Forças israelitas matam jovem palestino e ferem outro no campo de refugiados de Shufat
Forças israelitas mataram a tiro um jovem palestino no campo de refugiados de Shufat, em Jerusalém Oriental ocupada, às primeiras horas de segunda-feira, após realizarem uma invasão do campo.
Mustafa Nimir, de 27 anos, morreu após ser alvejado quando viajava num carro conduzido pelo seu cunhado, Ali Tayser Nimir, de 25 anos, que ficou ferido.
Fontes israelitas citadas pela imprensa alegam que no fim de uma «actividade operacional realizada pela Polícia de Israel e pela Polícia de Fronteiras», o carro em que seguiam as duas vítimas tentou atropelar as forças israelitas.
Porém, esta versão é contrariada pelos relatos de testemunhas oculares. De acordo com declarações feitas à agência palestina Ma'an, eclodiram confrontos quando as forças israelitas invadiram a estrada que liga o campo de refugiados de Shufat à aldeia vizinha de Anata. [A área de Shufat e de Anata é cercada por três lados pelo Muro de separação de Israel — a oeste, norte e sul.] Dezenas de soldados israelitas inundaram as ruas e dispararam balas de aço revestidas de borracha contra jovens palestinos. «Durante os confrontos, um Opel Corsa branco estava a passar na zona e as forças israelitas abriram fogo nutrido sobre o carro», que perdeu o controlo e veio a chocar com um carro estacionado.
Os dois cunhados estariam de regresso a casa trazendo alimentos e roupas, afirmou a mãe de Mustafa, que falara telefonicamente com o filho horas antes. Esta versão é confirmada por fotos do interior do carro das vítimas, onde se vêem pães e sacos de compras — e muito sangue.
Nenhum soldado israelita ficou ferido.
Com a morte de Mustafa Nimir, ascende já a 221 o número de palestinos mortos desde Outubro, quando teve início uma onda da violência na Margem Ocidental ocupada. No mesmo período morreram cerca de 32 israelitas. Organizações internacionais e grupos de direitos humanos afirmam que numa série de casos se trata de «execuções extrajudiciais», já que os atacantes ou alegados atacantes não representavam nenhum perigo imediato.
Segunda, 5 Setembro, 2016 - 00:00