Mulher palestina morta a tiro pelo exército israelita durante protestos em Gaza

Faixa de Gaza, 11 de Janeiro de 2019. REUTERS Ibraheem Abu Mustafa

Soldados israelitas mataram hoje uma mulher palestina — a primeira vítima do ano — durante protestos perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza. Pelo menos outras 25 pessoas foram feridas, incluindo um jornalista e um paramédico, durante a 42.ª sexta-feira consecutiva da Grande Marcha do Retorno.

Amal al-Taramsi, de 43 anos, foi baleada na cabeça pelas forças israelitas, que usaram fogo real e balas de aço revestidas de borracha para reprimir os manifestantes.

Uma testemunha ocular citada pelo jornal britânico The Independent afirmou que Amal al-Taramsi se encontrava a cerca de 150 metros da vedação quando foi baleada: «Ela recebeu uma bandeira de um jovem, e antes de se mexer soaram três tiros... Ela caiu.»

Cerca de 12 000 pessoas participaram no protesto desta sexta-feira, que decorreu sob o lema «A nossa firmeza quebrará o cerco».

Também hoje, tanques israelitas estacionados perto da vedação que encerra a Faixa de Gaza bombardearam dois postos da resistência palestina. Não há registo de feridos.

Segundo as autoridades de saúde de Gaza, mais de 220 palestinos foram mortos desde o início da Grande Marcha do Retorno, em 30 de Março de 2018. Durante o mesmo período foram feridos pelas forças israelitas mais de 25 000 palestinos.

A Grande Marcha do Retorno reclama que os refugiados palestinos e seus descendentes possam regressar aos locais, no actual território de Israel, de onde foram expulsos na campanha de limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas em 1948. Exige também o fim do bloqueio israelita (com a colaboração do Egipto) à Faixa de Gaza, que dura desde 2007.

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