Resistência, Política e Sociedade Palestinas

Solidariedade em Palmela 15 Mar 2018
Prosseguindo a sua notável acção de solidariedade com a Palestina, o município de Palmela promoveu hoje mais uma iniciativa, desta vez integrada na 23.ª edição do Março a Partir — Mês da Juventude.
A jornada solidária, organizada pela Câmara Municipal de Palmela e pela Missão Diplomática da Palestina, com o apoio do MPPM, iniciou-se com a inauguração da Exposição «Herança Cultural Palestiniana — História e Luta», que estará patente na Sala de Exposições da Biblioteca Municipal de Palmela até ao dia 26 de Abril.
Seguiu-se uma sessão-debate com alunos do ensino secundário do concelho, em que intervieram a artista plástica Joana Vilaverde, o jornalista José Goulão, o embaixador da Palestina, Nabil Abuznaid, e o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro. A moderação esteve a cargo de Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM.
A coluna em que se deslocava o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Rami Hamdallah, foi hoje atingida por uma explosão na Faixa de Gaza cercada. A explosão provocou vários feridos ligeiros.
O engenho explosivo, que estaria enterrado a dois metros de profundidade, detonou pouco depois de a coluna de carros, em que seguia também o chefe do Serviço Geral de Inteligência da Autoridade Palestina (AP), Majid Faraj, entrar na Faixa de Gaza através o posto de Erez, controlado por Israel. Nem Hamdallah nem Faraj ficaram feridos.
Apesar do atentado, Hamdallah continuou o seu programa na Faixa de Gaza, onde ia inaugurar uma central de dessalinização de água.
Um jovem palestino foi morto hoje, 10 de Março, por forças do exército israelita. Amir Omar Shahada, de 19 anos, foi atingido a tiro no peito na aldeia de Urif, perto da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada.
O incidente fatal ocorreu depois de um grupo de colonos extremistas do vizinho colonato israelita de Yitzhar invadirem a aldeia, provocando a reacção dos moradores. Pouco depois, dezenas de soldados israelitas invadiram a aldeia para assegurar a retirada dos colonos e começaram a disparar balas reais, balas de aço revestidas de borracha, bombas de gás e granadas de atordoamento contra os palestinos, muitos dos quais ripostaram lançando pedras.
Um rapaz palestino de 14 anos foi também atingido numa perna, e muitos palestinos sofreram os efeitos da inalação de gás lacrimogéneo.
No Dia Internacional da Mulher, o MPPM homenageia a mulher palestina pela mão de dois nomes maiores da sua cultura. O poeta Mahmoud Darwich (1941-2008) traz-nos o poema «À Minha Mãe», que o pintor Ismail Shamout (1930-2006) ilustra com a sua obra «Preparação do Casamento», de 1987.
À MINHA MÃE
Tenho saudades do pão da minha mãe,
Do café da minha mãe,
Do carinho da minha mãe...
Estou a crescer,
De dia para dia,
E amo a vida, porque
Se morresse,
Teria vergonha das lágrimas da minha mãe!
Se um dia voltar, faz de mim
Uma sombrinha para as tuas pálpebras.
Cobre os meus ossos com a erva
Baptizada sob os teus pés inocentes.
Ata-me
Com uma mecha dos teus cabelos,
O parlamento israelita aprovou uma lei que permite ao ministro do Interior revogar o direito de residência de qualquer palestino de Jerusalém por motivo de «violação de lealdade» a Israel. A lei aplica-se a todos os residentes permanentes, quer sejam imigrantes recentes quer sejam residentes de longa data de Jerusalém Oriental.
Apesar de Israel afirmar que Jerusalém Oriental ocupada faz parte da sua capital «eterna e indivisa», os 420.000 palestinos que aí residem possuem cartões de identidade de residência permanente e são tratados como imigrantes estrangeiros pelo governo israelita. De acordo com a nova lei, o Estado israelita pode expulsar qualquer pessoa cujo direito de residência seja retirado.
Mais de 30 palestinos ficaram feridos ontem, sexta-feira, quando soldados israelitas reprimiram manifestantes palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza na 12.ª «sexta-feira de raiva» para protestar contra a decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
As forças israelitas atacaram palestinos que se reuniram em diversos locais da fronteira de Gaza. Vinte e dois manifestantes foram feridos a tiro, enquanto muitos outros sofreram sufocação devido ao gás lacrimogéneo, informou o Ministério da Saúde em Gaza.
Também sexta-feira, pelo menos três palestinos, incluindo um menor, foram feridos a tiro quando forças israelitas reprimiram a manifestação semanal pacífica contra a colonização israelita na aldeia de Kufr Qaddoum, a leste de Qalqilya.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apelou a uma conferência internacional de paz, a realizar em meados de 2018, baseada nas resoluções internacionais e com uma ampla participação internacional, incluindo palestinos e israelitas, mas também actores regionais e internacionais.
Falando no Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira 20 de Fevereiro, pela primeira vez desde 2009, Abbas afirmou que entre os resultados da conferência devem incluir-se a aceitação do Estado da Palestina como membro de pleno direito da ONU e o reconhecimento mútuo entre Palestina e Israel nas fronteiras de 1967.
Dezenas de palestinos ficaram feridos durante o dia de hoje em confrontos com tropas israelitas na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza cercada, na 11.ª sexta-feira de protestos contra o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.
As forças israelitas usaram balas reais, balas de borracha e grandes quantidades de gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes palestinos, havendo a registar 130 manifestantes feridos.
Em Janeiro de 2018 o exército israelita matou deliberadamente, sem justificação, cinco palestinos, quatro dos quais menores, informou o B'Tselem, centro israelita para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados.
Em comunicado publicado no passado dia 8, o B'Tselem relata:
Em 3 de Janeiro de 2018, soldados das forças de ocupação atingiram mortalmente no pescoço Mus'ab a-Sufi, de 16 anos, na aldeia de Deir Nidham, a noroeste de Ramala. Durante o seu funeral, realizado no dia seguinte, 4 de Janeiro, os soldados israelitas atingiram na cabeça Muhammad 'Awad, de 19 anos, da aldeia de 'Abud, deixando-o gravemente ferido.
Em 11 de Janeiro, os soldados mataram Ali Qinu, de 17 anos, com um tiro na cabeça, perto da aldeia de Iraq Burin, a sul de Nablus.
Escolas, clínicas e centros de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza cercada estiveram hoje fechados devido a uma greve dos 13.000 empregados da UNRWA, a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinos no Próximo Oriente.
Os empregados palestinos estão indignados com a decisão dos EUA de reduzir a sua contribuição anual para o funcionamento da UNRWA, que tem 278 escolas em Gaza, frequentadas por cerca de 300.000 alunos.

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