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As forças israelitas demoliram hoje uma escola em Masafer Yatta, a sul da cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada.

As forças israelitas demoliram a escola Isfey, na área de Khirbet Isfey al-Fouqa, onde dezenas de estudantes vão para obterem a sua educação. O Ministério da Educação tinha organizado ontem uma visita à escola, com a participação de representantes de organizações de direitos humanos, diplomatas, e organizações internacionais.

A União Europeia (UE) disse hoje que estava chocada com a notícia da demolição israelita de uma escola financiada por doadores em Masafer Yatta, no sul da Cisjordânia.

«Chocada com a notícia de que as Forças de Segurança Israelitas demoliram a escola Isfey financiada por doadores em Masafer Yatta, em território palestino ocupado, um dia depois de uma visita de diplomatas de vários Estados membros da EU», disse a UE no Twitter. «O direito das crianças palestinas à educação deve ser respeitado».

Neste dia 29 de Novembro passam três quartos de século da aprovação da Resolução 181 pela Assembleia Geral da ONU, prevendo a partição da Palestina, então sob Mandato britânico. Mas se logo em 1948 foi criado o Estado de Israel, nenhum Estado independente da Palestina jamais viu a luz do dia.

O colonizador britânico foi substituído por um Estado de colonos que não apenas se apropriou dum território que excedia em muito o previsto na Resolução 181 de 1947 como tem mantido, desde 1967, o restante território palestino sob ocupação, com uma imparável escalada de construção de colonatos, do Muro do Apartheid, de confiscação de casas e terras de palestinos, de cerco à Faixa de Gaza, com o evidente objectivo de inviabilizar a solução dos dois Estados.

A dramaturga inglesa Caryl Churchill foi galardoada, em Abril passado, com o prémio European Drama Award 2022 como reconhecimento pelo trabalho de toda a sua vida. Mas, no início deste mês de Novembro, o júri retractou a sua decisão e cancelou o prémio deste ano, dizendo que tinha tido conhecimento de «informações anteriormente desconhecidas».

José Saramago, figura maior da vida cultural portuguesa, cidadão desta terra e deste mundo, foi um homem totalmente comprometido com o seu tempo, em particular com a luta dos homens e dos povos pela emancipação de todas as formas de exploração e opressão. O drama do povo palestino, a sua causa nacional, a sua heróica luta contra a ocupação e pela liberdade, teve em José Saramago uma voz empenhada, corajosa e sentidamente solidária.

A voz de Saramago — de alcance mundial pela arte da palavra, a clarividência do pensamento e o desassombro das posições — há muito se fazia ouvir em prol de duas maiores e incindíveis causas da humanidade: a libertação e a paz.

A partir de 13 de Novembro, a Palestina e, em particular a Faixa de Gaza, vai estar em foco numa exposição de pintura, em dois filmes e em dois debates, em Lisboa e em Sintra. A sociedade civil portuguesa está cada vez mais empenhada na promoção da causa do povo palestino, em flagrante contrate com a indiferença das instâncias oficiais.


Exposição | Arte entre Ruínas: Sublimação Artística na Faixa de Gaza - Malak Mattar

Vernissage Domingo, 13 de Novembro
Patente até Domingo, 29 de Janeiro de 2023
MU.SA - Museu das Artes de Sintra

O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse ao Presidente de Israel, Isaac Herzog, que «se não houvesse um Israel, teríamos de inventar um».

Falando com Herzog durante uma reunião que durou 90 minutos, no passado dia 26 de Outubro, Biden disse ainda: «Vamos também discutir — e vou dizer isto 5.000 vezes na minha carreira — o firme compromisso que os Estados Unidos têm com Israel com base nos nossos princípios, nas nossas ideias, nos nossos valores. São os mesmos valores.»

Biden tinha feito anteriormente comentários semelhantes sobre Israel Em 1986, durante uma sessão do Senado dos EUA, afirmou:

«É o melhor investimento de três milhões de dólares que fazemos. Se não houvesse um Israel, os Estados Unidos da América teriam de inventar um Israel para proteger os seus interesses na região. Os Estados Unidos teriam de sair para inventar um Israel.»

O MPPM — Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente — denuncia e condena a brutal escalada de violência do ocupante israelita sobre o povo palestino, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao mesmo tempo que saúda as manifestações de unidade, expressas tanto na resistência popular na Palestina ocupada, como na aproximação das forças políticas recentemente reunidas na Argélia.

A repressão israelita nos territórios palestinos ocupados está a assumir proporções de enorme gravidade, a que urge pôr rapidamente cobro. São praticamente diários os assassinatos de palestinos pelas forças repressivas israelitas, bem como os actos de violência levados a cabo por colonos em toda a Cisjordânia.

Concentração Paz Porto - 27 Out 2022

Também no Porto se realizou uma concentração em resposta ao apelo lançado pelo CPPC «Os povos querem a Paz, não o que a guerra traz!». Foi no dia 27 de Outubro, na Praceta da Palestina (Rua Fernandes Tomás com Rua do Bolhão), e o MPPM aderiu ao apelo e esteve presente na concentração.

Este é o texto do apelo:

Os povos querem paz.

No entanto, no actual contexto internacional, continuam e agravam-se diversos conflitos, como na Palestina, no Sara Ocidental, na Síria, no Iémen ou na Ucrânia, com trágicas consequências para os povos.

É instigada a escalada de guerra, fomentada a produção de mais e mais sofisticadas armas, incluindo nucleares, promovido o militarismo – com cada vez mais milhares de milhões a serem entregues ao complexo militar-industrial.

Concentração pela Paz - Lisboa 26 Outubro 2022

Em resposta ao apelo do CPPC, a que aderiram o MPPM e outras organizações, algumas centenas de pessoas marcaram presença no Largo José Saramago, em Lisboa, na tarde de 26 de Outubro, para afirmar que «os povos querem paz, não o que a guerra traz».

Este é o texto do apelo:

Os povos querem paz.

No entanto, no actual contexto internacional, continuam e agravam-se diversos conflitos, como na Palestina, no Sara Ocidental, na Síria, no Iémen ou na Ucrânia, com trágicas consequências para os povos.

É instigada a escalada de guerra, fomentada a produção de mais e mais sofisticadas armas, incluindo nucleares, promovido o militarismo – com cada vez mais milhares de milhões a serem entregues ao complexo militar-industrial.

Na noite de 22 para 23 de Maio de 1948, uma semana após o estabelecimento do Estado de Israel, o 33º batalhão da Brigada Alexandroni lançou um ataque contra a aldeia palestina de Tantura, utilizando fogo de metralhadoras pesadas seguido de um ataque de infantaria. O combate foi de curta duração mas, após a rendição dos aldeãos, as milícias sionistas procederam ao massacre de mais de duas centenas de prisioneiros desarmados.

A notícia do massacre era conhecida do lado palestino, mas sistematicamente negada pelo lado israelita. Uma tese de mestrado de Theodore Katz, um aluno da Universidade de Haifa, que confirmou a ocorrência do massacre com base em dezenas de testemunhos de sobreviventes palestinos e de milicianos sionistas, foi denegrida e o seu autor perseguido em tribunal. O historiador Ilan Pappé, professor de Katz, defendeu a veracidade da tese o que lhe valeu a expulsão da Universidade de Haifa e o exílio em Inglaterra, onde é professor na Universidade de Exeter.

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