Resistência, Política e Sociedade Palestinas

A coluna em que se deslocava o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Rami Hamdallah, foi hoje atingida por uma explosão na Faixa de Gaza cercada. A explosão provocou vários feridos ligeiros.O engenho explosivo, que estaria enterrado a dois metros de profundidade, detonou pouco depois de a coluna de carros, em que seguia também o chefe do Serviço Geral de Inteligência da Autoridade Palestina (AP), Majid Faraj, entrar na Faixa de Gaza através o posto de Erez, controlado por Israel. Nem Hamdallah nem Faraj ficaram feridos.Apesar do atentado, Hamdallah continuou o seu programa na Faixa de Gaza, onde ia inaugurar uma central de dessalinização de água.A Faixa de Gaza, sujeita a um bloqueio por Israel há mais de dez anos, encontra-se em condições humanitárias gravíssimas. A situação é agravada pelas divisões entre a Autoridade Palestina, dirigida pela Fatah e governando a Cisjordânia, e o Hamas, que domina na Faixa de Gaza. O processo de reconciliação iniciado em Outubro passado sob a...

Um jovem palestino foi morto hoje, 10 de Março, por forças do exército israelita. Amir Omar Shahada, de 19 anos, foi atingido a tiro no peito na aldeia de Urif, perto da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada.O incidente fatal ocorreu depois de um grupo de colonos extremistas do vizinho colonato israelita de Yitzhar invadirem a aldeia, provocando a reacção dos moradores. Pouco depois, dezenas de soldados israelitas invadiram a aldeia para assegurar a retirada dos colonos e começaram a disparar balas reais, balas de aço revestidas de borracha, bombas de gás e granadas de atordoamento contra os palestinos, muitos dos quais ripostaram lançando pedras.Um rapaz palestino de 14 anos foi também atingido numa perna, e muitos palestinos sofreram os efeitos da inalação de gás lacrimogéneo.Já ontem, sexta-feira, um palestino de 24 anos, Muhammad Zain al-Jaabari, da cidade de Hebron, no Sul da Cisjordânia ocupada, foi atingido no peito por uma bala real, vindo depois a sucumbir aos ferimentos no...

No Dia Internacional da Mulher, o MPPM homenageia a mulher palestina pela mão de dois nomes maiores da sua cultura. O poeta Mahmoud Darwich (1941-2008) traz-nos o poema «À Minha Mãe», que o pintor Ismail Shamout (1930-2006) ilustra com a sua obra «Preparação do Casamento», de 1987.À MINHA MÃETenho saudades do pão da minha mãe,Do café da minha mãe,Do carinho da minha mãe...Estou a crescer,De dia para dia,E amo a vida, porqueSe morresse,Teria vergonha das lágrimas da minha mãe!Se um dia voltar, faz de mimUma sombrinha para as tuas pálpebras.Cobre os meus ossos com a ervaBaptizada sob os teus pés inocentes.Ata-meCom uma mecha dos teus cabelos,Um fio caído da orla do teu vestido...E serei, talvez, um deus,Talvez um deus,Se tocar o teu coração!Se voltar, esconde-me,Lenha, na tua lareira.E pendura-me,Corda da roupa, no terraço da tua casa.Falta-me o ânimoSem a tua oração diária.Envelheci. Faz renascer as estrelas da infânciaE partilharei com os filhos das aves,O caminho do regresso...Ao...

O parlamento israelita aprovou uma lei que permite ao ministro do Interior revogar o direito de residência de qualquer palestino de Jerusalém por motivo de «violação de lealdade» a Israel. A lei aplica-se a todos os residentes permanentes, quer sejam imigrantes recentes quer sejam residentes de longa data de Jerusalém Oriental.Apesar de Israel afirmar que Jerusalém Oriental ocupada faz parte da sua capital «eterna e indivisa», os 420.000 palestinos que aí residem possuem cartões de identidade de residência permanente e são tratados como imigrantes estrangeiros pelo governo israelita. De acordo com a nova lei, o Estado israelita pode expulsar qualquer pessoa cujo direito de residência seja retirado.A lei, aprovada hoje, 7 de Março, também será aplicada no caso de o estatuto de residência ter sido obtido com base em informações falsas ou em que «um indivíduo cometeu um acto criminoso». O ministro do Interior de Israel, actualmente Aryeh Deri, dirigente do partido ultra-ortodoxo Shas...

Mais de 30 palestinos ficaram feridos ontem, sexta-feira, quando soldados israelitas reprimiram manifestantes palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza na 12.ª «sexta-feira de raiva» para protestar contra a decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.As forças israelitas atacaram palestinos que se reuniram em diversos locais da fronteira de Gaza. Vinte e dois manifestantes foram feridos a tiro, enquanto muitos outros sofreram sufocação devido ao gás lacrimogéneo, informou o Ministério da Saúde em Gaza.Também sexta-feira, pelo menos três palestinos, incluindo um menor, foram feridos a tiro quando forças israelitas reprimiram a manifestação semanal pacífica contra a colonização israelita na aldeia de Kufr Qaddoum, a leste de Qalqilya.As forças israelitas usaram igualmente a força na sexta-feira para reprimir a marcha pacífica semanal realizada na aldeia de Ni'lin, a ocidente de Ramala, para protestar contra a colonização israelita e o Muro do apartheid. 

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apelou a uma conferência internacional de paz, a realizar em meados de 2018, baseada nas resoluções internacionais e com uma ampla participação internacional, incluindo palestinos e israelitas, mas também actores regionais e internacionais.Falando no Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira 20 de Fevereiro, pela primeira vez desde 2009, Abbas afirmou que entre os resultados da conferência devem incluir-se a aceitação do Estado da Palestina como membro de pleno direito da ONU e o reconhecimento mútuo entre Palestina e Israel nas fronteiras de 1967.Abbas afirmou a solução dos dois Estados como base para as negociações de paz, o que significa um Estado da Palestina com Jerusalém como capital vivendo lado a lado com Israel em paz e segurança nas fronteiras de 4 de Junho de 1967. Sublinhou que uma questão fundamental é Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina, bem como uma solução justa e acordada da questão...

Dezenas de palestinos ficaram feridos durante o dia de hoje em confrontos com tropas israelitas na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza cercada, na 11.ª sexta-feira de protestos contra o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.As forças israelitas usaram balas reais, balas de borracha e grandes quantidades de gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes palestinos, havendo a registar 130 manifestantes feridos.«Três palestinos ficaram feridos com balas reais e outros dois com balas de aço revestidas de borracha na zona de Ramala, na Margem Ocidental, enquanto outros 25 sofreram asfixia temporária após a inalação de gás lacrimogéneo», informou o Crescente Vermelho Palestino. «Nas cidades de Nablus e Qalqilya, no Norte da Margem Ocidental, três manifestantes palestinos foram feridos por balas reais e outros 23 por balas de borracha; outros 46 sofreram de asfixia temporária após inalar quantidades excessivas de gás lacrimogéneo … Entretanto, em...

Em Janeiro de 2018 o exército israelita matou deliberadamente, sem justificação, cinco palestinos, quatro dos quais menores, informou o B'Tselem, centro israelita para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados.Em comunicado publicado no passado dia 8, o B'Tselem relata:Em 3 de Janeiro de 2018, soldados das forças de ocupação atingiram mortalmente no pescoço Mus'ab a-Sufi, de 16 anos, na aldeia de Deir Nidham, a noroeste de Ramala. Durante o seu funeral, realizado no dia seguinte, 4 de Janeiro, os soldados israelitas atingiram na cabeça Muhammad 'Awad, de 19 anos, da aldeia de 'Abud, deixando-o gravemente ferido.Em 11 de Janeiro, os soldados mataram Ali Qinu, de 17 anos, com um tiro na cabeça, perto da aldeia de Iraq Burin, a sul de Nablus.Também em 11 de Janeiro, os soldados atingiram mortalmente com um tiro na axila o adolescente Amir Abu Masa'ed, de 15 anos, numa manifestação perto da vedação de separação na Faixa de Gaza, na zona de Deir al-Balah.Em 15 de Janeiro, os...

Escolas, clínicas e centros de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza cercada estiveram hoje fechados devido a uma greve dos 13.000 empregados da UNRWA, a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinos no Próximo Oriente.Os empregados palestinos estão indignados com a decisão dos EUA de reduzir a sua contribuição anual para o funcionamento da UNRWA, que tem 278 escolas em Gaza, frequentadas por cerca de 300.000 alunos.Os serviços da UNRWA abrangem o ensino primário e profissional, cuidados de saúde primários, serviços sociais, infra-estruturas e melhoria dos campos, microfinanças e ajuda de emergência, incluindo em situações de conflito armado. A assistência da UNRWA é fundamental para a sobrevivência de cerca de 1,5 milhões de refugiados palestinos (de um total de 5 milhões) que vivem em 58 campos de refugiados nos territórios palestinos ocupados da Faixa de Gaza e Margem Ocidental (incluindo Jerusalém Oriental), e ainda no Líbano, Jordânia e Síria.A UNRWA é...

Os palestinos da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental ocupadas e da Faixa de Gaza realizaram ontem uma greve geral, protestando contra a visita a Israel do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e a decisão do seu governo de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.A greve paralisou todos os sectores dos territórios palestinos ocupados, com excepção da educação e da saúde. Lojas, empresas e restaurantes em toda a Margem Ocidental ocupada fecharam, e estradas habitualmente movimentadas ocupadas estavam anormalmente vazias.Dezenas de jovens palestinos fecharam a estrada que liga Ramala ao Norte da Margem Ocidental e queimaram pneus.Registou-se forte presença das forças repressivas israelitas em torno de Jerusalém, com bloqueio das principais estradas que conduziam à Cidade Velha, enquanto Pence visitava o Muro das Lamentações, que se encontra em território de Jerusalém Oriental, ocupada por Israel desde 1967.A maioria dos partidos, organizações, ONGs e sindicatos palestinos emitiram...