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No domingo 8 de Setembro, morreu numa prisão israelita o preso palestino Bassam al-Sayeh, em circunstâncias que levantam suspeitas de negligência médica intencional.

Trata-se já do terceiro palestino a morrer nos cárceres israelitas em 2019, informa a Addameer (Associação de Apoio e Direitos Humanos dos Presos).

Bassam Al-Sayyeh, jornalista, de 47 anos, foi preso em 8 de Outubro de 2015 no tribunal militar de Salem quando assistia ao julgamento da sua esposa.

Sofria de cancro ósseo desde 2011, e apesar da sua situação de saúde, as forças de ocupação israelitas transferiram-no para o centro de interrogatórios de Petah Tikva.

Nessa altura, Al-Sayyeh informou o advogado da Addameer, durante uma visita, de que era interrogado diariamente durante longas horas, tendo desmaiado várias vezes durante os interrogatórios e na cela.

Esteve cerca de 20 dias sem qualquer assistência ou tratamento médico. 

Dois adolescentes palestinos foram hoje mortos pela forças israelitas durante os protestos da 73.ª semana da Grande Marcha do Retorno, junto à vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

As vítimas mortais são Ali al-Ashqar, de 17 anos, atingido por uma bala na cabeça, e Khaled Abu Bakr al-Rubaie, de 14 anos, atingido no ventre.

Pelo menos 80 manifestantes foram feridos, 38 por balas reais, informaram fontes médicas citadas pela agência palestina WAFA. Os atiradores israelitas dispararam balas reais e balas revestidas de borracha.

Rockets disparados de Gaza

Já durante a noite de sexta-feira, foram disparados cinco rockets da Faixa de Gaza em direcção a Israel, segundo o jornal israelita Haaretz, citando fontes militares.

As forças de ocupação israelitas prenderam 450 palestinos, incluindo 69 menores e 13 mulheres, durante o mês de Agosto, informou o Centro Palestino de Estudos dos Presos.

Registaram-se 10 detenções em Gaza, incluindo um pescador capturado enquanto trabalhava no mar, declarou Riyadh Ashqar, investigador do Centro. Os israelitas prenderam oito menores de Gaza perto da cerca com que Israel cerca o enclave costeiro palestino.

As forças de ocupação israelitas prenderam ainda dois fotojornalistas, Hasan Dabbous e Abdel Muhsen Shalaldeh, depois de assaltarem as suas casas e intimidarem os seus filhos. Um palestino deficiente, identificado como Jarrah Naser, também foi preso em Jerusalém.

Particularmente revoltante é facto de Israel ter prendido quatro crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos:  Mohammed Najeeb (10), Mahmoud Hajajreh (12), Ali Al-Taweel (13) e Yousef Abu Nab (13).

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reafirmou neste domingo o compromisso de impor a soberania de Israel nos colonatos judaicos da Cisjordânia ocupada.

«Com a ajuda de Deus, aplicaremos a soberania judaica a todas as comunidades [ler: colonatos judaicos], como parte da Terra [bíblica] de Israel e como parte do Estado de Israel», afirmou Netanyahu numa cerimónia de abertura do novo ano escolar no colonato de Elkana.

Netanyahu fez uma promessa semelhante, de anexar parte da Cisjordânia ocupada, nas vésperas das eleições de Abril deste ano. Porém, nessa altura os resultados obtidos não lhe permitiram formar uma coligação de governo viável. As actuais declarações devem por isso ser lidas também na perspectiva das novas eleições, marcadas para o próximo dia 17 de Setembro.

Na 72.ª semana da Grande Marcha do Retorno, 94 palestinos foram feridos pelas forças israelitas durante protestos pacíficos junto à vedação com que o Estado sionista isola a Faixa de Gaza. Entre os feridos desta sexta-feira, 30 de Agosto, contam-se 25 crianças, uma mulher, 2 jornalistas e 2 paramédicos, informa o Centro Palestino dos Direitos Humanos (PCHR).

O PCHR registou 46 feridos por balas reais, um deles em estado extremamente crítico. As forças repressivas israelitas continuaram a utilizar munições reais contra os manifestantes, visando sobretudo a parte superior do corpo.

Trata-se de um uso absolutamente intencional e desproporcionado da força, já que os soldados israelitas se encontravam a centenas de metros de distância e bem protegidos das pedras e petardos lançados por alguns manifestantes.

Israel reduziu para metade a quantidade de combustível fornecido à Faixa de Gaza sitiada, alegando o disparo de rockets a partir do território.

As forças armadas israelitas afirmaram na noite de domingo que três rockets tinham sido disparados da Faixa de Gaza em direcção ao território de Israel. Dois teriam sido interceptados pelo sistema antimíssil Iron Dome e o terceiro teria caído numa área desabitada.

Apesar de a autoria dos disparos não ter sido reivindicada, Tel Aviv realizou ataques aéreos contra alvos do Hamas, que Israel diz ser responsável por toda actividade militar vinda de Gaza.

Nascido em 24 de Agosto de 1928, Yasser Arafat foi um dos fundadores do movimento Fatah, que liderou de 1959 a 2004. Foi Presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP) de 1969 a 2004 e Presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de 1994 a 2004.

Arafat passou os últimos anos de vida cercado por forças israelitas no complexo presidencial palestino, a Muqata, e veio a morrer num hospital militar francês em 11 de Novembro de 2004, com 75 anos. Os médicos não indicaram uma causa específica de morte, pairando a suspeita de que foi envenenado pelos serviços secretos de Israel.

Foto: Expresso. Yasser Arafat em Lisboa em 1979, por ocasião da Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central: a Palestina. Arafat está ladeado pelo militante da paz e da solidariedade Silas Cerqueira (à sua direita) e pelo marechal Costa Gomes, ex-presidente da República de Portugal.

O preso Huzaifa Halabiya já cumpriu 52 dias de greve de fome contra a sua detenção pelo ocupante israelita, sem acusação nem julgamento, e o movimento dos presos palestinos apela a uma jornada de luta em 22 de Agosto, nomeadamente com uma concentração frente à prisão de Ofer, informa a Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinos).

A organização prisional da Frente Popular para a Libertação da Palestina lançou um apelo à participação nessas acções em toda a Palestina ocupada, exortando à solidariedade com os presos, especialmente os detidos administrativos que estão empenhados numa greve de fome de duração indeterminada.

Huzaifa Halabiya está encarcerado por Israel, em regime de detenção administrativa, sem acusação nem julgamento, desde 10 de Junho de 2018.

Pelo menos 144 fotojornalistas palestinos viram os seus direitos violados pelo ocupante israelita no primeiro semestre de 2019, informou o Comité das Liberdades do Sindicato dos Jornalistas Palestinos por ocasião do Dia Mundial da Fotografia  (19 de Agosto).

Está a aumentar a frequência com que os fotógrafos são alvo da ocupação israelita, afirma um comunicado divulgado pelo sindicato. No primeiro semestre deste ano, registaram-se 232 violações contra a imprensa palestina, incluindo impedir equipas de filmarem e detê-las, confiscar e destruir os seus equipamentos, além de prender, impedir viagens e invadir casas e instituições de jornalistas.

O comunicado apela às organizações árabes e internacionais de média e de direitos humanos para apoiarem o Sindicato dos Jornalistas nos seus esforços para proteger os jornalistas dos ataques sistemáticos e para processar a ocupação israelita pelos seus crimes.

Aviões militares de Israel bombardearam na noite de sábado vários locais no Norte da Faixa de Gaza sitiada. As forças do exército de ocupação afirmam ter atacado infra-estruturas do Hamas e um posto de observação

Os ataques israelitas ocorreram após o disparo de três rockets do território palestino para Israel, afirmaram as forças armadas sionistas. Dois dos rockets teriam sido interceptados pelo sistema anti-míssil Iron Dome («cúpula de ferro»).

Já na noite de sexta-feira as sirenes de alarme tinham soado em várias localidades do Sul de Israel. Teria sido lançado um rocket da Faixa de Gaza, interceptado pelo Iron Dome, anunciaram as forças armadas israelitas. Aviões israelitas teriam atacado «duas infra-estruturas subterrâneas» do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica).

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