Assembleia Municipal de Lisboa condena massacre de palestinos, por iniciativa do PEV

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou um Voto de condenação do massacre de palestinianos pelas autoridades israelitas, apresentado pelos deputados municipais Cláudia Madeira e Sobreda Antunes, do Partido Ecologista Os Verdes. O MPPM saúda esta manifestação de repúdio da violenta e brutal repressão de manifestações pacíficas por Israel, e simultaneamente de solidariedade com a causa do povo palestino. É o seguinte o texto integral do Voto, aprovado na reunião da AML de 24 de Abril:
 
VOTO DE CONDENAÇÃO
Massacre de palestinianos pelas autoridades israelitas
No Dia da Terra, 30 de Março, o povo palestiniano evoca o dia  em  que  forças israelitas mataram seis palestinianos durante protestos contra o confisco de terras, em 1976, assinalando-se este ano o seu 42.o aniversário.
Nesta data, iniciou-se uma manifestação pacífica, designada a Grande Marcha do Retorno, em que milhares de palestinianos exigiram o direito ao regresso às suas terras.
A Grande Marcha do Retorno deverá continuar até 14 de Maio, data que marca o 70.o aniversário da Nakba (catástrofe), dia da criação do Estado de Israel que resultou num processo de limpeza étnica, em que mais de 750 000 palestinianos foram expulsos das suas casas e terras.
Face  a  esta  Grande  Marcha  do  Retorno,  o  Governo  de  Israel  respondeu  de  forma atroz,  ordenando  as  forças  militares  a  disparar  com  balas  reais  sobre  milhares  de  civis desarmados, provocando  18 mortos e cerca de 1500 feridos, número que continua a aumentar.
O uso desproporcional de força perante os manifestantes já foi denunciado pela comunidade internacional, apesar de Israel ter assumido que continuará a fazer uso da força sempre que os palestinianos se aproximem da barreira de segurança.
Entretanto, a organização Human Rights Watch afirmou que Israel não apresentou provas de que os manifestantes palestinianos tenham ameaçado seriamente as suas tropas, e o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e a Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, exigiram a realização de um inquérito independente à utilização de balas reais, o que foi rejeitado por parte de Israel.
Esta situação representa mais um inaceitável ataque ao povo palestiniano, que ao longo de décadas tem sido sujeito a uma violenta ocupação dos seus territórios por parte de Israel.
Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta dos eleitos do Partido Ecologista Os Verdes
1. Condenar a violência das autoridades israelitas sobre o povo palestiniano.
2. Manifestar a sua solidariedade com o povo palestiniano.
3. Exortar o Governo português  a reconhecer o Estado da Palestina,  cumprindo as Resoluções da ONU e a Resolução da Assembleia da República, aprovada no final de 2014 nesse sentido.
4. Exigir a retirada de Israel de todos os territórios ocupados, o desmantelamento dos colonatos e o regresso dos refugiados, conforme estabelecido pelas várias resoluções da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
5. Enviar a presente deliberação para a ONU, o Presidente da República, os Grupos Parlamentares, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, o CPPC (Conselho Português  para  a Paz e Cooperação) e o MPPM (Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente).
Assembleia Municipal de Lisboa, 10 de Abril de 2018 
O Grupo Municipal do Partido Ecologista Os Verdes
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