Refugiados e Deslocados

Jason Greenblatt, enviado dos EUA para o Médio Oriente, apelou à dissolução da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos. Falando numa reunião do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, Greenblatt disse que a UNRWA deveria ser desmantelada e que a responsabilidade pelos refugiados palestinos deve ser assumida pelos países que os acolhem.

«Precisamos de falar com os governos anfitriões para começar uma conversa sobre o planeamento da transição dos serviços da UNRWA para os governos anfitriões ou para outras organizações não governamentais locais ou internacionais, conforme seja apropriado», afirmou.

A UNRWA, criada em 1949 para dar assistência aos mais de 750 000 palestinos vítimas da limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas por ocasião da criação de Israel, é actualmente imprescindível para a sobrevivência dos cerca 5,3 milhões  de refugiados palestinos nos territórios palestinos ocupados da Faixa de Gaza e Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental...

Pelo menos 65 manifestantes palestinos foram feridos a tiro por forças israelitas nesta quarta-feira, durante protestos na Faixa de Gaza cercada para assinalar o 71.º aniversário da Nakba.

Milhares de palestinos da Faixa de Gaza, sujeita a um criminoso bloqueio israelita há 12 anos, manifestaram-se junto à vedação com que Israel isola o pequeno território para exigir o direito de retorno dos refugiados (dois terços dos habitantes de Gaza são refugiados) às suas terras de origem, no território actual de Israel, de onde foram expulsos na campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação do Estado sionista, em 1948.

As forças israelitas abriram fogo e dispararam bombas de gás lacrimogéneo em direcção aos manifestantes.

Fontes médicas confirmaram que 65 palestinos, incluindo 22menores e cinco mulheres, foram feridos por balas reais, enquanto dezenas de outros sofreram sufocação severa devido à inalação de gás lacrimogéneo. As forças israelitas, incluindo atiradores de elite, foram...

No momento em que se assinala o 71.º aniversário da Nakba, a 15 de Maio, o povo palestino enfrenta perigos imensos e vive uma das mais graves situações desde a criação do Estado de Israel. O anunciado «acordo do século» visa legitimar a política anexionista de Israel com o seu cortejo de prisões, mortes, destruição, espoliação. Os refugiados são ignorados, continua o criminoso bloqueio a Gaza, prossegue em ritmo acelerado a construção de colonatos ilegais e a expulsão de palestinos de Jerusalém Oriental. A «Lei do Estado-Nação» consagra a discriminação dos cidadãos palestinos de Israel.

Nakba («catástrofe» em árabe) é o termo que designa a limpeza étnica da população palestina autóctone nos meses que antecederam e se seguiram à fundação de Israel, em 1948. Mais de 500 aldeias foram destruídas, mais de 750 000 palestinos foram expulsos das suas terras, transformando-se em refugiados. Pela violência, os sionistas ocuparam o território onde constituiriam o seu Estado — que excedeu em muito...

A agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos (UNRWA) informou nesta segunda-feira que mais de um milhão de palestinos da Faixa de Gaza podem estar condenados a passar fome se não conseguir reunir 60 milhões de dólares de donativos até o próximo mês de Junho.

«A menos que a UNRWA consiga obter pelo menos 60 milhões de dólares adicionais até Junho», sublinha a agência num comunicado, «será severamente afectada a sua capacidade de continuar a fornecer alimentos a mais de um milhão de refugiados palestinos em Gaza, incluindo cerca de 620 000 pessoas em situação de pobreza extrema (aqueles que não conseguem cobrir as suas necessidades básicas de alimentos e que tem de sobreviver com 1,6 dólares por dia) e quase 390 000 em pobreza absoluta (aqueles que sobrevivem com cerca de 3,5 dólares por dia).»

A UNRWA é financiada quase inteiramente por contribuições voluntárias, e o crescimento das necessidades superou o aumento do apoio financeiro.

Os EUA eram o maior contribuinte para a...

Soldados israelitas mataram um palestino e feriram outros três durante uma incursão num campo de refugiados na Cisjordânia ocupada na madrugada desta terça-feira.

A vítima mortal é Mohammad Ali Dar Adwan, de 23 anos, morador no campo de refugiados de Qalandiya, a sul de Ramala.

Forças da ocupação israelitas fortemente armadas invadiram o campo de refugiados, aparentemente para proceder a várias prisões, tendo provocado confrontos violentos que duraram várias horas.

Os soldados dispararam a curta distância sobre um veículo palestino que passava na rua Al-Matar, matando Adwan, o condutor. 

«A vítima foi baleada mais de 10 vezes pelas forças israelitas, que o deixaram a sangrar até a morte», informou o Ministério da Saúde da Palestina. As âmbulâncias foram impedidas de entrar no campo de refugiados.

Israel ocupa desde 1967 a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Nestes territórios ocupados vivem mais de 600 000 judeus israelitas, em colonatos que o direito internacional considera ilegais.

Os...

Um voluntário de 17 anos do serviço de socorro médico palestino foi morto a tiro esta quarta-feira pelo exército israelita num campo de refugiados perto de Belém, na Cisjordânia ocupada.

Às primeiras horas da manhã, uma força israelita entrou no campo de refugiados de Dheisheh para realizar prisões, dando origem a confrontos, e os serviços locais da Sociedade de Socorro Médico Palestina (PMRS, Palestinian Medical Relief Society) foram chamados para cuidar dos feridos. Um dos socorristas, o adolescente Sajed Mizher, foi atingido por uma bala no estômago.

Quatro outros palestinos foram feridos em Deheisheh por balas reais disparadas pelas forças da ocupação israelita.

O jovem voluntário foi baleado enquanto tentava tratar um dos feridos provocados pelos tiros israelitas. Morreu dos seus ferimentos no hospital para onde foi transportado.

Durante o seu funeral, realizado na tarde de quarta-feira, manifestantes palestinos bloquearam a estrada e queimaram pneus na entrada norte de Belém. O...

A polícia israelita expulsou no domingo uma família palestina da sua casa no bairro muçulmano da Cidade Velha, em Jerusalém Oriental ocupada. A casa foi ocupada por colonos judeus, após o Supremo Tribunal de Israel ter emitido uma decisão que lhes é favorável.

Moradores palestinos do bairro entraram em choque com a polícia israelita, que montou guarda enquanto cerca de uma dezena de colonos tomavam posse do prédio.

A família Abu Assab vivia nesta casa há quase 70 anos. Sete pessoas da família, incluindo uma criança de quatro anos, foram despejadas, e a polícia prendeu dois outros membros da família. A família foi obrigada a deixar para trás todos os seus móveis e pertences, e terá agora de encontrar um novo lugar para morar.

A família Abu Assab vivia originalmente no bairro de Baka, em Jerusalém Ocidental, de onde foi expulsa pelas forças israelitas durante a guerra de 1948. Na década de 1950, o governo da Jordânia, que à época controlava a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, instalou a...

O Knesset (parlamento de Israel) aprovou ontem, em primeira leitura, um projecto de lei para desterrar as famílias de palestinos suspeitos de ataques a israelitas. Nesta primeira das três votações necessárias para se converter em lei, o projecto teve 69 votos a favor e 38 contra.

Se o projecto se converter em lei, o Comando Central do Exército israelita, responsável pelas unidades militares que asseguram a ocupação da Cisjordânia, poderá expulsar os familiares de palestinos acusados de executar ou estar implicados em ataques contra israelitas. Esses familiares seriam desterrados das suas localidades de residência para outras zonas da Cisjordânia, no prazo de uma semana após o ataque.

Tratar-se-á, caso a «Lei de Expulsão» venha a ser aprovada, de um agravamento da política de punição colectiva rotineiramente aplicada por Israel contra os palestinos, tentando demovê-los de resistirem à criminosa ocupação da sua terra. Pessoas que não são acusadas de nada serão cruelmente punidas, apenas...

Há 70 anos, em 11 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral da ONU adoptou a Resolução 194 III, estabelecendo o direito ao retorno dos refugiados palestinos. Setenta anos passados, o direito ao retorno continua a ser negado por Israel.

O artigo 11 da Resolução diz expressamente: «[A Assembleia Geral] Resolve que os refugiados que desejem voltar a suas casas e viver em paz com os seus vizinhos devem ter permissão para fazê-lo na data mais próxima possível, e que deve ser paga compensação pelos bens dos que escolherem não retornar e pela perda ou dano a bens que, em virtude dos princípios de propriedade internacional ou em equidade, deve ser reparada pelos Governos ou autoridades responsáveis».

Os refugiados que a Resolução menciona são os mais de 700 000 palestinos expulsos das suas habitações e privados dos seus bens pela vaga de limpeza étnica que precedeu, acompanhou e prosseguiu depois da criação do Estado de Israel, em 14 de Maio de 1948.

Pela violência, os sionistas asseguraram no...

A Câmara Municipal do Seixal, em parceria com o MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – e com o CPPC – Conselho Português para a Paz e Cooperação – promoveu a realização do Seminário «Palestina: História, Identidade e Resistência de um País Ocupado», no dia 30 de Novembro, no Auditório do edifício dos Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal.

O Seminário foi transmitido directamente em streaming e está disponível no YouTube [ver Parte I] [ver Parte II].

A Sessão de Abertura iniciou-se com a intervenção do presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, a que se seguiram o embaixador da Palestina, Nabil Abuznaid [ver], a presidente do CPPC, Ilda Figueiredo [ver], e a presidente do MPPM, Maria do Céu Guerra [ver]. 

O primeiro painel, intitulado «História, Geografia e Religiões na Palestina», tinha por objectivo a apresentação dos factos históricos, geografia e religiões, descobrindo os mitos em torno da questão palestina. Foi...