Política e Organizações Internacionais

A Amnistia Internacional publicou hoje um extenso relatório intitulado Israel’s Apartheid against Palestinians: Cruel system of domination and crime against humanity (Apartheid de Israel contra os Palestinos: Sistema cruel de dominação e crime contra a humanidade) em que confirma que o regime de Israel contra todo o povo palestino configura o crime contra a humanidade de apartheid.

A organização norte-americana If Americans Knew divulgou agora um pequeno filme documentando o assassinato de 78 crianças palestinas por forças israelitas em 2021 como parte da sua campanha para parar o financiamento dos EUA a Israel.

O filme, que tem a duração de dois minutos e está disponível no Twitter e no website daquela ONG, identifica o nome e idade e fotografia das crianças assassinadas e as condições em que ocorreu a sua morte.

O filme revela que, em 2021, os EUA deram 5 mil milhões de dólares de ajuda militar a Israel e agora discute-se no Congresso uma contribuição adicional de mil milhões de dólares. If Americans Knew questiona-se quanta desta ajuda é usada para matar crianças palestinas.

Pelo menos 80 pessoas foram mortas na passada sexta-feira quando aviões da coligação liderada pela Arábia Saudita atingiram com mísseis um centro de detenção na província iemenita de Saada, controlada pelos Houthi.

Oito agências de ajuda humanitária que operam no Iémen disseram, numa declaração conjunta, que estavam «horrorizadas com a notícia de que mais de 70 pessoas, incluindo migrantes, mulheres e crianças, foram mortas num desrespeito flagrante pela vida de civis».

A prisão em Saada foi utilizada como centro de detenção para migrantes, que constituíram muitas das vítimas.

«Migrantes em busca de uma vida melhor para si próprios e para as suas famílias, civis iemenitas feridos às dezenas, é um quadro que nunca esperávamos acontecer no Iémen», disse Gillian Moyes, directora da Save the Children no Iémen.

Boa tarde a todos

Gostaria em primeiro lugar de, em nome do MPPM, transmitir a todos vós saudações pela vossa presença neste belo e importante Encontro pela Paz.

No mês passado a realidade da guerra foi mais uma vez evidente em terras da Palestina. Infelizmente é assim há muitos anos, há demasiados anos. E é assim também há muitos anos em todo o Médio Oriente.

Após onze dias de brutais bombardeamentos de Israel - uma das maiores forças armadas do planeta - sobre a martirizada Faixa de Gaza - a maior prisão a céu aberto do planeta - as bombas pararam, para já, de cair.

Bom dia, caras amigas e caros amigos

Uma saudação especial à Câmara Municipal de Setúbal e a todas as organizações que partilham connosco a convocatória deste Encontro.

Quando falamos da luta pela Paz, quando falamos das ameaças à Paz, a região do Médio Oriente, do Mediterrâneo Oriental, estará certamente na linha da frente das principais preocupações, entre as regiões que são normalmente indicadas como aquelas onde a instabilidade e os perigos para a Paz no mundo são mais acesos.

E perguntarão, perguntaremos: mas porquê?

Porque, sabemo-lo, naquela região se concentram importantes riquezas, importantes bens, que desde praticamente o início do século xx, desde aquele famigerado acordo entre a França e a Inglaterra que foi denunciado logo após a revolução de Outubro – o famoso acordo Sykes-Picot – são disputados e partilhados entre as grandes potências europeias, na ocasião a França e a Inglaterra, hoje os Estados Unidos e outras potências.

Em 18 de Dezembro de 2021 - Dia Internacional dos Migrantes, enquanto movimentos e organizações que lutam por um Mundo Sem Muros, emitimos a nossa segunda Carta Urgente para denunciar declarações ocas de preocupação e exigir repensares e acções radicais.

86 redes, movimentos e organizações de todo o mundo aderiram ao apelo.

Exigimos para as pessoas o direito de ficar com dignidade e justiça nos seus países de origem, o direito de mudar, sempre que a isso são forçadas, para países de acolhimento, protegidas e respeitadas, e o direito de regressar ao local de onde tiveram de fugir.

Durante a sua reunião anual realizada em Paris, o Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Intangível aceitou a inscrição de «A arte de bordar na Palestina, práticas, aptidões, conhecimentos e rituais» na Lista Representativa do Património Cultural Intangível.

A arte dos bordados tradicionais é generalizada na Palestina. Originalmente feita e usada nas zonas rurais, a prática é agora comum em toda a Palestina e entre os membros da diáspora.

Na Palestina, a roupa da aldeia feminina consiste geralmente num vestido comprido, calças, casaco, touca e um véu. Cada peça de vestuário é bordada com uma variedade de símbolos, incluindo pássaros, árvores e flores. O bordado é cosido com fio de seda em lã, linho ou algodão, e a escolha de cores e desenhos indica a identidade regional da mulher e o seu estatuto matrimonial e económico.

Em 16 de Dezembro de 2021 o MPPM divulgou uma Carta Aberta em que instava os partidos concorrentes às eleições legislativas de 30 de Janeiro de 2022 a tornarem públicas as suas posições sobre a Questão Palestina.

Dois partidos, o PCP e o Livre responderam-nos directamente explicitando a sua visão sobre os temas propostos. Transcrevemos essas respostas.

Considerando que os Programas, Compromissos e Manifestos eleitorais são, se não a melhor, a mais acessível expressão pública das propostas dos partidos, fez-se uma análise desses documentos procurando determinar as suas posições em relação aos dois temas decorrentes do desafio da Carta Aberta – a Palestina e a Autodeterminação dos Povos – e ainda sobre dois temas adicionais com relevância para a segurança e a paz no Mediterrâneo Oriental: o Militarismo e as Migrações.

No que respeita à Palestina, apenas três partidos – o BE, o Livre e o PAN – lhe fazem referência específica.

A Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou ontem que «a situação dos direitos humanos nos Territórios Palestinos Ocupados (TPO) pode actualmente ser caracterizada como desastrosa, com graves violações dos direitos inalienáveis de mais de 4 milhões de pessoas».

«Isto também tem claramente um impacte prejudicial nas perspectivas de paz e desenvolvimento sustentável para Israel, bem como para a região circundante», prosseguiu.

Michelle Bachelet falou numa reunião organizada pelo Comité das Nações Unidas para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino, em Genebra, que tinha como ponto único de agenda a situação dos direitos humanos nos TPO.

Os irmãos palestinos Sami e Sameeha Huraini, juntamente com defensores dos direitos humanos de outros cinco países – entre os quais Mamadou Ba, de Portugal –, foram distinguidos com o prémio internacional Defensores dos Direitos Humanos em Risco 2021 atribuído pela organização Front Line Defenders.

A organização homenageia defensores dos direitos humanos que trabalham em questões que incluem justiça racial, direitos de habitação, direitos das minorias, protecção e defesa do ambiente e da terra, autodeterminação e direitos dos deficientes, e que enfrentam várias formas de assédio, intimidação e ameaças, tendo alguns enfrentado a violência e outros sido detidos e acusados.

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