Dezenas de palestinos feridos durante os protestos do Dia da Nakba em Gaza

Pelo menos 65 manifestantes palestinos foram feridos a tiro por forças israelitas nesta quarta-feira, durante protestos na Faixa de Gaza cercada para assinalar o 71.º aniversário da Nakba.

Milhares de palestinos da Faixa de Gaza, sujeita a um criminoso bloqueio israelita há 12 anos, manifestaram-se junto à vedação com que Israel isola o pequeno território para exigir o direito de retorno dos refugiados (dois terços dos habitantes de Gaza são refugiados) às suas terras de origem, no território actual de Israel, de onde foram expulsos na campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação do Estado sionista, em 1948.

As forças israelitas abriram fogo e dispararam bombas de gás lacrimogéneo em direcção aos manifestantes.

Fontes médicas confirmaram que 65 palestinos, incluindo 22menores e cinco mulheres, foram feridos por balas reais, enquanto dezenas de outros sofreram sufocação severa devido à inalação de gás lacrimogéneo. As forças israelitas, incluindo atiradores de elite, foram posicionadas ao longo da vedação.

Os palestinos da Faixa de Gaza participam há mais de um ano (desde 30 de Março de 2018) nos protestos da Grande Marcha do Retorno. Segundo o Ministério da Saúde em Gaza, neste lapso de tempo as forças israelitas mataram pelo menos 305 palestinos, incluindo 59 menores, e feriram outros 17 335.

Também houve manifestações em Ramala e Belém, na Cisjordânia ocupada. Ahmad Tibi,deputado palestino de Israel, participou na marcha de Ramala, ao lado do primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh.

A comemoração do dia 15 de Maio de 1948, conhecido por Nakba («catástrofe» em árabe) chama a atenção do mundo para os mais de 750 000 palestinos expulsos antes e após a criação de Israel e para os mais de cinco milhões de refugiados palestinos hoje existentes.

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