Israel aprova 3000 novas casas em colonatos da Margem Ocidental, em vésperas da evacuação do posto avançado de Amona

Israel aprovou a construção de milhares de novas casas em colonatos na Margem Ocidental ocupada, anunciou esta terça-feira, 31 de Janeiro, o gabinete do ministro da Defesa israelita, Avigdor Lieberman, segundo informa o jornal israelita Haaretz.
O comunicado afirma que Lieberman (líder do partido de extrema-direita Yisrael Beiteinu) e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, concordaram em aprovar a construção de mais de 3000 unidades habitacionais em colonatos na Margem Ocidental ocupada.
«Estamos num novo período em que a vida na Judeia e Samaria [modo como Israel designa a Margem Ocidental ocupada] estão de volta ao caminho certo», diz Lieberman no comunicado.
Este anúncio ocorre simultaneamente com a ordem de evacuação dada pelo exército israelita ao posto avançado de Amona, a norte de Ramala, na Margem Ocidental ocupada. Este posto avançado é considerado ilegal pelo próprio direito israelita (todos os colonatos israelitas nos territórios palestinos ocupados são ilegais à luz do direito internacional, como reafirmou a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de 23 de Dezembro de 2016), e a sua evacuação foi ordenada pelo Supremo Tribunal de Israel, tendo, no entanto, sido sucessivamente adiada.
O Exército de Israel ordenou aos colonos de Amona que abandonem o posto avançado ilegal no prazo de 48 horas, que terminará na manhã de quinta-feira, 2 de Fevereiro.
Durante uma evacuação parcial em 2006, registaram-se confrontos violentos. De acordo com o jornal israelita «Times of Israel», o exército israelita bloqueou a estrada que conduz a Amona, mas também desta vez isso não impediu a chegada de centenas de activistas pró-colonização, que acumularam junto à estrada pedras e pneus para incendiar, de modo a dificultar a evacuação.
Além de constituir o prosseguimento da política de colonização e eventual anexação dos territórios palestinos ocupados desde 1967, o anúncio pelo governo israelita da construção de novas casas nos colonatos visa atenuar os danos políticos junto das camadas mais reaccionárias e pró-colonização do eleitorado israelita — aliás representadas no governo pelo partido Lar Judaico, dos ministros da Educação, Naftali Bennett, e da Justiça, Ayelet Shaked —, para as quais Amona se transformou num símbolo.
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