Direitos Humanos e Presos Políticos

As forças de ocupação israelitas prenderam 374 palestinos da Cisjordânia ocupada e da Faixa de Gaza durante o mês de Novembro, incluindo 66 menores e seis mulheres, denunciam várias organizações palestinas de direitos humanos.

Num comunicado conjunto, o Clube dos Presos Palestinos, a Addameer – Associação de Apoio e Direitos Humanos dos Presos e a Comissão de Assuntos dos Presos e ex-Presos palestinos informaram que foram presos 137 palestinos em Jerusalém, 42 em Ramala e na cidade vizinha de Al-Bireh e 70 em Hebron. Para além disso, foram presos 22 palestinos de Jenin, 43 de Belém, 12 de Nablus, 15 de Tulkarm, sete de Qalqilya, cinco de Tubas, dois de Salfit, oito de Jericó e 11 de Gaza.

Segundo o comunicado, em finais de Novembro de 2019 o número de presos palestinos nas prisões de Israel elevava-se a quase 5000.

A Assembleia da República aprovou nesta sexta-feira, 22 de Novembro, um Voto de «condenação da nova agressão israelita a Gaza e da declaração da Administração Trump sobre os colonatos israelitas».

O MPPM saúda e congratula-se com o facto de o parlamento português, com a nova composição resultante das eleições de 6 de Outubro, reafirmar a solidariedade com o povo palestino e verberar as agressões de que é vítima.

Apresentado pelo grupo parlamentar do PCP, o texto mereceu o voto favorável de PS, BE, PCP, PAN e PEV; votaram contra PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal; abstiveram-se o Livre e 1 deputado do PS.

O Clube dos Presos Palestinos informa que as autoridades de ocupação israelitas prenderam 745 palestinos com menos de 18 anos desde o início de 2019 até ao final de Outubro.

Num comunicado publicado na véspera do Dia Internacional da Criança, que por iniciativa da ONU se celebra todos os anos a 20 de Novembro, o Clube dos Presos relata que aproximadamente 200 menores palestinos continuam presos pelas autoridades israelitas nos centros de detenção de Megiddo, Ofer e Damon.

O Clube pormenoriza a gama de violações de direitos cometidas pelas autoridades de ocupação israelitas contra os menores durante o processo de prisão desde o momento da sua brutal detenção, quando são levados de suas casas a meio da noite.

Desde 2015, foram documentados dezenas de casos de menores que foram deliberadamente atingidos a tiro pelas forças de ocupação israelitas no momento da detenção.

Três presos palestinos em detenção administrativa nas prisões israeleitas continuam em greve de fome, um deles há 109 dias seguidos, em protesto contra o seu encarceramento ilegal, sem acusação nem julgamento.

Segundo informou este sábado a Comissão dos Presos Palestinos, citada pela agência WAFA, Ismail Ali está em greve de fome há 109 dias. A sua saúde deteriorou-se gravemente devido ao longo jejum: sofreu uma grande perda de peso, perdeu capacidade visual e está incapaz de andar.

Outro detido administrativo, Mosab al-Hindi, está em greve de fome há 47 dias em protesto contra a sua detenção administrativa, foi recentemente transferido para o hospital após um agravamento do seu estado de saúde.

O terceiro grevista da fome, Ahmad Zahran, que está em jejum há 49 dias, também se encontra num estado de saúde grave devido ao seu longo jejum. A sua ordem de detenção administrativa foi prorrogada por mais quatro meses, dois dias antes de terminar a atual.

A dirigente política e ex-deputada palestina Khalida Jarrar foi novamente presa na madrugada desta quinta-feira pelas forças da ocupação israelita. A sua filha Yafa informou através do Twitter que a casa da família, em El Bireh, nos arredores de Ramala, foi assaltada às 3h da madrugada por mais de 70 soldados e 12 veículos militares.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), de que  Khalida Jarrar é dirigente, informou num comunicado que as forças de ocupação sionistas lançaram hoje uma campanha de prisões em larga escala de militantes seus, incluindo a ex-deputada e o dirigente Ali Jaradat, além de dezenas de quadros de diferentes partes da Cisjordânia ocupada.

No comunicado a FPLP exortou também a Autoridade Palestina e os seus serviços de segurança a interromperem todas as formas de coordenação de segurança com as forças de ocupação.

Heba al-Labadi, presa política palestina em greve de fome, descreveu os pormenores do seu interrogatório pelas forças israelitas e as formas de tortura a que foi sujeita para a forçar a terminar o seu protesto.

Heba al-Labadi, de 24 anos, cidadã palestino-jordana, foi detida pelas forças israelitas em 20 de Agosto ao atravessar a fronteira com a Jordânia. Na companhia da mãe, viajava para assistir ao casamento de um familiar na Cisjordânia ocupada.

Logo a seguir a ser presa foi despida e foram-lhe colocadas algemas e correntes nas pernas, sendo depois vendada e transferida para o centro de detenção Bitah-Tikva. Nos primeiros 16 dias de detenção foi aí interrogada durante 20 horas por dia, com apenas dois intervalos para as refeições.

Nos primeiros 25 dias de prisão foi-lhe negada a visita de advogados, e só 32 dias após ser presa é que foi transferida de um centro de interrogatório para uma prisão.

Sete palestinos em detenção administrativa estão actualmente em greve de fome por tempo indeterminado, protestando contra o facto de estarem presos por Israel sem julgamento.

Os sete presos palestinos em greve de fome são os seguintes:

• Ahmed Ghannam, de 42 anos, que iniciou sua greve de fome há 79 dias, em 14 de Julho, dia em que foi preso e detido sem acusação; a sua detenção administrativa foi renovada em 6 de Setembro. Esteve preso três vezes, passando um total de nove anos em prisões israelitas.

• Tareq Qadan, de 46 anos, em greve de fome há 62 dias. Foi preso 17 vezes pelas forças israelitas desde 1989 e passou quase 11 anos na prisão, a maior parte em detenção administrativa.

• Ismail Ali, de 30 anos, em greve de fome há 69 dias. Preso em Janeiro, iniciou a greve de fome em Junho, após a renovação dos primeiros seis meses da sua detenção administrativa. Esteve preso anteriormente, tendo passado quase sete anos nas prisões de Israel.

O preso palestino Samer Arbid foi hospitalizado em estado crítico em resultado da brutal tortura a que foi sujeito desde quarta-feira, informou este domingo a Addameer (Associação de Apoio e Direitos Humanos dos Presos).

Arbid, de 44 anos, foi preso por uma unidade especial das forças de ocupação israelitas na quarta-feira, 25 de Setembro. Durante a prisão, foi duramente espancado pelas forças israelitas. Foi depois levado para o centro de interrogatório de al-Mascobiyya, em Jerusalém.

Em comunicado divulgado no dia 28, o departamento de informações israelita afirma que foram usadas nos interrogatórios «técnicas extremas e excepcionais», um eufemismo que significa tortura.

A Comissão de Assuntos dos Presos e ex-Presos palestinos informou que cerca de 100 presos palestinos nas prisões israelitas iniciaram uma greve de fome há vários dias, protestando contra a instalação de dispositivos inibidores de sinal que prejudicam a sua saúde.

O Comité informa num comunicado que o Serviço Prisional de Israel transferiu os presos em greve das cadeias de Ramon e Eshil, do campo de detenção do Negev e de várias outras prisões para as secções 1 e 3 da prisão de Nafha, no Sul de Israel.

Os presos exigem a remoção dos dispositivos inibidores de sinal e a instalação de telefones públicos nas prisões para poderem contactar as  suas famílias, conforme acordado em Abril passado, tendo entrado em greve de fome depois de falharem as negociações com o SPI.

As forças de ocupação israelitas assaltaram, na madrugada de ontem, quinta-feira, em Ramala, a sede da Addameer, uma organização que defende os direitos humanos dos presos palestinos, tendo roubado computadores, diverso material informático, livros e documentos.

Foi também assaltada a sede da União Geral de Trabalhadores do Sector de Serviços, tendo as forças de ocupação destruído mobiliário e roubado computadores e documentos. Os assaltantes feriram, com balas de borracha, cinco jovens palestinos que tentaram opor-se ao assalto e que tiveram de ser hospitalizados.

Segundo a agência WAFA, na noite de quinta-feira as forças israelitas ocuparam o centro de Ramala e assaltaram diversos edifícios e cafés. Isto, não obstante Ramala estar incluída na área A dos Acordos de Oslo que deveria se de inteira responsabilidade, civil e de segurança, da Autoridade Palestina.

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