Refugiados e Deslocados

No Dia Mundial dos Refugiados, que se assinala a 20 de Junho por iniciativa da ONU, o MPPM exprime a sua solidariedade com os refugiados do mundo inteiro e muito em especial com os milhões de refugiados palestinos e de todo o Médio Oriente.

A vaga de refugiados que nos últimos anos têm procurado a Europa, e que já transformou o mar Mediterrâneo num gigantesco cemitério, não pode deixar ninguém indiferente. Mas o drama dos refugiados não se limita aqueles que procuram a Europa. Desde há muitos anos que são os países vizinhos das zonas de guerra que têm servido de países de acolhimento de milhões de refugiados.

Devem ser empregados todos os meios para enfrentar esta verdadeira tragédia humanitária — que se compõe das tragédias de cada uma dessas pessoas que fogem à guerra, à miséria e às perseguições — e apoiar todos aqueles que procuram na Europa uma vida digna e segura, a que todos os seres humanos têm direito.

Mas esta tragédia humanitária tem causas e tem responsáveis. Os milhões...

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apelou hoje ao desmantelamento da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), responsável pela prestação de serviços a milhões de refugiados palestinos no território palestino ocupado e no Médio Oriente.Durante reunião semanal do gabinete de segurança israelita, Netanyahu pronunciou-se contra a existência de uma entidade da ONU dedicada especificamente às necessidades dos refugiados palestinos, acrescentando que «chegou o momento de desmantelar a UNRWA e integrá-la no ACNUR», o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.«A UNRWA, em grande medida, pela sua própria existência, perpetua — e não resolve — o problema dos refugiados palestinos», acrescentou.Netanyahu também evocou a recente descoberta de um túnel parcialmente construído sob uma escola da UNRWA na Faixa de Gaza cercada, acusando o Hamas de «usar crianças como escudos humanos». O Hamas, o partido no poder na Faixa de Gaza...

No seu livro Mapping My Return: A Palestinian Memoir [Cartografando o meu Regresso: Uma Memória Palestina] (American University in Cairo Press, Junho de 2016), Salman Abu Sitta, hoje com 78 anos, relata a sua história de expulsão — um eco das histórias de sete milhões de refugiados palestinos — e contextualiza a ocupação israelita da Palestina no quadro da colonização sistemática e da limpeza étnica que, começando em 1947, continuou até ao dia de hoje.Abu Sitta é engenheiro de profissão, mas também historiador, cartógrafo, ex-membro do Conselho Nacional Palestino (parlamento palestino no exílio), fundador e presidente da Palestinian Land Society (Sociedade Palestina da Terra). Deve-se-lhe a obra pioneira Atlas of Palestine 1948.Abu Sitta, que se tornou refugiado com 10 anos de idade, descreve a vida na quinta da sua família, do início do século XVIII, a sua casa conhecida por Ma’in Abu Sitta («a fonte de Abu Sitta»): os prados e os montes, um mar de trigo de 600 hectares. É uma terra...

Na noite de 16 de Setembro de 1982, milícias falangistas libanesas invadiram os campos de refugiados de Sabra e Chatila, nos arredores de Beirute, com a conivência do exército israelita que, desde Junho, ocupava a capital do Líbano. Durante 40 horas levaram a cabo um hediondo massacre de que resultaram numerosas vítimas palestinas, em grande parte mulheres e crianças. Enquanto os falangistas executavam a sua macabra missão, o exército israelita bloqueava as saídas dos campos para evitar a fuga dos refugiados em pânico e, à noite, iluminava o terreno com foguetes luminosos.O número exacto de vítimas é difícil de determinar pois, além do milhar de corpos enterrados em valas comuns pela Cruz Vermelha, muitas vítimas ficaram soterradas nas casas derrubadas a buldózer pelas milícias e centenas de palestinos foram por elas levados para destino desconhecido de onde nunca regressaram. Uma estimativa credível aponta para 3500 vítimas.Quando os jornalistas entraram no campo de Chatila, foram...

Forças israelitas mataram a tiro um jovem palestino no campo de refugiados de Shufat, em Jerusalém Oriental ocupada, às primeiras horas de segunda-feira, após realizarem uma invasão do campo.Mustafa Nimir, de 27 anos, morreu após ser alvejado quando viajava num carro conduzido pelo seu cunhado, Ali Tayser Nimir, de 25 anos, que ficou ferido.Fontes israelitas citadas pela imprensa alegam que no fim de uma «actividade operacional realizada pela Polícia de Israel e pela Polícia de Fronteiras», o carro em que seguiam as duas vítimas tentou atropelar as forças israelitas.Porém, esta versão é contrariada pelos relatos de testemunhas oculares. De acordo com declarações feitas à agência palestina Ma'an, eclodiram confrontos quando as forças israelitas invadiram a estrada que liga o campo de refugiados de Shufat à aldeia vizinha de Anata. [A área de Shufat e de Anata é cercada por três lados pelo Muro de separação de Israel — a oeste, norte e sul.] Dezenas de soldados israelitas inundaram as...

O CPPC organizou na Casa do Alentejo, em Lisboa, no dia 23 de Setembro, uma sessão de solidariedade com os refugiados a nível mundial e de denúncia das causas e reesponsáveis pela tragédia.Carlos Carvalho, Vice-Presidente do MPPM, foi um dos oradores convidados pelo CPPC para intervir nesta sessão. As intervenções foram de Deolinda Machado (Movimento Erradicar a Pobreza), Lisandra Rodrigues (Juventude Operária Católica), José Goulão (Jornalista) e Sérgio Ribeiro (Conselho Português para a Paz e Cooperação).Houve ainda intervenções da CGTP-IN e de vários participantes na sessão.

A CGTP-IN promoveu no dia 18 de Setembro,  no Auditório da Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, em Lisboa, um debate, muito participado, sobre «A tragédia humanitária no Mediterrâneo e na Europa», sobre a situação dos refugiados e imigrantes, vítimas das guerras, das agressões, da exploração económica.Participaram neste debate, organizado pela CGTP-IN, as seguintes organizações:- Conselho Português para os Refugiados- MPPM- Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente- Serviço Jesuíta aos Refugiados - Comissão Nacional Justiça e Paz- Obra Católica Portuguesa de Migrações- Conselho Português para a Paz e CooperaçãoEm representação do MPPM interveio Vítor Silva, membro da Direcção Nacional.

O MPPM foi convidado a participar no debate promovido pela Associação Abril e pela Sociedade Portuguesa de Autores que teve lugar no Auditório da SPA no dia 29 de Junho.Raul Ramires, da Direcção Nacional do MPPM, abordou a questão dos refugiados palestinos, a maior e mais antiga população de refugiados no mundo.Guadalupe Portelinha, da Associação Abril, moderou o debate em que interveio, também, Cristina Santinho, investigadora na área dos refugiados e direitos humanos.

Os refugiados palestinos constituem um dos grupos de refugiados no mundo mais numerosos e há mais tempo à espera de solução. Estima-se em 7,9 milhões o número de palestinos deslocados, sendo 7, 25 milhões refugiados e os restantes deslocados internamente. Os deslocados internos são palestinos que tiveram que abandonar as suas casas para escapar a ameaças à sua vida, mas transpuseram fronteiras reconhecidas internacionalmente. Estão, portanto, nos territórios palestinos ocupados mas fora do seu local de residência.O maior grupo de refugiados (que, de acordo com o direito internacional, inclui os seus descendentes directos) resultou da Nakba. Estima-se em 6,1 milhões o número de palestinos – e seus descendentes – que foi forçado a abandonar a sua terra entre 1948 e 1949. Uma segunda vaga de refugiados – estimada em 1,1 milhões – foi gerada pela guerra de 1967. Os restantes resultaram das diversas agressões sionistas.A deslocação forçada da população palestina não se confina, no entanto...

Neste ano da 2014, proclamado pelas Nações Unidas como Ano Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, a Apordoc – Associação pelo Documentário - acolheu uma proposta do MPPM para assinalar o Dia Mundial do Refugiado com uma sessão do Rossio ("um cineclube informal, irregular e itinerante") dedicada aos refugiados palestinos: porque dois em cada cinco refugiados em todo o mundo são palestinos; porque os refugiados palestinos são os que se encontram há mais tempo nesta situação; porque 7 milhões de palestinos, constituindo três quartos da população, são refugiados ou deslocados.A questão dos refugiados ocupa uma posição central no ideário do movimento nacional palestino. A esperança do regresso às casas e terras de que foram expulsos, em consequência da criação do estado de Israel e das sucessivas guerras que lhes foram impostas, passa imorredoura de geração em geração. Contam, para isso, com a força da solidariedade dos povos de todo o mundo para que levem a comunidade...