya, um agregado palestino de cerca de 20 000 pessoas, e em outras partes de Jerusalém Oriental ocupada, os ataques militares, a apropriação de terras e as demolições são uma realidade diária.

Com o pretexto de construção ilegal, Israel demole regularmente casas de palestinos em Jerusalém Oriental com o objectivo de alterar o equilíbrio demográfico em favor dos colonos judeus na cidade ocupada.

A organização Peace Now contabilizou as licenças de construção emitidas pela Municipalidade de Jerusalém, entre 1991 e 2018. Embora...

"Não à anexação!” e “Fim aos crimes de Israel!” foram as palavras de ordem que levaram três centenas de pessoas a reunir-se hoje no Largo do Marim Moniz, em Lisboa, num acto público convocado pela CGTP-IN, pelo CPPC e pelo MPPM e que contou com a adesão de outras organizações.

O evento iniciou-se com poesia palestina dita pelo actor Fernando Jorge Lopes, do Teatro Extremo (Almada).

Seguiram-se intervenções de Beatriz Goulart (CPPC), João Barreiros (CGTP-IN) e Carlos Almeida (MPPM).

Foi mais uma jornada de solidariedade com o povo da Palestina, a exemplo de outras que decorrem por todo o mundo, reclamando dos governos medidas corajosas contra o projecto anexionista de Israel.

Fotos: Paulo Oliveira

Um grupo de antigos líderes mundiais, que integra vários Prémios Nobel da Paz, designado The Elders (Os Anciãos), apelou aos dirigentes europeus para manterem a sua determinação contra os planos de Israel de anexar faixas da Cisjordânia, e para insistirem em que qualquer movimento desse tipo teria consequências políticas e económicas negativas para as relações bilaterais.

A ausência de quaisquer medidas militares e legais directas no sentido da anexação a 1 de Julho - o prazo unilateralmente declarado pelo Primeiro-Ministro israelita Benyamin Netanyahu - não deve ser tomado como motivo de complacência. A anexação de qualquer parte da Cisjordânia, incluindo os blocos de colonatos ilegais, constituiria uma violação flagrante do direito internacional.

Em cartas ao Presidente francês Emmanuel Macron, à Chanceler alemã Angela Merkel, ao Primeiro Ministro britânico Boris Johnson, à Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e ao Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros...

O Hamas e a Fatah concordaram em unir-se para enfrentar a planeada anexação por Israel da Cisjordânia ocupada, em declarações divulgadas na quinta-feira.

Saleh al-Arouri, chefe adjunto do Gabinete Político do Hamas, e o Major-General Jibril Rajoub, secretário do Comité Central da Fatah, participaram em conversações, tendo o dirigente da Fatah afirmado que a reacção à decisão de anexação mostrou um consenso popular para contrariar o plano, acrescentando que a unidade «vai inspirar-nos para construir uma visão estratégica, para liderar a rua».

«Queremos abrir uma nova página com o Hamas e introduzir um novo modelo para o nosso povo e famílias, especialmente porque a posição regional não tratou de forma alguma do projecto de anexação», acrescentou Rajoub.

Jibril Rajoub ainda apelou ao «mundo árabe e islâmico para respeitar as decisões das cimeiras árabes relativamente à normalização e a não estabelecer relações com a ocupação, porque há quem queira utilizar-nos como ponte para ter laços com...

A Câmara Municipal de Palmela, na sua reunião de 1 de Julho, aprovou por unanimidade uma moção de solidariedade com o povo palestino e de condenação da anunciada anexação por Israel de território da Cisjordânia palestina. A Câmara Municipal de Palmela é composta por quatro eleitos da CDU, três do PS, um do PSD e um independente.

Este é o texto da moção aprovada:

Moção

Contra a anexação da Cisjordânia por Israel

Na sequência da política de agressão e limpeza étnica prosseguida por Israel sobre o povo palestino, ao longo das últimas décadas, o novo governo israelita tem vindo a anunciar para breve a anexação de cerca de 30% dos territórios palestinos ocupados. A apresentação do plano concreto de anexação esteve agendada para hoje, dia 1 de julho, mas poderá ter sido adiada para data a definir, devido quer a desentendimentos internos dentro do governo de coligação, quer à falta de acordo com o governo norteamericano, que tem sido, aliás, um dos grandes impulsionadores da medida. Esta...

Ante a ameaça anunciada pelo Governo de Israel de avançar para a anexação de territórios palestinos na Margem Ocidental do rio Jordão, o MPPM tomou a iniciativa de promover uma carta-aberta dirigida ao Governo Português e subscrita por personalidades da vida pública, cultural e académica reclamando o reconhecimento por Portugal do Estado da Palestina e uma posição firme face à ameaça de anexação por parte de Israel.

O MPPM convida-o/-a a dar a sua adesão a esta carta aberta aqui.

Este é o texto da carta e a lista de primeiros subscritores:

Em tempo de pandemia, um governo dito de “unidade e urgência” foi constituído em Israel com um propósito central: promover a anexação de jure de cerca de 30% dos territórios palestinos ocupados em 1967, incluindo todo o vale do rio Jordão e os colonatos instalados contra o direito internacional na Cisjordânia. Escudada no apoio da Administração Trump, uma tal decisão – que o governo de Israel pretende concretizar a partir do dia 1 de Julho próximo –...

O Secretário-Geral da ONU abriu a reunião do Conselho de Segurança sobre a situação no Médio Oriente, incluindo a questão palestina, exortando o governo israelita a abandonar os seus planos de anexação que «constituiria uma violação muito grave do direito internacional, prejudicaria gravemente a perspectiva de uma solução baseada na existência de dois Estados e diminuiria as possibilidades de uma renovação das negociações».

Este é o texto integral da intervenção de António Guterres:

Dirijo-me hoje a vós com um profundo sentimento de preocupação com a evolução da situação em Israel e na Palestina.  Encontramo-nos num momento crítico.

A ameaça de Israel de anexar partes da Cisjordânia ocupada alarmou os palestinos, muitos israelitas e a comunidade internacional em geral.  Se aplicada, a anexação constituiria uma violação muito grave do direito internacional, prejudicaria gravemente a perspectiva de uma solução baseada na existência de dois Estados e diminuiria as possibilidades de uma...

No Dia Mundial dos Refugiados, o MPPM manifesta a sua solidariedade com os refugiados do mundo inteiro — e em particular com os milhões de refugiados palestinos — e adverte para a necessidade imperiosa de complementar as necessárias acções mitigadoras de apoio humanitário aos refugiados com medidas enérgicas que ponham termo às políticas de agressão, colonização e exploração económica que estão na sua origem.

As guerras de ingerência e destruição fomentadas e apoiadas pelas potências ocidentais, no Afeganistão, no Iraque, na Síria, na Líbia e no Iémen, foram a causa próxima das vagas de milhões de refugiados no caso do Médio Oriente.

Na Palestina, a ocupação sionista vem sujeitando os seus habitantes, há 72 anos, a expulsões, expropriações e deslocações forçadas, sem respeito pelos seus direitos, internacionalmente consagrados, designadamente pela Resolução 194 da AG da ONU (11 de Dezembro de 1948) e pela Resolução 237 do Conselho de Segurança (14 de Junho de 1967), que reconhecem aos...