Colonos israelitas envenenam mais de 60 cabeças de gado no Vale do Jordão

Mais de 60 animais morreram esta manhã envenenados por colonos israelitas extremistas na cidade de Al-Auja, a norte de Jericó, no Vale do Jordão.

Segundo a agência Wafa, um grupo de habitantes do colonato de Seima pulverizou veneno nos terrenos onde o gado pastava. Sessenta animais já morreram, mas um responsável do município de Al-Auja disse que era altamente provável que o número aumentasse, uma vez que parte do gado restante ainda se encontrava em estado crítico.

A violência dos colonos contra os palestinos e os seus bens é rotineira na Cisjordânia e raramente é sancionada pelas autoridades israelitas.

A violência dos colonos inclui, além de agressões pessoais, fogo posto em prédios e mesquitas, lançamento de pedras, destruição de culturas e oliveiras, ataques a habitações e automóveis, entre outros.

O Vale do Jordão é uma faixa fértil de terra que se estende a oeste do rio Jordão, onde vivem cerca de 65 000 palestinos, e constitui aproximadamente 30% da Cisjordânia.

Desde 1967, quando o exército israelita ocupou a Cisjordânia, Israel transferiu pelo menos 11 000 dos seus cidadãos para o Vale do Jordão. Alguns dos colonatos em que eles vivem foram construídos quase inteiramente em terras privadas palestinas.

Os militares israelitas também designaram aproximadamente 46% do Vale do Jordão como zona militar fechada desde o início da ocupação em Junho de 1967, e têm utilizado o pretexto de exercícios militares para deslocar à força as famílias palestinas que ali vivem, como parte de uma política de limpeza étnica e de asfixia do desenvolvimento palestino na região.

Cerca de 6 200 palestinianos vivem em 38 comunidades em locais destinados a uso militar e tiveram de obter autorização das autoridades israelitas para entrar e viver nas suas comunidades.

Em violação do direito internacional, os militares israelitas não só deslocam temporariamente as comunidades numa base regular, como também confiscam as suas terras agrícolas, demolindo as suas casas e infra-estruturas de tempos a tempos.

Além de sofrerem deslocações temporárias, as famílias palestinas que aí vivem enfrentam inúmeras restrições no acesso a recursos e serviços. Enquanto isso, Israel explora os recursos da área e atribui generosos lotes de terra e recursos hídricos aos colonos.

O assédio às populações palestinas do Vale do Jordão tem aumentado desde que foi divulgado o cinicamente denominado “acordo do século” que prevê a sua anexação por Israel juntamente com largas extensões da Cisjordânia.

Foto: Jordan Valley Solidarity

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