Soldados israelitas disparam gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra escolas palestinas em Hebron (Vídeo)
Dezenas de alunos de Hebron, na Cisjordânia ocupada, sofreram os efeitos da inalação de gás lacrimogéneo disparado por soldados israelitas no passado domingo, 16 de Dezembro.
O repugnante acto de brutalidade não provocada do exército de ocupação é relatado e está registado em vídeo pelo International Solidarity Movement. Rachel Corrie, morta em 2003 por um buldózer do exército israelita quando tentava impedir a demolição da casa de um palestino na Faixa de Gaza, pertencia a este grupo não violento de activistas pró-palestinos.
No domingo (um dia útil na Palestina), quatro soldados do exército de ocupação israelita entraram no bairro de Salaymeh, em Hebron, às 13h. Activistas do ISM estavam presentes no local desde as 12h30 e não testemunharam nenhum lançamento de pedras nem qualquer tipo de provocação.
Os soldados dispararam 21 granadas de gás lacrimogéneo em menos de 5 minutos numa rua em que existem três escolas primárias (Escola de Hebron, Escola Básica de Hebron para Rapazes da UNRWA e Escola Khadijae) e para dentro dos pátios de duas escolas. Nas proximidades imediatas existem quatro outras escolas.
Os soldados também lançaram três granadas atordoantes por cima do muro da Escola de Hebron, ainda que não conseguissem ver se naquele momento havia alguém do outro lado.
O director da Escola de Hebron declarou que no total foram disparadas cinco granadas de gás lacrimogéneo para o pátio da escola, dentro da qual ainda se encontravam alunos. Trinta rapazes e cinco professores sofreram inalação de gás lacrimogéneo. Os activistas do ISM também encontraram uma granada de gás lacrimogéneo num jardim da Escola Básica de Hebron para Rapazes da UNRWA.
Naquele momento não existia qualquer ameaça nem para os soldados nem para ninguém, mas os soldados continuaram a disparar gás lacrimogéneo, embora as ruas do bairro estivessem completamente vazias. Aparentemente só pararam quando esgotaram o gás lacrimogéneo.
O gás lacrimogéneo espalhou-se pelo bairro, penetrando em escolas e em prédios de habitação. Não havia vento, e o gás lacrimogéneo só se dispersou muito lentamente, continuando a afectar os moradores durante muito tempo.
No mês passado, informa o International Solidarity Movement, foram disparadas neste bairro 238 granadas de gás lacrimogéneo e 51 granadas atordoantes.
Na cidade de Hebron, no Sul da Cisjordânia ocupada, vivem cerca de 200 000 palestinos. Sob protecção do exército israelita, 800 colonos judeus extremamente agressivos moram em vários complexos fortificados no coração da cidade.
