Política e Sociedade de Israel

O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Liberman, disse numa entrevista ao Canal 2 de Israel que gostaria que todos os cidadãos palestinos de Israel se mudassem para os territórios palestinos ocupados e se tornassem cidadãos daí.Trata-se de um apelo directo à limpeza étnica dos palestinos que são cidadãos de Israel, e que constituem actualmente cerca de 20% dos cidadãos do país.Segundo relata o jornal The Times of Israel, ao ser questionado sobre a solução de dois Estados, Liberman, que é também líder do partido de extrema-direita Yisrael Beiteinu, disse que a sua preocupação é assegurar a manutenção de Israel como um Estado judeu.«Eu quero um Estado judeu. Assim como os palestinos querem um Estado palestino homogéneo, sem um único judeu, judenrein, então eu quero em primeiro lugar um Estado [de Israel] tão judeu quanto possível», afirmou Liberman. «Quero separar-nos de todos os palestinos que vivem aqui dentro pré-1967 [em Israel] ... Com a minha bênção: são palestinos, devem ir para...

Cerca de 5000 cidadãos israelitas, palestinos e judeus, provenientes de Jerusalém e de Israel inteiro, manifestaram-se na cidade israelita de Tel Aviv na noite de sábado, 4 de Fevereiro, em protesto contra as demolições de casas que visam cidadãos palestinos de Israel. Os manifestantes classificaram como «racista» contra os cidadãos palestinos a campanha de demolições levada a cabo pelo Estado de Israel.O protesto foi organizado por cerca de 20 movimentos e grupos políticos, de direitos humanos e defensores da paz, incluindo a organização «Standing Together», o Conselho de Aldeias não Reconhecidas do Negev, o Partido Comunista de Israel e os partidos Meretz e Hadash, e ainda os Rabinos pelos Direitos Humanos, entre outros.Os manifestantes levavam cartazes em árabe e hebraico, com as palavras de ordem: «Quando o governo é contra o povo, o povo é contra o governo», «Basta de racismo do governo ... exigimos igualdade» e «Judeus e árabes juntos, combater o fascismo».Na manifestação...

Israel aprovou a construção de milhares de novas casas em colonatos na Margem Ocidental ocupada, anunciou esta terça-feira, 31 de Janeiro, o gabinete do ministro da Defesa israelita, Avigdor Lieberman, segundo informa o jornal israelita Haaretz.O comunicado afirma que Lieberman (líder do partido de extrema-direita Yisrael Beiteinu) e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, concordaram em aprovar a construção de mais de 3000 unidades habitacionais em colonatos na Margem Ocidental ocupada.«Estamos num novo período em que a vida na Judeia e Samaria [modo como Israel designa a Margem Ocidental ocupada] estão de volta ao caminho certo», diz Lieberman no comunicado.Este anúncio ocorre simultaneamente com a ordem de evacuação dada pelo exército israelita ao posto avançado de Amona, a norte de Ramala, na Margem Ocidental ocupada. Este posto avançado é considerado ilegal pelo próprio direito israelita (todos os colonatos israelitas nos territórios palestinos ocupados são ilegais à luz do...

O Knesset (parlamento de Israel) deverá avançar esta semana com a controversa «lei de legalização», depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter dado instruções no sentido de fazer aprovar o acto legislativo, que visa o reconhecimento retroactivo pelo governo israelita de dezenas de colonatos e postos avançados ilegais na Margem Ocidental ocupada.Numa declaração após a reunião semanal do gabinete israelita, no domingo, 29 de Janeiro, Netanyahu afirmou que o governo iria apresentar o «projecto de lei de legalização» (também conhecida como «de regularização» ou «de formalização») ao Knesset na segunda-feira, 30 de Janeiro.«A lei foi concebida para normalizar o estatuto da colonização judaica na Judeia e Samaria [modo como Israel designa a Margem Ocidental ocupada] de uma vez por todas e evitar tentativas recorrentes de prejudicar o empreendimento dos colonatos», declarou Netanyahu.Pensa-se que o controverso projecto — que precisa de ser aprovado em mais duas leituras no Knesset...

Na quarta-feira, 18 de Janeiro,cerca de 5h da manhã, centenas de polícias israelitas chegaram à aldeia beduína de Umm al-Hiran, no Negev, acompanhando as autoridades israelitas que vinham proceder a demolições de casas. As forças israelitas usaram balas com ponta de esponja, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para reprimir violentamente os moradores e apoiantes que se tinham concentrado para resistir às demolições.Foi morto a tiro pelas forças israelitas um cidadão palestino de Israel, Yaqoub Moussa Abu al-Qian, de 47 anos, professor de matemática na escola secundária al-Salam, da vizinha cidade de Hura.Segundo a polícia israelita, teria atacado com o carro os polícias, fazendo vários feridos. No entanto, numerosas testemunhas oculares relataram à agência palestina Ma'an que o motorista foi alvejado a tiro, perdendo por isso o controlo do veículo e fazendo-o atropelar polícias israelitas, um dos quais morreu. O deputado israelita Taleb Abu Arar (Lista Conjunta, coligação de...

Os cidadãos palestinos de Israel lançaram uma greve geral esta quarta-feira, 11 de Janeiro, em protesto contra a demolição de 11 casas na cidade israelita de Qalansawe no dia anterior.O Alto Comité de Acompanhamento dos Cidadãos Árabe anunciou a greve — que incluiria o fecho de todas as escolas, empresas e locais públicos — na sequência de uma reunião em Qalansawe.A reunião foi realizada horas depois de escavadoras israelitas arrasarem as casas por terem sido construídas sem licença, uma vez que nos últimos 20 anos as autoridades israelitas rejeitaram tentativas por parte do município para legalizar um plano para a cidade.As cidades de maioria palestina em Israel iriam participar na greve, incluindo Nazaré, Umm al-Fahm, Rahat e Kuseifa.O deputado Yousif Jabarin, da Lista Conjunta (coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel), participando numa manifestação em Umm al-Fahm, classificou a greve como uma expressão bem-sucedida da rejeição pelos cidadãos palestinos...

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou-se na quarta-feira, 4 de Janeiro, favorável ao perdão ao soldado israelita Elor Azaria, condenado por homicídio culposo.Em Março de 2016 Azaria matou a tiro à queima-roupa o palestino Abd Fatah al-Sharif, de 21 anos, em Hebron. Sharif jazia inanimado no chão depois de ser atingido a tiro ao tentar esfaquear um soldado israelita. A cena foi filmada por um activista palestino ao serviço da organização israelita de direitos humanos B'Tselem.O tribunal militar israelita aceitou os argumentos da acusação, segundo a qual Azaria não tinha justificação para matar Abd al-Fattah al-Sharif, baseando-se em parte nos testemunhos dos próprios comandantes de Azaria, que na altura afirmou que Sharif «merece morrer». O juiz considerou que o Sharif «não representava uma ameaça».Netanyahu (desautorizando o próprio sistema judicial das forças armadas israelitas!) emitiu uma declaração nas redes sociais na qual diz: «Os soldados da IDF [exército...

O Neturei Karta, um grupo de judeus ortodoxos anti-sionistas, expressou no domingo 1 de Janeiro o seu apoio à recente resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, que condena os colonatos israelitas ilegais na Margem Ocidental e em Jerusalém ocupadas.Segundo informa a agência noticiosa Ma'an, o Neturei Karta declarou num comunicado que, desde há décadas, os colonatos têm sido a «principal razão do derramamento de sangue e da violência nas terras sagradas» e que «muitas almas inocentes foram vítimas do nacionalismo e [do desejo de terra]».O grupo felicita membros da ONU e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para «darem um passo em direcção à justiça e à paz». Além disso, o Neturei Karta considerou a existência do Estado de Israel «ilegal» e condenou o «crime» de expulsar palestinos das suas terras para a construção de casas judaicas, destacando que antes da criação do sionismo, os judeus viviam com os árabes na Palestina histórica «em paz e segurança» e exortando os judeus a...

O secretário de Estado cessante dos EUA, John Kerry, denunciou a política de colonatos de Israel por minar o caminho para uma solução de dois Estados, num discurso pronunciado na quarta-feira 28 de Dezembro.«O status quo está a conduzir a um só Estado e à ocupação perpétua», afirmou Kerry, que utilizou talvez a linguagem mais forte já usada pela administração Obama sobre a construção de colonatos ilegais por Israel no território palestino ocupado. Kerry afirmou o seu apoio a uma solução de dois Estados, um israelita e um palestino, seguindo as linhas de 1967, com Jerusalém como a capital de ambos os Estados.Kerry criticou Netanyahu por afirmar publicamente que defende uma solução de dois Estados, enquanto o seu governo se deslocou para a direita e vários ministros e deputados israelitas pedem a anexação completa da Margem Ocidental ocupada.O discurso de Kerry ocorre poucos dias depois de os EUA se absterem na votação de uma resolução (permitindo assim a sua aprovação) do Conselho de...

Reagindo com desespero à estrondosa derrota no Conselho de Segurança da ONU, o governo de Israel afirmou segunda-feira, 26 de Dezembro, que vai avançar com milhares de novas casas em Jerusalém Oriental ocupada.Poucos dias após o Conselho de Segurança aprovar a resolução 2334, que condena os colonatos israelitas, o governo municipal de Jerusalém sinalizou que na quarta-feira (28 de Dezembro) pretende aprovar mais de 600 unidades habitacionais em Jerusalém Oriental ocupada, que seriam uma primeira parcela de 5600 novas casas.«Não me vou preocupar com a ONU ou qualquer outra organização que possa tentar ditar-nos o que fazer em Jerusalém», afirmou ao jornal «Israel Hayo» o vice-presidente da Câmara, Meir Turgeman.Por seu lado, Naftali Bennett (ministro da Educação do governo de Benjamin Netanyahu e líder do partido Lar Judaico, de extrema-direita e pró-colonos) criticou no domingo o primeiro-ministro por causa da resolução do Conselho de Segurança, exortando-o a retirar o apoio à solução...