Política e Sociedade de Israel

Ahed Tamimi, a sua mãe Nariman e a sua prima Nour foram hoje presentes ao tribunal militar israelita de Ofer, perto de Jerusalém. O juiz, tenente-coronel Menachem Lieberman, ordenou que o julgamento decorresse à porta fechada, com a presença apenas dos advogados e da família.O motivo invocado foi o direito de Ahed, como menor, à privacidade. Na realidade, trata-se de uma tentativa pouco velada de amortecer a atenção e indignação internacionais, comprovada pelas centenas de jornalistas, diplomatas e funcionários de organizações de direitos humanos que queriam assistir ao julgamento.Mas Ahed Tamimi, recorde-se, é apenas o caso publicamente mais notório dos mais de 350 menores palestinos actualmente presos pelos ocupantes israelitas.A próxima audiência do julgamento de Ahed, Nariman e Nour foi marcada para 11 de Março.No início da audiência preliminar de hoje, o juiz militar ordenou que os jornalistas saíssem da sala de audiências, determinando que as próximas serão à porta fechada. A...

Numa concentração hoje realizada frente à Embaixada de Israel, convocada pela CGTP-IN, CPPC, MDM e MPPM, condenou-se a ocupação e colonização israelitas dos territórios palestinos que dura desde 1967, nomeadamente a intensificação da construção de colonatos em que já vivem mais de 600.000 colonos; denunciou-se o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel; alertou-se para a situação dos dois milhões de palestinos em Gaza, cercada há mais de 10 anos por Israel, cuja sobrevivência está em risco; exigiu-se liberdade para os presos palestinos nas cadeias de Israel, de que a jovem Ahed Tamimi é apenas um exemplo recente do crescente número de palestinos presos, feridos e mortos por se erguerem contra a opressão e lutarem pela liberdade do seu povo; e reclamou-se uma Palestina independente, com capital em Jerusalém Oriental, e o regresso dos refugiados.
Registaram-se intervenções de Filipe Ferreira, pelo CPPC; Augusto Praça, pela CGTP-IN; Sandra Benfica, pelo MDM; e Carlos...

A Assembleia da República aprovou no passado dia 5 de Janeiro um Voto condenando a legislação actualmente em tramitação no parlamento israelita que permitiria a pena de morte para palestinos acusados de «operações contra alvos israelitas». A proposta de lei, apresentada por Naftali Bennett, dirigente do partido de extrema-direita Lar Judaico e ministro da Educação, foi aprovada em primeira leitura por 52 votos contra 49 e terá agora de ser aprovada em mais duas leituras.O Voto aprovado pela Assembleia da República foi apresentado pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tendo merecido os votos favoráveis dos grupos parlamentares do PSD, PS, BE, CDS-PP, PCP, PEV e PAN, e os votos contra dos deputados João Soares (PS) e João Rebelo (CDS-PP).É o seguinte o texto integral do documento:«VOTO DE CONDENAÇÃO PELA FACILITAÇÃO DO RECURSO À PENA DE MORTE EM ISRAELNo dia 3 de janeiro, o parlamento israelita aprovou em primeira leitura um projeto de lei que irá facilitar a aplicação da pena de...

Israel publicou uma lista de 20 grupos internacionais cujos membros serão impedidos de entrar no país devido ao seu apoio ao movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).O BDS é um movimento que se opõe à política de colonização, repressão e discriminação praticada por Israel contra o povo palestino. Apela ao boicote pelos cidadãos, ao desinvestimento pelas empresas e às sanções pelos Estados como forma de pressão sobre Israel.A lista negra, que foi publicada ontem pelo Ministério dos Assuntos Estratégicos de Israel, inclui organizações baseadas em vários países europeus, bem como nos Estados Unidos, no Chile e na África do Sul.Israel opõe-se desde sempre ao movimento BDS, mas há dois anos o governo de Netanyahu, indiferente às acusações de intolerância e supressão do debate democrático, adoptou uma estratégia mais agressiva contra os apoiantes do BDS. A medida ontem tomada vem na continuação de uma decisão de Março de 2017 de alterar a lei de entrada no país, permitindo que as...

Likud apela a anexação da Margem OcidentalLei para dificultar acordo sobre JerusalémMedidas para alargar direito israelita aos colonatosUma série de medidas tomadas em Israel nos últimos dias indicam uma intenção reforçada do Estado sionista de avançar para a anexação da Margem Ocidental ocupada.No passado domingo, o Comité Central do partido Likud aprovou por unanimidade um projecto de resolução que exorta os seus líderes a anexar formalmente os colonatos da Margem Ocidental, ou seja, grande parte deste território palestino ocupado. Apesar de o chefe do partido, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, não ter participado na reunião e de a deliberação não ser vinculativa, é inegável o peso político da decisão do partido dominante na coligação governamental. Poderá a qualquer momento tornar-se lei, dependendo do apoio ou conivência externos e das condições políticas internas (não está afastada a hipótese de eleições antecipadas, devido às investigações de corrupção de que é alvo...

O ministério israelita da Segurança Interna anunciou ontem, 13 de Novembro, que vai proibir a entrada no seu território a sete parlamentares e autarcas franceses.A razão invocada é que são partidários do movimento internacional Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que se opõe à política de colonização, repressão e discriminação praticada por Israel contra o povo palestino.O grupo impedido de entrar inclui os deputados Pierre Laurent (secretário nacional do PCF) e Clémentine Autain (La France Insoumise), os deputados europeus Pascal Durand (Verdes/Aliança Livre Europeia) e Patrick Le Hyaric (PCF), e ainda quatro presidentes de câmaras municipais.Fazem parte de uma delegação de vinte deputados e autarcas franceses que queriam deslocar-se a Israel e aos territórios palestinos ocupados entre 18 e 23 de Novembro, visando «alertar para a situação de quase 6000 presos políticos palestinos».Alguns membros deste grupo tinham anunciado a intenção de se encontrar com Marwan Barghouti...

A coligação governamental israelita pode vir a apresentar um projecto de lei que impede os não judeus de serem eleitos para o Knesset (parlamento). Segundo a agência palestina Quds Press, o projecto impediria a intervenção do Supremo Tribunal de Israel nas decisões tomadas pela Comissão Eleitoral Central, passando esta a ter a responsabilidade exclusiva de bloquear candidatos não judeus.O projecto foi apresentado pelo deputado Oded Forer, do partido de extrema-direita Lar Judaico, que faz parte da coligação governamental. Forer justificou a sua proposta afirmando: «O Knesset tornou-se um lugar onde os terroristas e seus apoiantes podem estar sem medo.»Trata-se de uma referência aos deputados da Lista Conjunta, uma coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel. A Lista Conjunta é o terceiro maior grupo parlamentar no Knesset, e a maioria dos seus 13 deputados são palestinos cidadãos de Israel.Pelo menos 20 % da população de Israel é constituída por palestinos...

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou quinta-feira, 19 de Outubro, que Israel nunca abandonará os colonatos situados no Vale do rio Jordão, localizado na parte oriental do território palestino ocupado da Margem Ocidental.Netanyahu fez esta declaração no discurso que proferiu numa cerimónia para assinalar os 50 anos dos colonatos israelitas no Vale do Jordão.«O Vale do Jordão permanecerá sempre uma parte de Israel. Vamos continuar a colonizá-lo, a investir em infra-estruturas e no turismo», afirmou Netanyahu. «O vale é uma cintura defensiva estratégica para o país, e sem ele o dilúvio fundamentalista poderia alcançar o interior, até Gush Dan. Assim, nossa linha defensiva oriental começa neste lugar. Se nós não estivermos aqui, Teerão e o Hamastão estarão aqui. Não vamos deixar que isso aconteça.»Ao longo dos últimos meses, Netanyahu tem participado em vários acontecimentos para marcar o 50.º aniversário da ocupação da Margem Ocidental por Israel durante a chamada...

Os Estados Unidos e Israel anunciaram no passado dia 14 de Outubro que se vão retirar da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por ela ser «tendenciosa contra Israel».Os EUA fizeram o anúncio primeiro, tendo a administração Trump notificado oficialmente a organização de que se vai retirar o seu estatuto de membro, mantendo, no entanto, uma missão de observação. Pouco depois, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu declarou que ia seguir a atitude dos EUA, a que chamou «uma decisão corajosa e moral». Em resposta à decisão dos Estados Unidos, a directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, divulgou um comunicado expressando o seu «profundo pesar» e afirmando: «Num momento em que os conflitos continuam a dividir as sociedades em todo o mundo, é profundamente lamentável que os Estados Unidos se retirem da agência das Nações Unidas que promove a educação para a paz e protege a cultura sob ataque.»A relação de Israel e dos EUA com a UNESCO é tensa...

Artigo publicado no jornal Haaretz em 10 de Agosto de 2017 Israel quer matar o maior número possível de pessoas inocentes. Não quer em nenhumas circunstâncias pertencer à comunidade dos países esclarecidos. Não há outra maneira de entender a arrepiante notícia de Gili Cohen (Haaretz de segunda-feira [7 de Agosto]) de que o establishment da defesa decidiu escolher um canhão de fabrico israelita que ainda não está finalizado em vez de um alemão, apenas para contornar a proibição internacional das bombas de fragmentação.Mais de 100 Estados assinaram o tratado internacional que proíbe o uso de bombas de fragmentação; Israel, como de costume, não é um deles. Que é que Israel tem a ver com tratados internacionais, direito internacional, organizações internacionais — é tudo um grande incómodo desnecessário. Os outros rejeicionistas ao lado de Israel são, como de costume, a Rússia, o Paquistão, a China, a Índia e, claro, os Estados Unidos, o maior derramador de sangue do mundo desde a Segunda...