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Pelo quinto dia consecutivo, prosseguem em toda a Palestina e em muitos locais do mundo inteiro os protestos contra a decisão do presidente estado-unidense, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de para aí transferir a embaixada dos EUA.
Nos territórios palestinos registaram-se novos protestos, nomeadamente em Ramala, Hebron e Tulkarem, na Margem Ocidental ocupada, e na Faixa de Gaza cercada.
Os protestos têm sido brutalmente reprimidos por Israel.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, as forças de ocupação israelitas mataram 4 palestinos e feriram outros 1632 durante os protestos.
Estatísticas publicadas ontem pelo Ministério da Saúde revelam que houve 1327 feridos na Margem Ocidental e em Jerusalém ocupadas, incluindo 28 por balas reais, 305 por balas de metal revestidas de borracha e 962 casos de sufocação devido à inalação de gás lacrimogéneo.
O Dia Internacional dos Direitos Humanos, que hoje se assinala, é um dia de luto para os palestinos. As denúncias de violações dos direitos dos palestinos pela potência ocupante, Israel, feitas por organizações palestinas, israelitas e internacionais de direitos humanos, caem em saco roto e nunca fazem primeiras páginas de jornais nem aberturas de telejornais. A comunidade internacional faz ouvidos moucos a estas denúncias. As potências ocidentais, tão preocupadas com o respeito pelos direitos humanos noutras partes do mundo, sentam-se à mesa com Israel como se se tratasse de um parceiro honesto e respeitável. E, no entanto…
Na sequência de uma intensa campanha por grupos de activistas, organizações de estudantes e outras, a Universidade Católica de Lovaina (Bélgica) anunciou que não participará em futuros desenvolvimentos do projecto LAW TRAIN, um programa de cooperação com a polícia de Israel para estudar técnicas de interrogatório financiado pela União Europeia ao abrigo do programa Horizonte 2020 – informa a Samidoun (Rede de Solidariedade com os Presos Palestinos)
No anúncio feito no passado dia 6, o recém-eleito reitor da Universidade de Lovaina (UCL), Luc Sels, definiu a sua posição em três pontos:
Em Ramala, Tul Karm e Nablus houve durante o dia de hoje manifestações contra reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como a capital de Israel, que contaram com a participação de muitas centenas de pessoas, algumas das quais queimaram fotos de Donald Trump. Dezenas de palestinos também protestaram em vários locais do Norte e centro da Faixa de Gaza. Nas cidades de Hebron e Al-Bireh, na Margem Ocidental ocupada, milhares de manifestantes entoaram «Jerusalém é a capital do Estado da Palestina».
Ao mesmo tempo, a medida estado-unidense provocou uma onda de agitação e protestos em toda a região, que se prevê irem continuar nos próximos dias.

O presidente Donald Trump anunciou hoje, 6 de Dezembro, que os Estados Unidos da América reconhecem Jerusalém como capital de Israel e vão iniciar o processo de transferência para esta cidade da sua embaixada.

Esta decisão unilateral constitui uma violação gravíssima do direito internacional, consignado nomeadamente em numerosas resoluções da ONU, incluindo a recente resolução 2334 do Conselho de Segurança, de Dezembro de 2016, que explicitamente menciona Jerusalém Oriental como «território palestino ocupado».
Esta decisão, que aliás constitui uma alteração substancial da posição oficial estado-unidense até agora vigente, coloca assim os Estados Unidos fora da legalidade internacional.

As forças de ocupação israelitas prenderam 22 palestinos durante incursões realizadas na Margem Ocidental ocupada na madrugada de hoje, segunda-feira. Entre os alvos da repressão contam-se presos anteriormente libertados e familiares de palestinos mortos pelas forças de ocupação.
As forças israelitas detiveram também três advogados palestinos, entre os quais o chefe da unidade jurídica da Comissão de Assuntos dos Presos, Iyad Misk, e Khalid Zabarqa, que é o advogado do Sheikh Raed Salah, dirigente do ramo setentrional do Movimento Islâmico, movimento muçulmano de Israel proibido pelas autoridades sionistas.
Entre os detidos conta-se também um menor de 14 anos e três ex-presos do distrito de Belém, informou a Sociedade dos Presos Palestinos.
Segundo documentação das Nações Unidas, entre 7 e 20 de Novembro as forças de ocupação israelitas realizaram 147 operações de busca e detenção em toda a Margem Ocidental.
O presidente dos EUA vai em breve declarar que Jerusalém é a capital de Israel, embora adie a mudança da embaixada estado-unidense de Tel Aviv para Jerusalém, noticiaram ontem, 1 de Dezembro, vários órgãos de comunicação.
Donald Trump deverá assinar na próxima segunda-feira uma dispensa presidencial atrasando a mudança da embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém. A assinatura da dispensa, que contraria a promessa eleitoral de Trump sobre o assunto, seria acompanhada por um discurso no qual ele declararia o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. As notícias publicadas não incluem, no entanto, pormenores sobre o discurso, e a Casa Branca oficialmente não se pronunciou sobre o assunto.
Sessão Dia Internacional de Solidariedade 2017
Uma vasta assistência respondeu ao apelo do MPPM para que o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino que ontem se assinalou na Casa do Alentejo, em Lisboa, representasse uma forte manifestação da solidariedade do povo português com a luta do povo palestino.
Este Dia Internacional de Solidariedade, recorde-se, foi instituído pela Assembleia Geral das Nações em 1977, por reconhecer a dívida da comunidade internacional para com o povo palestino dado que, 30 anos após a adopção da resolução 181 (II), em 29 de Novembro de 1947, que preconizava a partilha da Palestina em dois Estados - um judaico e um árabe - com um estatuto especial para Jerusalém, continuava por cumprir a criação do Estado Palestino.

O mês de Novembro de 2017 começou com os 100 anos da Declaração Balfour e termina com o 70.º aniversário do plano de partição da Palestina. Votada em 29 de Novembro de 1947, a resolução 181 da ONU (1947) veio a resultar na criação de Israel e na Nakba (catástrofe) de 1948, um processo de limpeza étnica em que mais de 530 aldeias palestinas foram destruídas e 750 000 palestinos foram expulsos da sua terra natal.

A tragédia que hoje se continua a abater sobre o povo palestino resulta de um processo em que têm pesadas responsabilidades potências ocidentais, em primeiro lugar o Reino Unido e mais tarde os Estados Unidos. Todavia, também o conjunto da comunidade internacional assumiu uma pesada responsabilidade na partilha da Palestina histórica, ao arrepio dos interesses e contra a vontade do povo palestino.

Centenas de beduínos palestinos da comunidade de Jabal al-Baba, no distrito de Jerusalém da Margem Ocidental ocupada, estão em risco de serem expulsos pelo governo israelita. No início deste mês, as forças de ocupação israelitas distribuíram avisos de evacuação a todos os 300 moradores palestinos da aldeia, dizendo que tinham oito dias para se mudarem para um «local de realojamento».
A aldeia é povoada por cerca de 55 famílias beduínas que habitam nesta zona há 65 anos — depois de serem forçado a sair de suas terras em 1948, quando Israel foi criado — e que enfrentam uma ameaça constante de serem expulsas das suas casas.
Jabal al-Baba, como outras comunidades beduínas da região, está ameaçada de transferência forçada por estar localizada no «corredor E1», criado pelo governo israelita para ligar Jerusalém Oriental anexada ao mega-colonato de Ma'ale Adumim, onde residem entre 125.000 e 150.000 colonos israelitas.

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