O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou que os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada, que são ilegais à luz do direito internacional, garantem a segurança de Israel, noticiou ontem, 18 de Setembro, o jornal israelita The Jerusalem Post.As declarações de Lieberman tiveram lugar no decurso de uma visita ao colonato de Vered Yeriho, perto da cidade palestina de Jericó, na Margem Ocidental ocupada.«Do meu ponto de vista, é claro que os colonatos na Judeia e Samaria [como Israel designa a Margem Ocidental ocupada], e os daqui da área de Jericó e do Mar Morto, são a verdadeira muralha defensiva do Estado de Israel. … No fim de contas, o que é determinante é quem está no terreno. Os colonatos sempre foram os pioneiros da segurança [de Israel]», afirmou o ministro.Lieberman, que vive num colonato na Margem Ocidental ocupada, também prometeu continuar a apoiar a expansão dos colonatos em território palestino. Conhecido pelas suas políticas de extrema-direita...
O Knesset (parlamento de Israel) deverá avançar no próximo mês de Setembro com o projecto da chamada «lei do Estado Judaico» — também referida como «da nacionalidade» ou «do Estado-Nação» — , segundo notícias da imprensa israelita. O projecto de lei suscita oposição por discriminar os cidadãos palestinos de Israel.O diário israelita Haaretz informou na passada sexta-feira, 25 de Agosto, que uma comissão criada para promover o projecto de lei vai realizar duas sessões consecutivas no próximo mês, apesar de o Knesset se encontrar em férias nessa altura.O controverso projecto de lei afirma que Israel é «o lar nacional do povo judeu» e que o direito de realizar a autodeterminação no Estado é exclusivo dele. Revoga ainda o árabe como língua oficial, embora «os seus falantes tenham o direito a serviços estatais linguisticamente acessíveis». Na realidade, o estatuto do árabe como língua oficial nunca foi respeitado nem aplicado, apesar de ser a língua materna de 20% da população de Israel.Is...
A nova cidade de Hiran, que as autoridades israelitas planeiam construir no deserto de Naqab/Negev (Sul de Israel) sobre as ruínas da aldeia beduína de Umm al-Hiran, deverá ser aberta apenas a judeus. A nova cidade judaica será construída depois de a aldeia beduína ser demolida e os seus moradores serem desalojados à força.Segundo um documento revelado pelo Adalah — Centro Jurídico para os Direitos da Minoria Árabe em Israel —, os estatutos da associação cooperativa de Hiran estipulam que para ser aprovado pelo comité de admissões e tornar-se membro da associação é necessário «ser um cidadão israelita judeu ou residente permanente de Israel que observa a Torá e os mandamentos de acordo com os valores judaicos ortodoxos».Numa carta enviada em 7 de Agosto ao Conselho Nacional de Planeamento e Construção israelita, Suhad Bishara, advogada do Adalah, escreveu que o regulamento de Hiran contraria anteriores compromissos do Estado. Em resposta ao requerimento dos moradores de Umm al-Hiran...
Para poder continuar a utilizar livremente bombas de fragmentação, o exército de Israel porá brevemente em uso novos canhões de artilharia da empresa israelita Elbit, em vez dos canhões da alemã KMW, segundo noticia o jornal israelita Haaretz.Um oficial israelita aposentado explicou ao Haaretz que Israel temia que os alemães não dessem ao seu exército a «independência completa» que desejava, razão por que o Ministério da Defesa recomendou a compra de canhões de fabrico israelita.As bombas de fragmentação são uma arma de destruição em massa particularmente bárbara, uma bomba que se transforma em muitas bombas, espalhando-se por uma extensa área, matando e ferindo indiscriminadamente. Por vezes explodem anos depois de disparadas.O seu uso é proibido por um tratado internacional assinado por mais de 100 países (entre os quais a Alemanha), devido à alta taxa de mortes e lesões em civis que lhes estão associadas. Mas Israel não é signatário.Israel utilizou amplamente bombas de fragmentação...
Um tribunal israelita de Haifa tomou a decisão sem precedentes de revogar a cidadania israelita de Alaa Zayud, de 23 anos, palestino com cidadania israelita, informa a agência Ma'an.Em Junho de 2016, Zayud, oriundo de Umm al-Fahm, cidade de maioria palestina no Norte de Israel, foi condenado a 25 anos de prisão, acusado de no ano anterior atropelar e ferir dois soldados israelitas com o seu carro perto da cidade de Hadera, apunhalando ainda outros dois israelitas.Segundo informações vindas a lume ontem, 6 de Agosto, o tribunal decidiu revogar a cidadania israelita de Zayud — com efeitos a partir de Outubro — e substituí-la por uma licença israelita temporária, a ser renovada periodicamente.Sawsan Zaher, advogada do Adalah (centro jurídico para os direitos da minoria árabe em Israel), declarou que se trata de um exemplo das políticas discriminatórias de Israel contra os cidadãos palestinos.Constituindo 20% da população do país, eles são os descendentes dos palestinos que conseguiram...
O historiador israelita Shlomo Sand refuta as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, que classifica o anti-sionismo como anti-semitismo. Essas declarações constam do discurso de Macron na comemoração do 75.o aniversário da rusga do Velódromo de Inverno1, pronunciado em 16 de Julho de 2107 na presença de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Publica-se seguidamente o texto da carta aberta.
Ao começar a ler o seu discurso sobre a comemoração da rusga do Vélodrome d'hiver, senti por si gratidão. Com efeito, tendo em vista uma longa tradição de dirigentes políticos, tanto de direita como de esquerda, que no passado e no presente eludiram a participação e a responsabilidade da França na deportação das pessoas de origem judaica para os campos da morte, V. Exª tomou uma posição clara e isenta de ambiguidade: sim, a França é responsável pela deportação, sim, houve efectivamente um anti-semitismo em França, antes e após a Segunda Guerra Mundial. Sim, é necessário...
Um tribunal de Israel confirmou ontem, 30 de Julho, a condenação por homicídio e a sentença de 18 meses do ex-soldado israelita Elor Azaria, que em Março de 2016 matou a tiro à queima-roupa o palestino Abd al-Fattah al-Sharif, de 21anos, que jazia inanimado no chão depois de alegadamente cometer um ataque com faca na cidade de Hebron, no Sul da Margem Ocidental ocupada.A execução foi filmada por um activista palestino ao serviço da organização israelita de direitos humanos B'Tselem e rapidamente se difundiu nas redes sociais e na televisão, tornando impossível ignorar o caso.Segundo o jornal israelita The Times of Israel, os juízes do tribunal de recurso classificaram o acto de Azaria como «proibido, grave, imoral» e destacaram que Azaria «nunca expressou remorso nem questionou as suas acções».Porém, contradizendo a dureza das suas próprias afirmações, o tribunal limitou-se a confirmar a sentença de apenas 18 meses pronunciada em primeira instância.Ainda assim, o ministro da Educação...
Centenas de beduínos manifestaram-se ontem, 27 de Julho, em Be’er Sheva, diante dos escritórios da Agência de Desenvolvimento Beduína, reclamando o seu encerramento, informa o jornal israelita Haaretz.Os manifestantes exigiam o fim da política de sistemática demolição de edifícios nas comunidades beduínas do Negev/Naqab, no Sul de Israel, que classificaram de «crime contra cidadãos», e o reconhecimento das comunidades beduínas não autorizadas.As relações entre a Agência e os residentes beduínos têm-se tornado cada vez mais tensas a propósito de questões como a reflorestação.O Estado israelita começou a reflorestação a norte da localidade beduína de Tel Sheva, nos arredores de Be'er Sheva, que os beduínos dizem ser propriedade sua. O Estado estará a plantar florestas em vários locais do Negev/Naqab em terras que as comunidades beduínas «ilegais» reclamam como suas.A política de demolições de casas de beduínos acentuou-se nos últimos anos. Segundo dados do Ministério da Segurança Pública...
O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) lamenta o texto da Folha Informativa com a assinatura da Companhia de Teatro de Almada e distribuída aos espectadores do Festival de Teatro de Almada na noite de 12 de Julho de 2017. O respeito que temos pelo Festival, pela Companhia de Teatro de Almada e pelo seu trabalho, levou-nos a esperar pelo fim da 34a edição do Festival, antes de expressar o nosso desapontamento por esse texto. Um texto que falta à verdade dos factos e, assim, semeia a confusão. Em momento algum o MPPM, a única organização portuguesa não governamental de solidariedade com o povo palestino acreditada pelas Nações Unidas, defendeu «boicotar um artista pela sua nacionalidade», como afirma enganadoramente o documento distribuído. O comunicado do MPPM é incontornavelmente claro ao afirmar que o que está em causa é uma questão política: a associação do Estado de Israel ao Festival de Teatro de Almada, através da presença do logotipo da...
O Festival de Teatro de Almada programou a apresentação, no próximo dia 12 de Julho, de um espectáculo com a companhia israelita Kamea Dance Company. Esta apresentação é patrocinada pelo Estado de Israel através da sua embaixada em Portugal.
O MPPM não pode deixar de condenar a associação, por esta via, do Festival de Teatro de Almada ao Estado de Israel.
Para o MPPM não está em causa a necessária e justa autonomia de uma organização cultural na definição da programação de uma iniciativa, nomeadamente do Festival de Teatro de Almada, evento de reconhecida importância nacional e internacional. De igual modo não está em causa a relação entre agentes e produtores culturais, nem a relação entre entidades de índole cultural.
O que está em causa com este facto é a colaboração, mesmo que involuntária, numa operação que — independentemente das intenções dos organizadores do referido Festival — objectivamente contribui para «normalizar» e legitimar um governo e uma política de Estado...