Israel proíbe entrada a 20 grupos que apoiam Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS)
Israel publicou uma lista de 20 grupos internacionais cujos membros serão impedidos de entrar no país devido ao seu apoio ao movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
O BDS é um movimento que se opõe à política de colonização, repressão e discriminação praticada por Israel contra o povo palestino. Apela ao boicote pelos cidadãos, ao desinvestimento pelas empresas e às sanções pelos Estados como forma de pressão sobre Israel.
A lista negra, que foi publicada ontem pelo Ministério dos Assuntos Estratégicos de Israel, inclui organizações baseadas em vários países europeus, bem como nos Estados Unidos, no Chile e na África do Sul.
Israel opõe-se desde sempre ao movimento BDS, mas há dois anos o governo de Netanyahu, indiferente às acusações de intolerância e supressão do debate democrático, adoptou uma estratégia mais agressiva contra os apoiantes do BDS. A medida ontem tomada vem na continuação de uma decisão de Março de 2017 de alterar a lei de entrada no país, permitindo que as autoridades israelitas impeçam a entrada de activistas.
Gilad Erdan, o ministro dos Assuntos Estratégicos de Israel, classificou a lista negra como «mais um passo no nosso trabalho para nos opormos a organizações de boicote anti-Israel». O ministro obteve recentemente a aprovação do governo para a formação de um novo órgão semi-estatal, com um orçamento de 65 milhões de euros, para coordenar a resposta ao movimento BDS no plano da comunicação. Metade do dinheiro virá do seu ministério e a outra metade de doadores privados.
Há alguns dias, Gilad Erdan defendeu no Comité Central do Likud (partido dirigente da coligação governamental) a livre construção pelos israelitas em toda a Margem Ocidental ocupada, onde o direito israelita se deveria se aplicar em nome da «lei bíblica». Os colonatos israelitas são ilegais à luz do direito internacional, como em Dezembro de 2016 reafirmou a Resolução 2334 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Recentemente, em meados de Novembro de 2017, sete deputados e autarcas franceses que pretendiam viajar para Israel e a Palestina foram notificados de uma proibição de entrad por uma sua real ou pretensa ligação ao movimento BDS:
Os grupos constantes da lista negra são:
Europa: AFPS (Associação França Palestina Solidariedade); BDS França; BDS Itália; ECCP (Coordenação Europeia de Comités e Associações pela Palestina); FOA (Friends of Al Aqsa, Reino Unido); IPSC (Ireland Palestine Solidarity Campaign); Norge Palestinakomitee (Noruega); Palestinagrupperna i Sverige (Suécia); PSC (Palestine Solidarity Campaign, Reino Unido); War on Want (, Reino Unido); BDS Kampagne (Alemanha). Estados Unidos: AFSC (American Friends Service Committee); AMP (American Muslims for Palestine); Code Pink; JVP (Jewish Voice for Peace); NSJP (National Students for Justice in Palestine); USCPR (US Campaign for Palestinian Rights); BNC (BDS National Committee). América Latina: BDS Chile. África: BDS África do Sul.
Segunda, 8 Janeiro, 2018 - 00:00