Presidente de Israel expressa apoio à plena anexação da Margem Ocidental

Discursando numa conferência pró-colonatos realizada em Jerusalém Oriental na segunda-feira, 13 de Fevereiro, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, afirmou que apoia a anexação completa da Margem Ocidental, acrescentando que, se Israel o fizer, deve dar a todos os palestinos que aí vivem cidadania israelita plena.
Tendo como pano de fundo a famigerada «lei de regularização» aprovada na semana passada, que legalizou os colonatos israelitas nos territórios ocupados e pela primeira vez estendeu a esses territórios o direito civil israelita, Rivlin criticou as políticas de colonização levadas a cabo pelo seu país desde a Guerra de 1967.
Sem mencionar directamente nem os palestinos nem a Margem Ocidental, Rivlin defendeu que Israel deve estender a sua plena soberania sobre a terra de «Sião» e reclamar as terras que Tel Aviv ocupou em 1967, incluindo os colonatos nos territórios palestinos da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental e no território sírio nos Montes Golã.
«Eu, Rubi Rivlin, acredito que Sião é inteiramente nossa. Acredito que a soberania do Estado de Israel deve existir em todos os blocos», disse o presidente, argumentando que, depois de anexados os territórios, os cidadãos que aí vivem devem ter cidadania israelita completa e ser julgados segundo o direito israelita.
Entretanto, o diário israelita «Jerusalem Post» informa que Yehuda Glick, deputado do Likud, pretende apresentar um projecto de lei no sentido da anexação a Israel de diversos colonatos. Se aprovado, a anexação alcançaria pelo menos um terço dos 386 000 colonos da Margem Ocidental ocupada. Esta legislação, apoiada pela vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Tzipi Hotovely, e pelo ministro dos Transportes, Israel Katz, abrangeria os colonatos de Ma'aleh Adumim Givat Ze'ev, Geva Binyamin (Adam), Psagot, Ma'aleh Micmash e as áreas de Gush Etzion. Nos últimos tempos, exprimem-se cada vez mais abertamente os defensores da anexação no Knesset (parlamento israelita) e no governo de Israel.
Israel aumentou sua actividade de colonização após a tomada de posse do presidente dos EUA, Donald Trump, em 20 de Janeiro. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que se encontrará com Trump amanhã, 15 de Fevereiro, anunciou a aprovação de mais de 6000 unidades habitacionais nas duas primeiras semanas da presidência de Trump.
Todos os colonatos e postos avançados na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental são ilegais à luz do direito internacional, como recentemente reafirmou a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU.
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