Muitas centenas de pessoas desfilaram na quarta-feira, 29 de Junho, pelas ruas do centro histórico do Porto, da Cordoaria até à Ribeira, em resposta ao Apelo "Paz Sim! Guerra e Corrida aos Armamentos Não!".
Subscrito inicialmente por 15 personalidades, o Apelo registou a adesão de mais de 80 organizações – entre as quais o MPPM – e muitas outras individualidades.
Na Avenida da Liberdade, em Lisboa, milhares de vozes gritaram Sim à Paz, Não à Guerra e à Corrida aos Armamentos! em resposta ao apelo lançado por dezenas de individualidades e organizações.
O MPPM associou-se à iniciativa também para recordar que o povo palestino é vítima de uma guerra que dura há sete décadas e meia mas que é quase sempre silenciada.
Apelo Paz sim! Guerra e corrida aos armamentos não!
O respeito pelos princípios do direito internacional, conformes com a Carta da ONU e os constantes na Acta Final da Conferência de Helsínquia, é o caminho para garantir a paz, a segurança, a cooperação, a justiça, os direitos dos povos.
Independentemente de opiniões diversas sobre os desenvolvimentos no plano internacional, como a situação na Palestina ou no Sara Ocidental, as guerras na Ucrânia, no Iémen, na Síria, na Líbia ou no Iraque, entre outros conflitos que flagelam o mundo, une-nos a condenação da guerra, a profunda preocupação com o agravamento da situação mundial e os sérios perigos para a Humanidade que dele decorrem.
O aumento das despesas militares, a corrida aos armamentos, a produção de mais sofisticadas armas, incluindo nucleares, a instalação de mais bases militares em países terceiros, representam uma inquietante ameaça para todos os povos da Europa e do mundo, tanto mais quando se constata o agravamento dos problemas...
Entre 5 e 10 de Junho de 1967, Israel conduziu uma guerra com os países vizinhos – Egipto, Jordânia e Síria – que culminou com a ocupação total da Palestina histórica e ainda dos Montes Golan sírios e da Península do Sinai egípcia.
Para os Palestinos, a Naqsa (“revés”) significou a perda de tudo o que restava da sua pátria e o início de 55 anos de uma colonização israelita desenfreada e insaciável. Foi a segunda etapa de uma catástrofe contínua, iniciada com a Nakba de 1948, e que veio a caracterizar-se por ataques militares, demolições de casas, confiscação de terras e apropriação de recursos naturais, expansão de colonatos e violência dos colonos, e compromissos assumidos e logo repudiados.
Para os sionistas, a Guerra de 1967 foi a oportunidade de se apropriarem dos 22% do território da Palestina histórica que lhes tinham escapado quando, em 1948, construíram o seu Estado sobre as ruínas da sociedade palestina, e que tinham ficado sob administração do Egipto (Faixa de Gaza) e da...
O jornal USA Today relatou que uma fotografia que se tornou viral sobre um prédio na Ucrânia a ser atingido por um bombardeamento russo era afinal de um prédio da Faixa de Gaza, demolido pela Força Aérea Israelita em Maio de 2021. Alguns dias antes disso, o Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano queixou-se ao embaixador israelita em Kiev de que «está a tratar-nos como Gaza»; ele estava furioso por Israel não ter condenado a invasão russa e estar apenas interessado em retirar cidadãos israelitas do país (Haaretz, 17 de Fevereiro de 2022). Era uma mistura de referências à evacuação pela Ucrânia das mulheres ucranianas de homens palestinos da Faixa de Gaza em Maio de 2021, bem como uma lembrança a Israel do total apoio do presidente ucraniano ao ataque de Israel à Faixa de Gaza nesse mês (voltarei a esse apoio no final deste artigo).
Os ataques de Israel à Faixa de Gaza devem, de facto, ser mencionados e considerados ao avaliar a actual crise na Ucrânia. Não é uma coincidência que as...
A organização norte-americana If Americans Knew divulgou agora um pequeno filme documentando o assassinato de 78 crianças palestinas por forças israelitas em 2021 como parte da sua campanha para parar o financiamento dos EUA a Israel.
O filme, que tem a duração de dois minutos e está disponível no Twitter e no website daquela ONG, identifica o nome e idade e fotografia das crianças assassinadas e as condições em que ocorreu a sua morte.
O filme revela que, em 2021, os EUA deram 5 mil milhões de dólares de ajuda militar a Israel e agora discute-se no Congresso uma contribuição adicional de mil milhões de dólares. If Americans Knew questiona-se quanta desta ajuda é usada para matar crianças palestinas.
«Cada uma das 78 crianças palestinas mortas pelos Israelitas e a única criança israelita morta por Palestinos no ano passado tinha uma família, um futuro, esperanças e sonhos», comenta-se no filme.
Também recentemente a Defence for Children International – Palestine (DCIP) publicou um relatóri...
Em 16 de Dezembro de 2021 o MPPM divulgou uma Carta Aberta em que instava os partidos concorrentes às eleições legislativas de 30 de Janeiro de 2022 a tornar públicas as suas posições sobre a Questão Palestina.
Dois partidos, o PCP e o Livre responderam-nos directamente explicitando a sua visão sobre os temas propostos. Transcrevemos abaixo essas respostas.
Considerando que os Programas, Compromissos e Manifestos eleitorais são, se não a melhor, a mais acessível expressão pública das propostas dos partidos, fez-se uma análise desses documentos procurando determinar as suas posições em relação aos dois temas decorrentes do desafio da Carta Aberta – a Palestina e a Autodeterminação dos Povos – e ainda sobre dois temas adicionais com relevância para a segurança e a paz no Mediterrâneo Oriental: o Militarismo e as Migrações.
No que respeita à Palestina, apenas três partidos – o BE, o Livre e o PAN – lhe fazem referência específica.
Pelo menos 80 pessoas foram mortas na passada sexta-feira quando aviões da coligação liderada pela Arábia Saudita atingiram com mísseis um centro de detenção na província iemenita de Saada, controlada pelos Houthi.
Oito agências de ajuda humanitária que operam no Iémen disseram, numa declaração conjunta, que estavam «horrorizadas com a notícia de que mais de 70 pessoas, incluindo migrantes, mulheres e crianças, foram mortas num desrespeito flagrante pela vida de civis».
A prisão em Saada foi utilizada como centro de detenção para migrantes, que constituíram muitas das vítimas.
«Migrantes em busca de uma vida melhor para si próprios e para as suas famílias, civis iemenitas feridos às dezenas, é um quadro que nunca esperávamos acontecer no Iémen», disse Gillian Moyes, directora da Save the Children no Iémen.
Durante a última semana, a coligação liderada pelos sauditas intensificou os bombardeamentos aéreos sobre o que disse serem alvos militares ligados aos Houthis, alegadamente em...
Gostaria em primeiro lugar de, em nome do MPPM, transmitir a todos vós saudações pela vossa presença neste belo e importante Encontro pela Paz.
No mês passado a realidade da guerra foi mais uma vez evidente em terras da Palestina. Infelizmente é assim há muitos anos, há demasiados anos. E é assim também há muitos anos em todo o Médio Oriente.
Após onze dias de brutais bombardeamentos de Israel - uma das maiores forças armadas do planeta - sobre a martirizada Faixa de Gaza - a maior prisão a céu aberto do planeta - as bombas pararam, para já, de cair.
Ficou o terrível saldo de 250 mortos, dos quais mais de 60 crianças, de milhares de feridos e de centenas de desalojados como resultado da destruição propositada das suas casas, incluindo a destruição de várias torres de apartamentos. Ficou a destruição de infra-estruturas de ensino e de saúde e ficaram também as marcas que tudo isto deixa nas crianças, nos mais vulneráveis e nas famílias e amigos das vítimas.
Uma saudação especial à Câmara Municipal de Setúbal e a todas as organizações que partilham connosco a convocatória deste Encontro.
Quando falamos da luta pela Paz, quando falamos das ameaças à Paz, a região do Médio Oriente, do Mediterrâneo Oriental, estará certamente na linha da frente das principais preocupações, entre as regiões que são normalmente indicadas como aquelas onde a instabilidade e os perigos para a Paz no mundo são mais acesos.
E perguntarão, perguntaremos: mas porquê?
Porque, sabemo-lo, naquela região se concentram importantes riquezas, importantes bens, que desde praticamente o início do século xx, desde aquele famigerado acordo entre a França e a Inglaterra que foi denunciado logo após a revolução de Outubro – o famoso acordo Sykes-Picot – são disputados e partilhados entre as grandes potências europeias, na ocasião a França e a Inglaterra, hoje os Estados Unidos e outras potências.