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Na Galeria das Salgadeiras, em Lisboa, foi ontem apresentada a serigrafia que reproduz o "cartoon" de António «O Gueto de Varsóvia em Chatila», vencedor do Grande Prémio do XX Salon International de Cartoon, Montreal, 1983. Numa conversa conduzida por Ana Matos, directora da galeria, participaram o autor, António Antunes, o editor João Paulo Cotrim e, pelo MPPM, Maria do Céu Guerra e Carlos Almeida.
Escolas, clínicas e centros de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza cercada estiveram hoje fechados devido a uma greve dos 13.000 empregados da UNRWA, a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinos no Próximo Oriente.
Os empregados palestinos estão indignados com a decisão dos EUA de reduzir a sua contribuição anual para o funcionamento da UNRWA, que tem 278 escolas em Gaza, frequentadas por cerca de 300.000 alunos.
O parlamento dinamarquês decidiu esta semana por larga maioria excluir os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada dos acordos bilaterais com Israel. Foi também decidido reforçar as directrizes governamentais contra os investimentos de entidades tanto públicas como privadas em projectos nos territórios palestinos ocupados.
A resolução foi aprovada por 81 votos contra 22. Votaram a favor todos os partidos representados no parlamento dinamarquês, com excepção do Partido do Povo Dinamarquês, de extrema-direita.
Segundo o diário israelita Haaretz, esta decisão significa a adopção pela Dinamarca da Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de Dezembro de 2016, em que os colonatos são definidos como uma violação do direito internacional e se estabelece uma distinção entre Israel e os colonatos israelitas na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupadas. A União Europeia segue a mesma orientação nos acordos com Israel.
Os dirigentes de 21 importantes organizações humanitárias estado-unidenses, incluindo organizações cristãs e muçulmanas, enviaram ontem uma carta a membros da administração dos EUA — a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, o secretário de Estado, Rex Tillerson, o Conselheiro de Segurança Nacional, H. R. McMaster, e o secretário de Defesa, James Mattis — protestando contra a decisão desta de cortar 65 milhões de dólares da contribuição para a UNRWA, agência das Nações Unidas para a assistência aos refugiados palestinos no Médio Oriente.
Na carta os dirigentes afirmam que estão «profundamente preocupados com as consequências humanitárias desta decisão para a assistência essencial a crianças, mulheres e homens na Jordânia, Líbano, Síria e na Margem Ocidental e Faixa de Gaza».
Os palestinos da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental ocupadas e da Faixa de Gaza realizaram ontem uma greve geral, protestando contra a visita a Israel do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e a decisão do seu governo de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
A greve paralisou todos os sectores dos territórios palestinos ocupados, com excepção da educação e da saúde. Lojas, empresas e restaurantes em toda a Margem Ocidental ocupada fecharam, e estradas habitualmente movimentadas ocupadas estavam anormalmente vazias.
Dezenas de jovens palestinos fecharam a estrada que liga Ramala ao Norte da Margem Ocidental e queimaram pneus.
Registou-se forte presença das forças repressivas israelitas em torno de Jerusalém, com bloqueio das principais estradas que conduziam à Cidade Velha, enquanto Pence visitava o Muro das Lamentações, que se encontra em território de Jerusalém Oriental, ocupada por Israel desde 1967.
A Câmara Municipal de Loures, na sua reunião do dia 17 de Janeiro, aprovou por unanimidade uma moção, apresentada pelos membros da CDU, reclamando liberdade para Ahed Tamimi e condenando a actuação do exército israelita.
O MPPM saúda esta deliberação da Câmara Municipal de Loures, demonstração do empenho deste órgão do poder autárquico na solidariedade com a causa do povo palestino.
A moção vem somar-se ao amplo movimento que no mundo inteiro, e também em Portugal, protesta contra a detenção e reclama a liberdade de Ahed Tamimi e de todos os presos palestinos nas prisões de Israel.
É o seguinte o texto integral da moção:
Liberdade para Ahed Tamimi
A jovem ativista palestiniana, de 16 anos, Ahed Tamimi foi detida na madrugada do passado dia 19 de dezembro por forças do exército israelita que assaltaram a sua casa, situada na aldeia de Nabi Saleh.
Segundo o diário israelita Haaretz, o exército israelita está a considerar assumir total responsabilidade militar e repressiva em duas zonas de Jerusalém Oriental ocupada.
Embora Israel afirme que toda a cidade de Jerusalém faz parte do seu território e a tenha anexado em 1980, o exército israelita, que tem a missão de controlar os territórios palestinos ocupados, está a examinar a possibilidade de alargar o seu controlo militar e de segurança de modo a incluir áreas de Jerusalém ocupada que estão fisicamente separadas do resto da cidade pelo muro de separação (ou do apartheid), incluindo Kafr Aqab e o campo de refugiados de Shuafat.
A jovem palestina Ahed Tamimi, de 16 anos, permanecerá em prisão preventiva por tempo indeterminado, até ao seu julgamento, decidiu ontem o tribunal militar israelita de Ofer. Os territórios palestinos ocupados estão desde 1967 sujeitos à lei militar.
A detenção de Ahed Tamimi já tinha sido prorrogada várias vezes, e ontem o tribunal militar israelita recusou o pedido libertação sob fiança apresentado pela sua advogada. O juiz militar fundamentou a sua decisão dizendo que a jovem era «demasiado perigosa».
A adolescente foi presa em 19 de Dezembro, dias após se ter tornado viral um vídeo em que dava uma bofetada a um soldado israelita para tentar afastá-lo do pátio da sua casa em Nabi Saleh, na Margem Ocidental ocupada. Pouco antes, um seu primo de 15 anos tinha sido atingido na cabeça com uma bala de borracha pelas forças de ocupação.
Ahed enfrenta agora cinco acusações de agressão às forças de segurança e «incitamento».
A Câmara Municipal de Palmela, na sua reunião pública do passado dia 10 de Janeiro, aprovou por unanimidade uma moção reclamando Liberdade para Ahed Tamimi e todos os menores palestinos presos.
O MPPM saúda mais esta deliberação da Câmara Municipal de Palmela, que se tem relevado um verdadeiro exemplo de empenho autárquico na solidariedade com a causa do povo palestino.
A moção vem somar-se ao larguíssimo movimento que no mundo inteiro protesta contra a detenção e reclama a liberdade de Ahed Tamimi de todos os presos palestinos nas prisões de Israel.
É o seguinte o texto integral da moção:
LIBERDADE PARA AHED TAMIMI E TODOS OS MENORES PALESTINOS PRESOS
Ahed Tamimi, de 16 anos, conhecida ativista palestina contra a ocupação, foi detida na madrugada do dia 19 de dezembro por militares e polícias de fronteira de Israel que assaltaram a sua casa, na aldeia de Nabi Saleh, na Margem Ocidental ocupada.
Um tribunal militar israelita ordenou hoje o prolongamento da prisão preventiva da jovem Ahed Tamimi, de 16 anos, detida na madrugada de 19 de Dezembro passado.
Ahed continuará detida até à próxima quarta-feira, de modo a dar tempo ao tribunal para decidir se ela poderá sair sob fiança antes do julgamento. Os procuradores pedem que ela seja mantida presa até ao julgamento.
Gaby Lasky, a advogada de Ahed, argumentou no tribunal que o prosseguimento da sua detenção viola as convenções internacionais, já que ela é menor.
Ahed Tamimi é alvo de 12 acusações, incluindo agressão, e pode vir a ser condenada a uma prolongada pena de prisão.

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