As forças israelitas mataram um rapaz palestino por ter descoberto uma operação secreta

Forças israelitas à paisana mataram deliberadamente um rapaz palestino de 15 anos quando ele denunciou a sua entrada furtiva no campo de refugiados de Jenin durante uma incursão militar a 19 de Setembro, denuncia a Defense for Children International – Palestine (DCIP).

Segundo um relatório divulgado na quarta-feira pela DCIP — o sector palestino da Defense for Children International (DCI), com sede em Genebra — , Rafat Omar Ahmad Khamayseh estava a sair de casa do avô, no campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia, por volta das sete e meia da manhã, na terça-feira, 19 de Setembro, quando «viu elementos das forças especiais israelitas a saírem de três carros com matrícula palestina e a cercarem a casa do pai de um homem palestino procurado para prisão».

O relatório refere que «Rafat fugiu, a gritar: “Forças Especiais! Forças especiais!”. Um soldado israelita perseguiu Rafat e disparou a uma distância de 10 metros atingindo-o no abdómen».

As forças de ocupação israelitas voltaram a disparar contra o rapaz, e então um homem palestino veio em seu auxílio e «atirou-se para cima de Rafat e empurrou-o para a sua casa, a menos de cinco metros de distância. O homem e a sua família abrigaram Rafat durante cerca de uma hora e meia, enquanto os militares israelitas impediam as ambulâncias de aceder ao campo de refugiados de Jenin».

O relatório diz que o rapaz foi «atingido por uma bala que lhe entrou pelo abdómen e saiu pelo lado superior direito do peito... Sangrou muito pela boca e pelo nariz enquanto esperava por uma ambulância. […] Rafat morreu antes de uma ambulância o transferir para o Hospital Ibn Sina em Jenin».

Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP, comenta: «As forças israelitas utilizam habitualmente a força letal em situações não justificadas pelo direito internacional. O aumento das incursões militares israelitas nas cidades palestinas e nos campos de refugiados, combinado com a impunidade sistémica, parece levar a que as forças israelitas recorram a munições reais e ao uso excessivo da força para controlo de multidões, com total desprezo pelas suas consequências mortais.»

O assassinato de Khamayseh é o mais recente assassinato de um palestino pelas forças israelitas neste ano de 2023, em que pelo menos 240 palestinos, incluindo 48 menores, foram mortos na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza sitiada desde o início do ano.

O relatório da DCIP conclui: «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que exista uma ameaça directa à vida ou a ferimentos graves. No entanto, as investigações e as provas recolhidas regularmente pela DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam a força letal contra menores palestinos em circunstâncias que podem equivaler a assassinatos extrajudiciais ou intencionais.»

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Fontes: Middle East Monitor, Defense for Children International - Palestine

Na imagem: Rafat Omar Ahmad Khamayseh (Foto: DCIP)