Para protestar contra a realização da Cimeira da NATO, em Londres, mais de duas dezenas de organizações, entre as quais o MPPM, promoveram hoje, na Rua do Carmo, em Lisboa, um concorrido Acto Público. Idêntica iniciativa terá lugar amanhã, 4 de Dezembro, na Rua de Santa Catarina, no Porto.
As organizações promotoras subscreveram a seguinte declaração:
A Organização do Tratado do Atlântico Norte – NATO – realiza uma cimeira nos dias 3 e 4 de Dezembro, em Londres, onde se assinalará, uma vez mais, os 70 anos da criação desde bloco político-militar belicista.
À semelhança de cimeiras anteriores, falar-se-á muito em «paz» e «segurança», mas as decisões que serão tomadas apontarão para o aumento das despesas militares, para novos e mais sofisticados armamentos, para o militarismo e a guerra.
Recorde-se que desde a sua formação em 1949, que incluiu Portugal, na altura sob uma ditadura fascista, a NATO é um instrumento ao serviço da política externa dos Estados Unidos da América e do seu complexo...
O Movimento da Jihad Islâmica Palestina declarou um cessar-fogo após dois dias de hostilidades, iniciadas na madrugada de terça-feira quando Israel assassinou um comandante deste movimento de resistência, bem como a sua esposa, num ataque contra a sua casa, em Gaza.
Na madrugada de 12 de Novembro, a Força Aérea de Israel atacou e matou Baha Abu al-Ata, um comandante da ala armada da Jihad Islâmica Palestina, e sua esposa, enquanto dormiam em sua casa.
Um ataque semelhante atingiu também na terça-feira a casa de outro comandante da Jihad Islâmica em Damasco, na Síria.
Segundo o Ministério da Saúde palestino (MS) em Gaza, 34 pessoas foram mortas pelos ataques israelitas contra o enclave costeiro palestino, incluindo 23 homens, oito crianças e três mulheres. O Ministério da Saúde informou também que 111 palestinos ficaram feridos, incluindo pelo menos 41 crianças e 13 mulheres.
Talvez o caso mais trágico seja o assassínio, ao amanhecer de quinta-feira, de toda a família Abu Malhous, em Deir...
Uma centena de organizações europeias, entre as quais o MPPM, dirigiu esta carta ao CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto), manifestando a sua firme oposição à contratação de drones Hermes 900, da empresa israelita Elbit Systems, para serviço da EMSA e dos estados membros da UE, tendo em consideração o envolvimento da Elbit Systems, e do Hermes 900, em ataques criminosos contra civis palestinos, conforme amplamente referido por observadores internacionais independentes.
11 de Novembro de 2019 Ao CEO do CeiiA Caro Engenheiro José Rui Felizardo:
Os 32 grupos e redes da sociedade civil europeia abaixo assinados, representando mais de 100 organizações em pelo menos 12 Estados membros da UE, que trabalham na solidariedade com o povo palestino e com migrantes ou sobre a militarização, estão profundamente preocupados com o uso pela Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA) de drones israelitas para monitorar e controlar os movimentos migratórios em direcção à Europa.
O MPPM denuncia e condena frontalmente a aquisição por Portugal de equipamento de guerra electrónica (EW Suite) israelita para os aviões KC-390 destinados à Força Aérea Portuguesa.
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 120/2019, de 11 de Julho de 2019[1], que autoriza a aquisição de cinco aviões KC-390 e de um simulador de voo e dos respectivos contractos de sustentação logística, contempla no seu ponto 1. c): «A aquisição dos equipamentos de guerra eletrónica (EW Suite) para as aeronaves KC-390, à Elbit Systems EW and Sigint - Elisra, até ao montante máximo de (euro) 44.969.053,00, a que acresce IVA à taxa legal em vigor».
A Elbit Systems é uma das maiores empresas de segurança e defesa de Israel. Fornece equipamentos aos vários ramos das forças armadas israelitas, sendo assim participante — e beneficiária— da criminosa e ilegal ocupação pelo Estado sionista dos territórios palestinos e das agressões contra o Líbano e outros países da região. A Elbit e as suas várias subsidiárias...
O MPPM condena firmemente a invasão actualmente em curso do território sírio pela Turquia. Esta invasão, infelizmente, está longe de ser caso excepcional. Trata-se antes do mais recente episódio da guerra imposta à Síria desde há oito anos, visando a sua fragmentação e a liquidação do seu papel no apoio ao povo palestino, na oposição ao sionismo e aos desígnios imperiais na região. A guerra contra a Síria não pode também ser entendida fora do quadro das agressões e ingerências ocidentais na região, nomeadamente no Iraque, na Líbia, no Iémen, com devastadoras consequências para os seus povos martirizados. A ingerência externa na Síria, incluindo o financiamento e armamento de grupos terroristas, tem sido levada a cabo não só pela Turquia como por Israel e pelas petromonarquias árabes, e ainda pelos EUA e por Estados da União Europeia que ilegalmente mantêm tropas no país. Assim, não podem deixar de ser lidas como hipócritas as expressões de repúdio da invasão turca, e de preocupação...
Há trinta e sete anos, em 1982, nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, perto de Beirute, teve lugar um dos capítulos mais sangrentos da história palestina.
Milhares de refugiados palestinos foram durante dois dias, no campo de refugiados de Chatila e no bairro de Sabra, alvo de uma matança levada a cabo pela milícia cristã da Falange, aliada de Israel, que tinha invadido o Líbano,
Soldados israelitas cercavam os campos para impedir que os refugiados saíssem, e durante a noite disparavam foguetes luminosos para ajudar a acção dos criminosos falangistas. Ao fim dos dois dias de massacre, Israel forneceu os buldózeres para cavar valas comuns.
Trinta e sete anos depois, os responsáveis continuam impunes. O então ministro da Defesa israelita Ariel Sharon, supremo comandante militar da invasão do Líbano, encontrava-se pessoalmente a poucas centenas de metros do local do crime. Apesar de a sua «responsabilidade pessoal» ter sido afirmada até por uma comissão de inquérito...
Neste dia 8 de Julho, há cinco anos, Israel lançou uma das suas mais mortíferas ofensivas militares contra a Faixa de Gaza, que designou por «Operação Margem Protectora». A agressão causou 2251 mortos, 500 dos quais crianças, e mais de 11 000 feridos, segundo fontes palestinas e da ONU.
Nas primeiras 48 horas da operação, Israel lançou 400 toneladas de bombas sobre Gaza. Nas semanas seguintes, lançou cerca de 6000 ataques aéreos sobre o minúsculo território palestino, de apenas 365 km2.
Os bombardeamentos causaram cerca de 500 000 deslocados dentro da Faixa de Gaza — encurralados numa verdadeira prisão a céu aberto, os palestinos alvejados nem sequer tinham a possibilidade de fugir. Cerca de 300 000 civis foram forçados a procurar refúgio nas escolas da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos, que constituem 70% da população do território. A electricidade para os hospitais foi cortada, privando milhares de pessoas de assistência médica básica.
O dia 5 de Junho marca o 52.º aniversário daquilo a que palestinos chamam Naqsa (derrota ou revés), a ocupação por Israel dos territórios palestinos de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza na chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Em 1967 Israel rematou o que iniciara em 1948, ocupando todo o território situado entre o Mediterrâneo e o Jordão. Ficaram sob o domínio sionista todos os palestinos que não tinham sido convertidos em refugiados — em 1967 novos refugiados vieram somar-se aos de 1948. Aos palestinos dos territórios recém-ocupados foi aplicado o mesmo regime militar sob o qual tinham vivido os seus irmãos palestinos de Israel até ao ano anterior.
No ano da sua fundação, 1948, Israel tinha já ocupado 78% do território (quando o plano de partição da ONU, já de si radicalmente injusto, só lhe atribuía 55%). Numa premeditada e bem planeada campanha de limpeza étnica, expulsou a maior parte da população autóctone, mais de 750 000 pessoas, e destruiu as suas aldeias, toda a...
Artigo publicado em Counterpunch em 5 de Março de 2019
Quando ouvi a primeira notícia, presumi que fosse um ataque aéreo israelita contra Gaza. Ou contra a Síria. Ataques aéreos a um «campo terrorista» foram as primeiras palavras. Foi destruído um «centro de comando e controle», foram mortos muitos «terroristas». Os militares estavam a retaliar por um «ataque terrorista» contra as suas tropas, disseram-nos.
Foi eliminada uma base «jihadista» islâmica. Então ouvi o nome Balakot e percebi que não era nem em Gaza, nem na Síria – nem mesmo no Líbano - mas no Paquistão. Coisa estranha, essa. Como poderia alguém misturar Israel e a Índia?
Bem, não deixemos a ideia esfumar-se. Quatro mil quilómetros separam o Ministério da Defesa israelita em Telavive do Ministério da Defesa indiano em Nova Deli, mas há uma razão pela qual os despachos actuais das agências parecem tão semelhantes.
Há meses que Israel tem vindo a alinhar assiduamente com o governo nacionalista do BJP [Bharatiya Janata Party...
Em 1948, uma nova era se abre na região do Levante. É fundado o Estado de Israel, e desde o momento da sua criação ameaçará a estabilidade e a paz na região.
A fundação de Israel, descrita no primeiro artigo desta série, é desde logo uma operação belicista. Israel nasce com a ocupação de 78% da Palestina histórica (quando o plano de partição da ONU lhe atribuía 55%) e com a limpeza étnica de mais de metade da população palestina autóctone.
O carácter colonial do empreendimento sionista em terra árabe gozará da simpatia e apoio político e militar das potências ocidentais. Israel retribui assumindo-se como ponta-de-lança dos interesses dessas mesmas potências na região.
Em 1956, Israel junta-se à França e Inglaterra na Guerra do Suez, contra a recente nacionalização do Canal de Suez pelo presidente egípcio Nasser, e envia os seus soldados para o Egipto (não sem antes provocar uma onda de terror na Faixa de Gaza — então sob administração egípcia — onde massacra palestinos em Khan Yunis e...