Refugiados e Deslocados

O embaixador da Palestina nos Estados Unidos, Husam Zomlot, declarou que tinha sido expulso do país e que as contas bancárias da sua família haviam sido congeladas, dias depois de o Departamento de Estado dos EUA ordenar o fecho da representação da Organização de Libertação da Palestina em Washington.
Os vistos do embaixador e da sua família, que eram válidos até 2020, foram revogados. Os filhos do embaixador, Said, de 7 anos, e a filha Alma, de 5 anos, foram retirados da escola que frequentavam em Washington e já deixaram o país.
Por outro lado, todas as contas bancárias ligadas à OLP nos Estados Unidos também foram congeladas, informou o site noticioso israelita Ynet.
Os EUA anunciaram na semana passada o fecho do escritório da OLP em Washington, medida que John Bolton, assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, descreveu como uma «punição» por a organização palestina ter pedido que Israel seja investigado pelo Tribunal Penal Internacional.

No dia 16 de Setembro de 1982, milhares de refugiados palestinos foram brutalmente massacrados nos campos de Sabra e Chatila, perto de Beirute, por uma milícia libanesa cumprindo ordens de Israel, imediatamente após o exército israelita, comandado por Ariel Sharon, ocupar a capital do Líbano.
O massacre ceifou a vida de pelo menos 3000 refugiados palestinos. Soldados israelitas controlavam o perímetro dos campos para impedir que os refugiados saíssem, e durante a noite disparavam foguetes luminosos para ajudar a acção dos criminosos da milícia da Falange. O massacre durou dois dias. Quando o banho de sangue terminou, Israel forneceu as escavadoras para cavar valas comuns.

O governo dos Estados Unidos anunciou hoje, 10 de Setembro, que ia fechar a delegação diplomática da Organização de Libertação da Palestina em Washington, existente desde 1994, após a assinatura do acordo de paz Oslo I com Israel (1993).
Trata-se de mais uma perigosa escalada do ataque dos EUA ao povo palestino e aos seus direitos nacionais, que só nos últimos tempos passou nomeadamente pela cessação total do financiamento à UNRWA,a agência da ONU de apoio aos refugiados palestinos, e pelo corte do financiamento destinado aos hospitais palestinos de Jerusalém.
Uma declaração do Departamento de Estado afirma que «a OLP não tomou medidas para avançar o início de negociações directas e significativas com Israel». A direcção da OLP, diz o Departamento de Estado, «condenou um plano de paz dos EUA que ainda não viu e recusou-se a interagir com o governo dos EUA em relação aos esforços de paz e outros assuntos».

O MPPM condena a decisão do governo dos Estados Unidos da América, anunciada no passado dia 31 de Agosto, de pôr fim à sua contribuição anual de 360 milhões de dólares de financiamento à UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos no Médio Oriente, privando-a desse modo de um terço do seu orçamento.

A administração Trump dá assim um novo e perigoso passo na concretização do propalado «acordo do século», ainda antes de ser formalmente apresentado, o qual mais não visa do que «resolver» a questão palestina satisfazendo as pretensões do regime sionista de Israel e forçando o povo palestino a abdicar dos seus legítimos e imprescritíveis direitos nacionais. Sendo transparentes as razões políticas desta decisão, os argumentos invocados carregam uma insuportável hipocrisia.

O governo dos Estados Unidos anunciou hoje, 31 de Agosto, que punha fim ao financiamento da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos no Médio Oriente.
No seu comunicado, o governo de Trump criticou a UNRWA pelo seu «modelo de negócio insustentável e defeituoso e as suas práticas fiscais». A «comunidade infinita e exponencialmente crescente de beneficiários da UNRWA é simplesmente insustentável e está em modo de crise há muitos anos. […] A administração reviu cuidadosamente a questão e determinou que os Estados Unidos não farão mais contribuições para a UNRWA».

Os EUA devem anunciar proximamente a rejeição do direito de retorno à Palestina dos refugiados palestinos e a suspensão de financiamento à UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos, anunciou ontem a Israel Television News Company.
Segundo a News Company, a administração estado-unidense deve publicar no início de Setembro um relatório que limita o número de refugiados palestinos a meio milhão, ou seja, cerca de um décimo do número contabilizado pela ONU.

Os Estados Unidos vão cortar mais de 200 milhões de dólares de ajuda aos palestinos, informou o Departamento de Estado na sexta-feira 24 de Agosto. Um alto funcionário do Departamento de Estado afirmou num comunicado que os fundos, originalmente destinados a programas na Cisjordânia e em Gaza, seriam redireccionados para «projectos de alta prioridade em outros lugares».
Este anúncio insere-se no conjunto de pressões sobre a direcção palestina para a forçar a renunciar à sua posição, reafirmada pelo Conselho Nacional Palestino (a mais alta instância da OLP), de recusar os Estados Unidos como mediador do «processo de paz» depois de os EUA reconhecerem  Jerusalém como a capital de Israel e transferirem para aí a sua embaixada, contrariando décadas de política estado-unidense e violandio a legalidade internacional.
Artigo publicado pela Al-Jazeera em 4 de Junho de 2018

Há mais de 50 anos, o Estado de Israel chocou o mundo quando tomou os territórios palestinos remanescentes da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza, bem como os Montes Golã sírios e a Península do Sinai egípcia, em apenas seis dias.

Numa guerra com o Egipto, a Jordânia e a Síria conhecida por Guerra de 1967 ou Guerra de Junho, Israel impôs o que veio a ser conhecido como «Naksa», o que significa revés ou derrota, aos exércitos dos países árabes vizinhos e aos palestinos, que perderam tudo o que restava da sua terra natal.

A Naksa foi uma continuação de um acontecimento central anterior que abriu caminho à guerra de 1967. Dezanove anos antes, em 1948, o Estado de Israel formou-se num processo violento que resultou na limpeza étnica da Palestina.

O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, afirmou que o seu partido está empenhado no «pleno reconhecimento» de um Estado palestino e em reclamar o fim da política israelita de ocupação e colonização.
Corbyn também criticou o chamado «acordo do século» que está a ser preprarado pela administração Trump. «Não sei o que contém o seu “acordo do século”, mas o que sei é que os direitos do povo palestino devem ser atendidos. Isso significa o fim da ocupação, da política de colonização e do cerco a Gaza, além de reconhecer o direito de retorno», afirmou. Estas declarações foram proferidas no campo de Baqa'a, o maior campo de refugiados palestinos na Jordânia, que Corbyn visitou para se informar sobre os serviços prestados pela UNRWA na Jordânia. Corbyn criticou a decisão do governo Trump de reduzir em mais de 50% o financiamento à UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos).

Foi esta tarde entregue na embaixada dos EUA em Lisboa uma carta aberta ao presidente deste país repudiando a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de para aí transferir a sua embaixada. A carta aberta é subscrita pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação, Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, Movimento Democrático de Mulheres e Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente. 
Estas organizações estão na origem do apelo, entretanto subscrito por numerosas outras, para o Acto Público «Liberdade para a Palestina! Paz no Médio Oriente!», que terá lugar na próxima segunda-feira, 14 de Maio, em Lisboa (Largo de Camões, 18h).
É o seguinte o texto da carta aberta:
 
Carta aberta ao Presidente da Administração norte-americana

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