Fim ao massacre do povo da Palestina! A Palestina vencerá!

Assistimos a cenas de barbárie na terra martirizada da Palestina, duma violência inaceitável que é imperioso travar e que é da inteira responsabilidade de Israel e dos seus protectores.

Os bombardeamentos de Israel sobre a população sitiada da Faixa de Gaza já provocaram quase uma centena e meia de mortos – entre os quais 40 crianças – e perto de um milhar de feridos. Torres de apartamentos residenciais são demolidas, deixando numerosas famílias sem abrigo.

Em Israel há linchagens de palestinos, a destruição das suas lojas e a invasão das suas casas por bandos de extremistas israelitas, em «pogroms» transmitidos em directo pela televisão pública de Israel. O perigo duma escalada da violência é bem real.

Esta violência não é «da responsabilidade das duas partes». Tem causas próximas indesmentíveis:

- a tentativa das autoridades israelitas de expulsar dezenas de famílias palestinas das casas onde vivem, desde há gerações, em Sheik Jarrah e outros bairros de Jerusalém Leste;

- a interdição do acesso à Mesquita de Al-Aqsa durante o mês do Ramadão e a violenta repressão sobre quem protestava;

- o assassinato de palestinos às mãos de colonos israelitas;

- a imparável ascensão de forças cada vez mais extremistas e racistas em Israel.

Estas causas próximas inserem-se numa causa de fundo: a ocupação israelita e a negação do direito inalienável do povo palestino a ter um Estado soberano e independente, conforme estipulam inúmeras resoluções da ONU.

Hoje é o aniversário da Nakba, a limpeza étnica que acompanhou, em 1948, a criação do Estado de Israel. Uma limpeza étnica que prossegue até aos nossos dias:

- Está viva nas expulsões de Sheik Jarrah.

- Está viva na ilegal política de construção de colonatos israelitas em território palestino ocupado, onde já vivem mais de 600 mil colonos.

- Está viva nos bombardeamentos da Gaza mártir e cercada, a maior prisão a céu aberto do planeta.

- Esteve viva no massacre israelita a sangue-frio de centenas de manifestantes não armados durante a Grande Marcha do Retorno, em Gaza.

- Está viva na ilegal construção do Muro do Apartheid que retalha e fragmenta o território palestino da Cisjordânia.

- Está viva na ocupação militar israelita de mais de 60% da Cisjordânia (a chamada ‘Zona C’).

- Está viva nos planos publicamente anunciados no ano passado pelo Primeiro-Ministro Netanyahu para anexar parte importante do território palestino ocupado, rasgando não apenas as resoluções da ONU, mas até mesmo os acordos assinados por Israel.

- Está viva na racista Lei do Estado-Nação do Povo Judaico.

- Está viva nas infindáveis guerras e massacres sionistas ao longo de décadas.

A realidade é indesmentível: sucessivos governos do Estado de Israel não têm por objectivo alcançar a paz ou aceitar um Estado Palestino, mas sim inviabilizar a sua criação e a solução de dois Estados defendida pelas resoluções da ONU, abrindo caminho a um só Estado do «Grande Israel» ocupando todo o território histórico da Palestina.

É vergonhoso que os governantes dos EUA, da União Europeia e dos seus Estados membros – incluindo de Portugal – só tomem posição quando a violência iniciada por Israel encontra pela frente a legítima defesa do povo palestino.

É revelador que nessas posições oficiais considerem «inaceitável» que da Faixa de Gaza sejam lançados rockets sobre Israel, mas não tenham uma única palavra de condenação do verdadeiro massacre que Israel está a cometer na Faixa de Gaza e das suas incomparavelmente mais numerosas vítimas civis às mãos duma das maiores potências militares do planeta.

É ultrajante que falem em «direito de defesa de Israel» mas nunca no direito de defesa dos palestinos e das suas vidas.

Fica bem patente a total hipocrisia dos governos que invocaram princípios «humanitários» e a «responsabilidade de proteger populações civis» para desencadear inúmeras guerras – cujas consequências foram sempre piores do que as alegadas (e falsas) motivações – mas que se remetem ao silêncio na condenação dos crimes de Israel.

Décadas de compadrio dos EUA e outras potências da NATO – incluindo as antigas potências coloniais na região – com os crimes de Israel e com a destruição de qualquer perspectiva de solução política da questão palestina também abriram as portas à violência a que hoje assistimos.

Quem foi e é conivente com a sabotagem israelita de qualquer solução negocial da questão palestina não tem legitimidade moral ou política para condenar a resistência do seu povo ao avanço da ocupação.

Uma resistência que se manifesta de múltiplas formas, incluindo a revolta popular nas ruas, hoje particularmente importante entre os palestinos cidadãos de Israel. Importa recordar que a Constituição da República Portuguesa, que o Governo e o Presidente da República juraram cumprir, reconhece no seu Artigo 7º o direito de resistência aos povos vítimas de opressão.

Que mais se pode pedir ao martirizado povo da Palestina, que há décadas vê serem traídas todas as promessas que lhe foram feitas pela chamada ‘comunidade internacional’?

O MPPM exige que o governo português condene firmemente e sem ambiguidades os massacres israelitas, e que assuma as suas responsabilidades na exigência de respeito por Israel do Direito Internacional.

O MPPM reitera a sua solidariedade permanente com o povo da Palestina e a luta pelos seus direitos inalienáveis.

O MPPM apela a uma grande participação nas iniciativas de protesto e solidariedade já agendadas:

- Segunda-feira, 17 de Maio, às 18h, concentrações em Lisboa (Largo Martim Moniz) e Porto (Praça da Palestina, Rua Fernandes Tomás), convocadas conjuntamente pela CGTP, CPPC e MPPM

- Terça-feira, 18 de Maio, pelas 18h30, na Casa do Alentejo, Sessão de Solidariedade promovida pelo MPPM.

Está na hora de dizer Basta!

É tempo de agir!

É tempo de reconhecer o Estado da Palestina!

É tempo de defender a paz no mundo!

É tempo de punir os crimes contra a humanidade!

A Palestina vencerá!

15 de Maio de 2021

A Direcção Nacional do MPPM

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