Israel brutaliza mulheres palestinas
Notícias recentes revelam comportamentos animalescos das forças de ocupação israelitas para com mulheres palestinas que vão desde a agressão brutal a uma menor, ao espancamento, violação e tortura de uma detida, até ao forçado desnudamento de cinco mulheres em frente dos filhos. A violência israelita contra as mulheres palestinas é uma rotina na Cisjordânia ocupada mas continua a gozar de total impunidade.
As forças israelitas agrediram brutalmente uma rapariga palestina de 17 anos depois de terem invadido várias casas na comunidade árabe de Mleihat, a noroeste da cidade de Jericó, na Cisjordânia ocupada, informou a agência noticiosa oficial palestina WAFA.
Hassan Malihat, supervisor geral da Organização Al-Baydar para a Defesa dos Direitos dos Beduínos, disse à WAFA que os soldados israelitas atacaram uma rapariga palestina de 17 anos depois de terem invadido a casa da sua família na referida comunidade na passada terça-feira, 12.
Fatima Amarneh foi maltratada e torturada após a detenção
Fatima Amarneh, de 41 anos, da cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, foi detida pela polícia israelita no dia 4 de Setembro, em Jerusalém Oriental ocupada, quando saía da mesquita de Al-Aqsa, sendo sujeita aos piores tipos de abuso e tortura — denuncia a Comissão para os Assuntos dos Prisioneiros e Ex-Prisioneiros num relatório apresentado na segunda-feira, 11 de Setembro.
Amarneh contou à advogada da Comissão, Hanan Khatib, que a visitou na prisão de Damon, no norte de Israel, que um polícia israelita lhe deu um pontapé, alegando que ela o tinha tentado esfaquear. Depois, outros policias atacaram-na e bateram-lhe com força até ela perder os sentidos. Quando acordou, viu-se algemada dentro de um jipe da polícia.
Amarneh foi então transferida para a esquadra de polícia da Porta de Jaffa, al-Qishleh, onde foi interrogada, torturada e espancada. Foi também aterrorizada e violada, enquanto as mulheres-polícia a revistavam várias vezes.
«Puseram-me no autocarro de transporte de prisioneiros e pisaram-me com força. Por vezes, o autocarro ia depressa e depois parava de repente. Transferiram-me de um sítio para outro para me pressionarem e me enfurecerem. As mulheres-polícia apertavam-me as algemas para me magoar, enquanto me empurravam, pontapeavam e batiam. Rasgaram-me a roupa exterior e depois transferiram-me para a prisão de Ramleh, onde dormi sem comer nada. Em seguida, colocaram-me na solitária, numa cela sombria e grosseira, com uma cama e um colchão de couro fino, sem almofadas e com um cobertor sujo e malcheiroso. A casa de banho tinha um buraco no chão e cheirava muito mal. Depois disso, fui transferida para a prisão de Damon», contou Amarneh à advogada.
A advogada de Amarneh disse que as nódoas negras no corpo da prisioneira ainda eram visíveis e que partes da sua roupa tinham manchas de sangue.
Um vídeo publicado no Twitter mostra a brutal agressão a Amarneh no momento da detenção.
Soldados israelitas forçam mulheres palestinas a desnudar-se
A organização israelita de defesa dos direitos humanos, B'Tselem, expôs num relatório publicado em 5 de Setembro como na segunda-feira, 10 de Julho de 2023, por volta da 1h30 da manhã, dezenas de soldados mascarados, com cães, entraram na casa da família Ajlouni em Hebron e forçaram cinco mulheres a despir-se em frente dos seus filhos assustados.
Segundo o relatório, os soldados ameaçaram com as suas armas 26 membros da família que se encontravam em casa na altura e confinaram-nos a uma das divisões da casa. De seguida, algemaram três membros da família, um deles um rapaz de 17 anos, vendarem-lhes os olhos e levaram-nos para outra sala. Em seguida, separaram os restantes homens das mulheres e crianças, que foram mantidas na sala de estar, e revistaram-nos numa sala separada.
«Os soldados levaram então uma mulher para o quarto onde os seus filhos, com idades compreendidas entre os quatro e os sete anos, estavam a dormir. As crianças acordaram assustadas. Duas soldadas mascaradas impediram a mãe de ir ter com elas e ameaçaram atirar-lhe com o cão que traziam consigo se ela não se despisse à frente delas. A mãe não teve outra alternativa senão despir-se e virar-se, despida, à frente dos soldados e dos seus filhos assustados», refere o relatório.
Os soldados levaram então os rapazes para a sala de estar e retiraram-se com mais três mulheres e uma rapariga, nuas, para revistas corporais.
O relatório inclui os testemunhos das mulheres sobre a sua experiência durante a invasão da sua casa e da sua privacidade pelos soldados e o roubo do seu ouro e dinheiro.
As Nações Unidas pediram às autoridades israelitas uma investigação sobre o desnudamento forçado de cinco mulheres palestinas por soldados israelitas na cidade de Al-Khalil (Hebron), na Cisjordânia ocupada, informou a Agência de Notícias Anadolu.
«Somos contra qualquer forma de punição colectiva», declarou o porta-voz adjunto do Secretário-Geral das Nações Unidas, Farhan Haq, aos jornalistas na quarta-feira 6 de Setembro. «Este incidente tem de ser analisado e investigado em profundidade».
Assaltos para aterrorizar e saquear
Durante Maio e Junho de 2023, a B'Tselem documentou quatro casos distintos em que dezenas de soldados israelitas invadiram, a meio da noite, as casas de famílias palestinas alargadas nas Áreas H1 e H2 da cidade de Hebron, acordando os membros da família, incluindo crianças pequenas. Os soldados, na sua maioria mascarados, traziam consigo cães.
Em cada habitação, os soldados confinaram as famílias a uma sala, separaram vários familiares dos restantes e efectuaram buscas corporais. Em todos os casos, ao longo da noite, os soldados deslocaram os residentes de uma divisão para outra e revistaram os apartamentos, destruindo janelas, portas e outros bens, e atirando para o chão o conteúdo dos armários da cozinha e dos roupeiros.
Os soldados bateram numa mulher quando ela teve dificuldade em encontrar as chaves do carro da família, como eles exigiam. Em todos os casos, os soldados roubaram jóias, ouro e dinheiro que as famílias tinham em casa. Uma família apresentou queixa na polícia, mas as jóias e o dinheiro roubados não foram devolvidos.
Estas invasões são efectuadas sem que os soldados necessitem de um mandado de busca, a qualquer hora e em qualquer lugar que os militares ditem, com base em poderes amplos e arbitrários que os militares assumiram para si próprios.
Fontes: Palestine Chronicle, WAFA, B’Tselem
Foto: Soldados israelitas patrulham ruas de Hebron com cães