Refugiados e Deslocados

Num relatório divulgado em 2012, a  ONU previa que a Faixa de Gaza se tornaria inabitável em 2020.  Mas os peritos dizem que essa ruptura já ocorreu há muito. Os seus quase dois milhões de habitantes sofrem de escassez crónica de alimentos, água e medicamentos e acesso a cuidados médicos. Estão sujeitos a racionamento de energia, a uma desertificação crescente, a poluição grave da água e do ar e recorrentes ataques israelitas.

Um artigo de Megan O’Toole publicado no Middle East Eye em 9 de Dezembro passado traça um retrato da situação dramática em Gaza no final de 2019. A taxa de desemprego aproxima-se dos 50%. Mais de dois terços dos agregados familiares têm insegurança alimentar e só 3% da água do aquífero é própria para consumo. O sistema de saúde está em colapso com uma redução para quase metade do número de médicos e enfermeiros por habitante e escassez de medicamentos. O fornecimento de energia eléctrica não satisfaz um terço das necessidades. A economia está em queda livre: o PIB...

Comemora-se hoje o 29.º aniversário da adopção pela Assembleia Geral das Nações Unidas de uma resolução sobre a Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias.

No mesmo mês (11 de Dezembro de 1948), 42 anos antes da adopção dessa convenção, a Assembleia Geral da ONU adoptou a Resolução 194, que consagra que os refugiados palestinos, expulsos à força de suas terras ancestrais em 1948, quando Israel foi criado, têm o direito de retornar, o que o Estado de Israel lhes tem negado até agora.

Actualmente, ao mesmo tempo que os refugiados palestinos anseiam pelo momento do regresso à sua pátria, outros migrantes em todo o mundo deixam a sua terra natal à procura de um lugar mais seguro para uma vida melhor.

Como o dia de hoje foi designado como Dia Internacional dos Direitos dos Migrantes, vamos assinalar esta ocasião reforçando um clima de igualdade, justiça e direitos humanos para todos os migrantes/refugiados do mundo...

Apesar da oposição dos Estados Unidos, nesta sexta-feira a Assembleia Geral da ONU aprovou por maioria esmagadora a renovação  por mais três anos do mandato da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

Por 169 votos a favor, a Quarta Comissão da Assembleia Geral alargou até 30 de Junho de 2023 o mandato da UNRWA. Votaram contra os Estados Unidos, Israel, Canadá, Estados Federados da Micronésia, Ilhas Marshall, Kiribati; abstiveram-se Austrália, Camarões, Guatemala, Nauru, República Centro-Africana, Ruanda, Vanuatu.

A UNRWA, criada em 1949, fornece serviços essenciais de educação, saúde e assistência alimentar a mais de 5 milhões de refugiados registados na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, além da Jordânia, Líbano e Síria.

Trata-se de uma importante vitória do povo palestino no campo diplomático, contrariando os esforços de Israel e da administração Trump para deslegitimar e extinguir a agência. Os Estados Unidos, alinhando com uma...

Dezenas de palestinos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas, que abriram fogo contra os manifestantes que participavam na Grande Marcha de Retorno, na Faixa de Gaza.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que 37 palestinos, incluindo 10 crianças e um socorrista, foram feridos por balas reais e cartuchos de gás lacrimogéneo disparados pelos soldados israelitas.

Milhares de palestinos manifestaram-se ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza, na 83.ª sexta-feira dos protestos da Grande Marcha do Retorno, após uma paragem de três semanas.

Os organizadores do protesto tinham anunciado a suspensão das manifestações em meados de Novembro, após uma escalada dos ataques de Israel contra a Gaza, para evitar mais vítimas palestinas.

No mês passado, Israel assassinou em Gaza um comandante do grupo Jihad Islâmica Palestina. Durante os dois dias de combates que se seguiram, Israel realizou vários ataques aéreos que mataram 34 palestinos, incluindo nove membros da mesma...

A Organização de Libertação da Palestina saudou a votação na ONU a favor da renovação do mandato da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) por mais três anos, contrariando os intentos dos EUA e de Israel.

A Comissão Especial de Política e Descolonização (Quarta Comissão) da Assembleia Geral da ONU aprovou no dia 15 de Novembro a extensão do mandato da UNRWA até 2023. No próximo mês a Assembleia Geral votará em sessão plenária sobre a resolução adoptada pela Quarta Comissão.

Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da OLP, saudou o esmagador apoio internacional que os Estados membros deram na Quarta Comissão da Assembleia Geral da ONU à renovação do mandato da UNRWA, afirmando:  «É uma vitória retumbante do direito internacional, da justiça, dos refugiados palestinos e da agência da ONU que tão bem os tem servido há sete décadas, apesar dos obstáculos aparentemente intransponíveis.»

E acrescentou a dirigente palestina: «Encaramos esta votação como uma rejeição...

As forças de ocupação israelitas mataram a tiro um jovem palestino nesta segunda-feira num campo de refugiados de Al-Aroub, perto da cidade de Hebron, no Sul da Cisjordânia ocupada.

Omar Haitham al-Badawi, de 22 anos, foi atingido por tiros israelitas à porta de sua casa, no campo de refugiados, informou o Ministério da Saúde da Palestina. O jovem, com um ferimento de bala, foi levado para o hospital de Hebron, onde sucumbiu aos seus ferimentos.

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra al-Badawi aproximando-se lentamente dos soldados israelitas, e ouve-se alguém pedindo-lhe para trazer água. Ouve-se então um tiro al-Badawi cai no chão.

Também num outro vídeo, divulgado pelo site palestino J Media, vê-se o momento em que Badawi é baleado.

Um primo do jovem Omar, Mohammad, declarou ao site Middle East Eye: «Os soldados estavam a disparar balas reais, gás lacrimogéneo e bombas de som contra a multidão, e um dos cartuchos de gás lacrimogéneo explodiu ao lado da casa de Omar, causando um...

Há trinta e sete anos, em 1982, nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, perto de Beirute, teve lugar um dos capítulos mais sangrentos da história palestina.

Milhares de refugiados palestinos foram durante dois dias, no campo de refugiados de Chatila e no bairro de Sabra, alvo de uma matança levada a cabo pela milícia cristã da Falange, aliada de Israel, que tinha invadido o Líbano,

Soldados israelitas cercavam os campos para impedir que os refugiados saíssem, e durante a noite disparavam foguetes luminosos para ajudar a acção dos criminosos falangistas. Ao fim dos dois dias de massacre, Israel forneceu os buldózeres para cavar valas comuns.

Trinta e sete anos depois, os responsáveis continuam impunes. O então ministro da Defesa israelita Ariel Sharon, supremo comandante militar da invasão do Líbano, encontrava-se pessoalmente a poucas centenas de metros do local do crime. Apesar de a sua «responsabilidade pessoal» ter sido afirmada até por uma comissão de inquérito...

Israel reduziu para metade a quantidade de combustível fornecido à Faixa de Gaza sitiada, alegando o disparo de rockets a partir do território.

As forças armadas israelitas afirmaram na noite de domingo que três rockets tinham sido disparados da Faixa de Gaza em direcção ao território de Israel. Dois teriam sido interceptados pelo sistema antimíssil Iron Dome e o terceiro teria caído numa área desabitada.

Apesar de a autoria dos disparos não ter sido reivindicada, Tel Aviv realizou ataques aéreos contra alvos do Hamas, que Israel diz ser responsável por toda actividade militar vinda de Gaza.

O Coordenador das Actividades Governamentais nos Territórios Ocupados (COGAT), uma organização do Ministério da Defesa israelita que supervisiona questões civis nos territórios palestinos, anunciou na segunda-feira que o primeiro-ministro e ministro da Defesa, Benjamin Netanyahu, tinha ordenado a redução em 50% da transferência de combustível através da passagem de Kerem Shalom para a única central...

Desde o início da década passada, equipas do Ministério da Defesa [de Israel] têm vasculhado arquivos locais e removido documentos históricos para ocultar provas da Nakba. Há quatro anos, a historiadora Tamar Novick ficou chocada com um documento que encontrou na pasta de Yosef Waschitz, do Departamento Árabe do Partido Mapam, de esquerda, no arquivo Yad Yaari, em Givat Haviva. Este documento, que parecia descrever eventos ocorridos durante a guerra de 1948, começa assim: «Safsaf [antiga aldeia palestiniana perto de Safed] — 52 homens foram apanhados, amarrados uns aos outros, um buraco foi cavado e foram baleados. 10 estavam ainda a contorcer-se. As mulheres vieram, implorando por misericórdia. Foram encontrados corpos de 6 homens idosos. Havia 61 corpos. 3 casos de violação, um deles a leste de Safed de uma menina de 14 anos. 4 homens foram baleados e mortos. A um deles foram-lhe cortados os dedos com uma faca para tirar o anel.» O autor continua a descrever mais massacres, assaltos...

Por ocasião do Dia Mundial dos Refugiados, que em 20 de Junho se assinala em todo o mundo por iniciativa da ONU, o MPPM manifesta a sua particular preocupação com as ameaças que a política do governo dos Estados Unidos faz pesar sobre o destino dos refugiados palestinos. Ao mesmo tempo, o MPPM chama a atenção para a centralidade da questão dos refugiados na actual situação internacional e exprime a sua solidariedade com os refugiados do mundo inteiro e em particular com os milhões de refugiados do Médio Oriente.

O drama dos milhões de refugiados exige que se busque as causas profundas da sua situação. Nomeadamente no caso do Médio Oriente, elas estão indissoluvelmente ligadas à acção das potências ocidentais que, no fito de manter a sua hegemonia na região, fomentaram e continuam a apoiar guerras de ingerência e destruição como as do Afeganistão, Iraque, Síria, Líbia e Iémen.

Neste contexto, merecem particular referência os refugiados palestinos: trata-se do mais antigo caso de...