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O encontro de Varsóvia sobre o Médio Oriente patrocinado pelos EUA, que se realiza em 13 e 14 de Fevereiro, não preenche os requisitos da diplomacia séria, afirmou a Organização de Libertação da Palestina (OLP).

Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da OLP, declarou num comunicado que o encontro corporiza as irresponsáveis políticas de poder que a actual administração dos EUA está a tentar impor à comunidade internacional, prosseguindo uma política de unilateralismo, coacção e hostilidade.

Ashrawi sublinha que a direcção palestina tem o dever de defender os direitos do seu povo e de representar os seus interesses, que o governo dos EUA ataca de forma sistemática.

Juan Guaidó afirmou que está a trabalhar para restabelecer os laços com Israel que Caracas cortou há uma década em solidariedade com os palestinos.

Numa entrevista ao jornal israelita de grande tiragem Israel Hayom (um dos principais apoios mediáticos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu), o autoproclamado «presidente» venezuelano declarou: «Estou muito feliz por anunciar que o processo de estabilização das relações com Israel está em pleno andamento. É muito importante para nós … Vamos renovar os laços, depois anunciaremos a nomeação de um embaixador em Israel e esperamos realmente que um embaixador de Israel venha até nós.»

A Venezuela cortou relações diplomáticas com Israel há uma década, durante a presidência de Hugo Chávez, em protesto contra a agressão israelita contra a Faixa de Gaza em 2008-2009 («Operação Chumbo Fundido»), da qual resultaram mais de 1400 mortos palestinos – entre os quais 138 crianças – e enormes destruições materiais.

COMUNICADO 02/2019

Os inimigos do povo palestino – com Trump, Netanyahu e Bolsonaro à cabeça – e as potências que há 25 anos ensanguentam o Médio Oriente com guerras agressivas e destruidoras estão ao ataque na América Latina.

Os factos multiplicam-se e não podem ser ignorados pelos amigos do povo palestino: entre outros, são as estreitas ligações de Bolsonaro a Israel; a presença de Netanyahu no Brasil aquando da tomada de posse de Bolsonaro; a proclamada intenção do governo brasileiro de transferir a sua embaixada para Jerusalém – no encalço da ilegal decisão de Trump –, ao mesmo tempo que desvaloriza a presença oficial palestina no Brasil; o apoio de Israel ao golpe na Venezuela, desencadeado pela proclamação pelos EUA de um «presidente» que nunca foi sufragado pelo voto popular; a presença militar israelita no Brasil, a pretexto de assistência humanitária às vítimas da catástrofe da barragem do Brumadinho e violando a legalidade brasileira.

Todos os deputados do Likud que procuram a reeleição nas eleições israelitas de 9 de Abril apoiam a anexação da Cisjordânia ocupada. Entre os deputados do partido dirigente da coligação governamental só o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu,não se pronunciou,

Dados divulgados por dois grupos de direita israelitas, o Movimento de Soberania e o Nahala, citados pelo jornal Jerusalem Post, mostram que 38 dos 120 deputados actuais (31%) apoiam uma forma ou outra de anexação da Cisjordânia ocupada.

Por outro lado, dezenas de ministros israelitas e altos quadros do partido Likud e de outros partidos de direita assinaram uma petição, lançada pelo movimento de colonos Nahala, no sentido de abandonar a solução de dois Estados e criar em toda a Cisjordânia ocupada novos colonatos para dois milhões de colonos judeus.

Atiradores de elite do exército israelita mataram dois adolescentes palestinos, um de 14 anos e outro de 18,  na 46.ª semana da Grande Marcha do Retorno na Faixa de Gaza cercada.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza informou que Hassan Iyad Shalaby, de 14 anos, e Hamza Mohammad Ishtiwi, de 18 anos, foram atingidos por balas do exército sionista. Hassan Shalaby foi atingido com uma bala no peito, enquanto Hamza Ishtiwi foi atingido no pescoço, morrendo antes de chegar ao hospital.

Outros 17 manifestantes foram feridos pelos atiradores israelitas, incluindo um que foi atingido na cabeça e ficou gravemente ferido.

Além disso, dezenas de manifestantes sofreram problemas respiratórios devido ao uso intensivo de gás lacrimogéneo pelas forças de ocupação.

O Supremo Tribunal de Israel permite e avaliza a expropriação dos palestinos e a demolição das suas casas na Cisjordânia ocupada, afirma a organização israelita B'Tselem.

Num relatório divulgado esta quarta-feira, o B'Tselem (Centro de Informação para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), denuncia o modo como Supremo Tribunal de Israel tem permitido ao Estado sionista continuar a aplicar medidas ilegais.

Intitulado «Falsa Justiça», o relatório, baseando-se no exame de centenas de decisões do Supremo Tribunal sobre a demolição de casas palestinas na Cisjordânia ocupada, põe em relevo como Israel impede a construção pelos palestinos e visa expandir a construção de colonatos judaicos, que o direito internacional considera ilegais.

Os palestinos enfrentam «novas e iminentes ameaças de despejo» na Cidade Velha de Jerusalém Oriental ocupada, alertou neste domingo a ONG israelita Ir Amim.

A Cidade Velha faz parte de Jerusalém Oriental, que Israel ocupou durante a guerra de 1967 e cuja anexação declarou em 1980, proclamando toda a cidade sua capital «eterna e indivisa». Isso nunca foi reconhecido pela comunidade internacional, que considera Jerusalém Oriental uma parte do território palestino ocupado.

A Ir Amin destacou «três casos simultâneos» que comprovam «uma rápida escalada de novos factos no terreno — promovidos por colonos [judeus] com o apoio legal e político do estado [de Israel] — para fortalecer ainda mais o controlo israelita dentro e em redor da Cidade Velha».

Durante o dia de sexta-feira forças do exército israelita feriram mais de uma centena de palestinos que se manifestavam na Faixa de Gaza cercada e na Cisjordânia ocupada.

Na Faixa de Gaza, perto da vedação com que Israel isola o pequeno território costeiro, as forças israelitas feriram 98 civis, incluindo 15 crianças e 4 mulheres; dois são paramédicos e um jornalista. Sete dos feridos encontram-se em estado grave, incluindo uma jovem de 17 anos que foi atingida com uma bala no peito.

Segundo observadores de campo do PCHR (Centro Palestino dos Direitos Humanos), os atiradores israelitas abriram fogo e dispararam gás lacrimogéneo sobre os manifestantes embora estes estivessem a dezenas de metros da vedação e não pudessem por isso constituir qualquer perigo para os soldados.

Os representantes diplomáticos dos 28 países da UE em Jerusalém e Ramala constatam a «discriminação jurídica sistemática» sofrida pelos palestinos na Cisjordânia ocupada, num relatório confidencial dirigido ao Serviço de Acção Externa e hoje revelado por meios de comunicação social de diversos países.

O relatório «é uma cartografia da situação dos direitos humanos na chamada Área C [da Cisjordânia], sob controlo exclusivo israelita e que cobre 60% do território ocupado», como afirmou uma fonte europeia em Jerusalém citada pelo El País.

Os 400 000 colonos judeus gozam de um estatuto pessoal e extraterritorial, ou seja, embora vivam na Cisjordânia ocupada, estão sujeitos apenas à lei israelita.

Pelo contrário, os palestinos do território ocupado estão sujeitos à lei marcial e aos regulamentos emitidos pela chamada Administração Civil, um departamento do Ministério da Defesa israelita, e estão sujeitos aos tribunais militares de Israel.

A aldeia beduína de al-Araqib foi demolida por Israel na manhã desta quinta-feira, pela 139.ª vez. A aldeia, situada no deserto de Neguev/Naqab, no Sul de Israel, não é reconhecida pelas autoridades sionistas.

Dezenas de soldados e polícias israelitas e pessoal da chamada «Autoridade para o Desenvolvimento do Neguev» invadiram a aldeia, escoltando buldózeres e veículos que demoliram as tendas, celeiros e barracões.

Mulheres, crianças e idosos da aldeia foram evacuados e deixados sem abrigo, apesar do tempo frio. O chefe do comité popular da aldeia e três mulheres foram detidos pelas forças israelitas, sendo libertados algumas horas após a demolição.

As demolições de al-Araqib são realizadas na tentativa de forçar a população beduína a mudar-se para aldeamentos designados pelo governo israelita.

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