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Artigo publicado em Counterpunch em 5 de Março de 2019

Quando ouvi a primeira notícia, presumi que fosse um ataque aéreo israelita contra Gaza. Ou contra a Síria. Ataques aéreos a um «campo terrorista» foram as primeiras palavras. Foi destruído um «centro de comando e controle», foram mortos muitos «terroristas». Os militares estavam a retaliar por um «ataque terrorista» contra as suas tropas, disseram-nos.

Foi eliminada uma base «jihadista» islâmica. Então ouvi o nome Balakot e percebi que não era nem em Gaza, nem na Síria – nem mesmo no Líbano - mas no Paquistão. Coisa estranha, essa. Como poderia alguém misturar Israel e a Índia?

Bem, não deixemos a ideia esfumar-se. Quatro mil quilómetros separam o Ministério da Defesa israelita em Telavive do Ministério da Defesa indiano em Nova Deli, mas há uma razão pela qual os despachos actuais das agências parecem tão semelhantes.

Israel lançou uma nova e sangrenta ofensiva contra a martirizada Faixa de Gaza. Desde o início da escalada, na sexta-feira, foram mortos 25 palestinos e feridos mais de 1500.

Segundo as autoridades de Gaza, as forças armdas do regime sionista lançaram ataques aéreos e dispararam projécteis de artilharia contra o pequeno enclave palestino cercado, destruindo 200 instalações civis e outras infra-estruturas.

Sete prédios foram destruídos e outros quatro foram atacados por mísseis; centenas de outras casas ficaram parcialmente danificadas devido aos ataques. Escolas, carros, terrenos cultivados, estufas e veículos de assistência médica foram danificados pelos ataques.

Também foram atacados os portos de pesca de Rafah, Gaza e Khan Younis, além de 21 campos de treino e 17 torres de vigia das forças de resistência palestinas.

* COMUNICADO 04/2019*  1. Não é possível ignorar nem calar a gravidade das declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciando a intenção de proceder à anexação formal de territórios ocupados da Cisjordânia. 

As declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros dos EUA, Michael Pompeo, afirmando que tal anexação não constituiria um problema para o chamado «acordo do século» são igualmente inaceitáveis e suscitam fundados receios quanto a esse plano patrocinado pelo governo estado-unidense.

Em 1948, uma nova era se abre na região do Levante. É fundado o Estado de Israel, e desde o momento da sua criação ameaçará a estabilidade e a paz na região.

A fundação de Israel, descrita no primeiro artigo desta série, é desde logo uma operação belicista. Israel nasce com a ocupação de 78% da Palestina histórica (quando o plano de partição da ONU lhe atribuía 55%) e com a limpeza étnica de mais de metade da população palestina autóctone.

O carácter colonial do empreendimento sionista em terra árabe gozará da simpatia e apoio político e militar das potências ocidentais. Israel retribui assumindo-se como ponta-de-lança dos interesses dessas mesmas potências na região.

O MPPM participou no grande desfile organizado pela CGTP-IN, entre o Martim Moniz e a Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, reclamando liberdade e independência para a Palestina e paz para o Médio Oriente.

A associação do MPPM à manifestação organizada pela CGTP-IN traduz o reconhecimento pelo intenso e valioso trabalho desenvolvido pela central sindical, pelas organizações nela filiadas e pelos trabalhadores seus associados, na solidariedade com os trabalhadores e com o povo da Palestina.

Na Alameda, o MPPM montou um stand com informação sobre a questão palestina. Em particular destaque, um painel ilustrava a perda de território palestino ao longo do século XX, fruto das sucessivas apropriações sionistas, pelo terrorismo e pela guerra.

António, o conhecido e multipremiado cartunista português, rejeita as acusações de anti-semitismo que levaram à retirada de um seu cartoon da edição internacional do New York Times.

Após a publicação do cartoon no jornal nova-iorquino, organizações e personalidades sionistas lançaram uma campanha com a acusação de anti-semitismo. Em vez de defender a liberdade de opinião e de crítica do artista, o New York Times escolheu ceder à chantagem, retirou o cartoon e pediu publicamente desculpa.

Em declarações ao jornal Expresso, onde o cartoon foi originalmente publicado, António refuta a acusação, afirmando: «É uma crítica à política de Israel, que tem uma conduta criminosa na Palestina, ao arrepio da ONU, e não aos judeus.»

Artigo publicado no Haaretz em 22 de Abril de 2019

Fatma Sleiman, uma professora da aldeia de Tuqu, no Sul da Cisjordânia, morreu na quinta-feira num acidente de viação. Testemunhas disseram que um camião israelita bateu no seu carro. Isto não foi noticiado em Israel e certamente nunca será investigado como um abalroamento suspeito. Mesmo a cobertura dos meios de comunicação palestinos foi fraca, e apenas no Facebook e sites de notícias locais se encontrou relatos dos acontecimentos que se seguiram à sua morte. Mais adiante voltarei a falar disto.

Pelo menos 110 palestinos foram hoje feridos na Faixa de Gaza por balas reais disparadas pelas forças israelitas contra os manifestantes que participavam na 56.ª semana consecutiva da Grande Marcha do Retorno.

Os soldados israelitas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha contra os milhares de manifestantes que se reuniram em vários acampamentos ao longo da vedação com que Israel isola o pequeno território palestino. Os manifestantes feridos não representavam qualquer ameaça iminente ou perigo para a vida dos soldados. Entre os feridos, dois dos quais com gravidade, contam-se 37 menores, 3 mulheres, 4 paramédicos e um jornalista.

Segundo dados coligidos pelo Centro Palestino para os Direitos Humanos (PCHR),  a repressão israelita da Grande Marcha do Retorno, desde o seu início, em 30 de Março de 2018, já causou 203 mortos e 23 387 feridos, dos quais 137 tiveram de sofrer a amputação dos membros superiores ou inferiores.

O MPPM esteve na Avenida para reafirmar a fidelidade aos valores de Abril. Para alertar que a luta pela defesa da democracia e da liberdade não permite tréguas. Para recordar que a Revolução dos Cravos devolveu a Portugal um papel no concerto das nações que não tolera abdicações de soberania. Para dizer, com Nelson Mandela, que «a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos Palestinos».

Por isso, reclamámos uma Palestina livre e independente. Reclamámos o fim da ocupação. Reclamámos liberdade para os presos políticos palestinos nas prisões de Israel.

E gritámos: Palestina vencerá!

Há 45 anos deu-se uma das maiores realizações históricas do povo português – a Revolução de 25 de Abril de 1974. O heróico levantamento militar do Movimento das Forças Armadas (MFA), logo seguido por grandioso apoio e decidida intervenção popular, pôs fim a 48 anos de fascismo. Há 45 anos deu-se início a um processo revolucionário protagonizado pelo povo e pelos militares progressistas que realizou profundas transformações e conquistas democráticas no nosso país – conquistaram-se liberdades e garantias, direitos políticos, económicos, sociais e culturais, afirmaram-se a soberania e a independência nacionais, que foram consagrados na Constituição da República Portuguesa, aprovada em 2 de Abril de 1976.

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